Dez mil protestam contra o juramento às leis racistas em Tel-Aviv
Mais de dez milhões de pessoas, no sábado à noite, 16 de outubro, se juntaram ao Gan Meir de Tel-Aviv para protestar contra o juramento à lei racista que foi aprovada pelo governo de direita de Israel, no domingo. Os protestantes também transmitiram, oralmente, seus sentimentos de oposição ao fortalecimento do fascismo em Israel, assim como à crescente defesa para que haja transferência dos cidadãos Arábe-Palestinos para fora de Israel.
Sob o título “Juntos contra o Racismo – Judeus e Árabes marcham pela democracia”, a marcha, que aconteceu do parque Gan Meir até o Ministério da Defesa, trouxe, junto, manifestantes do Partido Comunista de Israel (PCI), da Frente Democrática pela Paz e Igualdade (Hadash), a Juventude Comunista e Meretz, membros de algumas organizações não-governamentais e de grupos ativistas, além de milhares de protestantes pela democracia.
Os participantes carregavam bandeiras com as seguintes frases: “A voz de Lieberman, as mãos de Netanyahu”, “Fascismo e Limpeza Étnica estão se tornando orgulho” e “Juntos defenderemos a Democracia”. Manifestantes carregaram bandeiras e cantaram, “Liberman, Lieberman, uma fascista e racista também”.
Liderando a procissão estavam membros do Knesset Doy Khenin e Muhammad Barakeh (Hadash), o Secretário Geral do PC Israel, Muhammad Nafa’h, MK Haim Oron (Meretz) e Tamar Gozansky (Hadash), diretor geral do Paz Agora, Yariv Oppenheimer e o líder do Gush Shalom, Uri Avneri.
“Democracia prevalecerá e racismo perecerá. Não há espaço para jogos, no processo de paz, do (Primeiro Ministro Netanyahu), de Bibi e Liebeman. A vontade de todos é a implementação dos dois estados. Não haverá nenhuma transferência”, disse MK Barakeh.
Os organizadores do protesto distribuiram panfletos intitulados: “Juramento de Lealdade dos Cidadãos ao Governo Israelense”, onde se lia “Eu prometo não discriminar ou privar qualquer pessoa por causa da sua descendência, sexo, nacionalidade, língua, cor, cultura, status econômico ou qualquer outro fator. Nós exigimos que os membros do Knesset nos sejam leais e nos garantam o direito de viver com dignidade, segurança e esperança para o futuro”.
Falando de um banco no jardim do parque Sarona, MK Khenin disse: “A liberdade democrática corre um grave risco. O pesadelo de uma transferência está se tornando realidade e é por isso que estamos aqui hoje. Esta onda, que começou com os Árabes, chegou, agora, para os Judeus que ousam pensar diferente”. Ele ainda disse: “Ataques em universidades, contra artistas e acadêmicos também se tornaram parte do ‘perigo interno’. Nós estamos diante de uma batalha fatal para o nosso futuro”.
O presidente do Meretz, Haim Oron, falou durante a passeata; “Um espírito mau está rondando esta terra. O quadro, à nossa frente, está complicado e complexo. O Knesset tem onze temas pendentes que estão escorrendo fascismo. Precisamos acabar com essa onda”.
“Não podemos construir um país democrático enquanto houve ocupação. Nós clamamos para que o governo e o Knesset congelem todas as leis racistas e continuem congelando a contrução dos assentamentos”, complementou.
Original: http://21stcenturymanifesto.wordpress.com/2010/10/19/ten-thousand-protest-loyalty-oath-bill-and-racist-laws-in-tel-aviv/
Traduzido por Mariângela Marques.