Haiti: Capacetes azuis da ONU exploram sexualmente centenas de mulheres e meninas
Por Eduardo Muñoz / Resumen Latinoamericano/Reuters/ 10 de junho de 2015.- As forças de paz da ONU situadas no Haiti estão envolvidas em casos de abuso e exploração sexual de ao menos 225 mulheres locais, um terço delas menores de 18 anos, as quem ‘compensaram’ com comida e remédios, denuncia um documento ao qual teve acesso a agência de notícias AP.
Citando o esboço do informe do escritório de Serviços de Supervisão Interna da ONU (OIOS, em inglês), a AP comenta que muitos dos casos de exploração sexual das populações locais por parte dos capacetes azuis continuam sem ser denunciadas e acrescenta que a assistência às vítimas é “muito deficiente”.
De acordo com o informe, os motivos mais frequentes que levam as mulheres das zonas rurais a manter relações sexuais com os integrantes das missões de paz da ONU são “a fome e a falta de habitação, artigos para o cuidado dos bebês, remédios e artigos para o lar”. Nas cidades, as mulheres recebem em troca das relações sexuais sapatos de luxo, celulares, perfumes, computadores portáteis ou dinheiro.
O documento aponta que já se sabe o número aproximado de vítimas, porém não detalha a cifra de capacetes azuis envolvidos. Tampouco menciona o período temporal no qual se produziram os casos mencionados de “sexo comercial” no país. A presença das forças de paz da ONU no Haiti foi autorizada pela primeira vez em 2004. Em finais de março de 2015, seu número no país caribenho superava os 7.000 efetivos.
Informe: A Cruz Vermelha arrecada 500 milhões de dólares para o Haiti, mas constrói 6 casa
Após arrecadar cerca de 500 milhões de dólares para as operações de socorro depois do devastador terremoto no Haiti em 2010, a Cruz Vermelha Americana construiu um total de 6 casas, segundo um novo informe.
Uma investigação realizada pela organização sem fins lucrativos Propublica e a organização midiática NPR revelou irregularidades na manipulação das doações pela Cruz Vermelha para os prejudicados pelo terremoto de 2010 en Haití. Assim, em 2011, a Cruz Vermelha colocou em marcha um projeto de vários milhões de dólares para reconstruir a zona de extrema pobreza que surgiu após o terremoto que assolou o país.
O objetivo principal do projeto foi a construção de centenas de casas nas zonas afetadas. A Cruz Vermelha Americana arrecadou 500 milhões de dólares em doações, que deveriam ter sido proporcionadas à construção de lares para mais de 130.000 pessoas. No entanto, no final foram construídas apenas 6 casas, denuncia o informe.
Reuters/ Swoan Parker
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)