Partido Comunista da Grécia (KKE), com programa revolucionário, manteve os seus 15 deputados
Os Editores de ODIARIO.INFO
As eleições gregas encerram ensinamentos complexos que requerem reflexão.
A abstenção, mais de 43%, atingiu um nível inédito para a Grécia. É uma consequência óbvia da decepção resultante das políticas e manobras da burguesia.
A vitória do Syriza por uma margem superior à admitida pelas sondagens criará novas dificuldades à luta popular contra o sistema. Perdeu quatro deputados, mas a sua base de apoio potencial ampliou-se.
É previsível uma intensificação da ofensiva do grande capital. Significativamente os governos das principais potências da União Europeia apressaram-se a felicitar Tsipras. Washington tambem reagiu com satisfação ao resultado das eleições. O embaixador dos EUA em Atenas também felicitou Tsirpas.
O imperialismo vai reforçar as suas exigências.
O aumento da representação parlamentar do partido fascista Aurora Dourada traduziu o desespero e a confusão que alastram em setores populares.
O partido de Lafazanis – o Syriza nº2 no dizer do PCG/KKE – nascido da cisão do partido de Tsipras não conseguiu eleger um só deputado. Tsipras conseguiu assim, como pretendia com a sua sinuosa manobra, manter quase intacta a sua primitiva bancada no Parlamento, mas o seu discurso triunfalista esconde mal a realidade: o governo que formará em coligação com o aliado ANEL, liberal e nacionalista, será, como o primeiro, um dócil instrumento do grande capital e do imperialismo. As suas novas promessas visam a manter a confusão; não serão obviamente cumpridas.
O PCG, apesar da ferocidade do discurso anticomunista dos partidos da burguesia, manteve os seus 15 deputados. O reagrupamento do movimento popular, cujas camadas mais pobres, dramaticamente afetadas pela crise, perderam alguma combatividade, é agora uma tarefa prioritária do partido.
Um ensinamento importante que o Syriza, social-democrata, e o partido da Esquerda Europeia tentam sem êxito ocultar: ao manter os seus 15 deputados, o PCG demonstrou que um partido comunista fiel aos seus princípios pode atuar legal e eficazmente no âmbito do capitalismo para condenar o sistema e, se necessário, recusando qualquer tipo de colaboração institucional.