Argentina: A CTA, a CTEP e várias coordenadorias sindicais marcharão nesta terça-feira na Praça de Mayo contra o ajuste

Por Inés Hayes*/Resumen Latinoamericano – Concentrarão forças na Avenida 9 de Julho e Belgrano, às 16:00 horas para, dali, marchar para a Praça de Mayo.

Em coletiva de imprensa, a CTA Autónoma, a CTEP, a Federação Aceitera, a seção Samiento da Unión Ferroviaria, a Coordenadoria Sindical Classista- Partido Obrero, sindicatos e comissões internas, organizações sociais e políticas, convocaram para uma mobilização no dia 22 dezembro, que partirá da Avenida Belgrano e Avenida de Mayo às 16:00 e culminará na Praça de Mayo com um ato. A mobilização será a reivindicação de um bônus de fim de ano para o conjunto dos trabalhadores, que foram brutalmente golpeados pela desvalorização da moeda de mais de 40% e uma carestia enorme no custo de vida.

Foto: Pablo Micheli (CTA) junto de Estéban “Gringo” Castro, da CTEP

Ante a grande presença de companheiros e companheiras e meios de comunicação, Carlos Chile, Secretário de Organização da Central, saudou todos os presentes e deu início à coletiva.

Pablo Micheli foi o primeiro a usar a palavra. O Secretário Geral da CTA Autónoma explicou que o chamado à coletiva foi decidido ontem, de maneira urgente, ante as medidas levadas a cabo pelo governo de Mauricio Macri como a eliminação das contenções da agricultura, a designação por decreto de juízes da Suprema Corte e a desvalorização de 40%. “Todas as medidas deste novo governo golpeiam os que menos têm: os beneficiários dos planos sociais, os aposentados e os trabalhadores precarizados”, disse Micheli.

O dirigente acrescentou que esta desvalorização de 40% mais as anteriores já somam 240% e assinalou que antes destas medidas, a cesta básica era de 13 mil pesos. Ante este cenário, voltou a exigir que o Salário Mínimo, Vital e Móvel, assim como as aposentadorias e os planos sociais, seja igual à cesta básica, afirmando que todas as organizações presentes elaboraram uma carta ao presidente eleito, na qual manifestam todas estas reivindicações e necessidades urgentes.

O Secretário Geral da CTA também disse que em poucos dias o novo governo assinou 39 Decretos de Necessidade e Urgência: “O que criticava do governo anterior, ele está aprofundando. Por todas estas coisas, marchamos na terça-feira, 22 de dezembro, da Avenida Nove de Julho e Belgrano até a Praça de Mayo (onde será o ato central), passando pelo Ministério de Desenvolvimento Social”, concluiu o dirigente.

Esteban Castro, Secretário Geral da CTEP, organização que reúne os trabalhadores da economia popular, explicou que um terço dos trabalhadores de todo o país não têm os direitos básicos garantidos: “vemos com grande preocupação esta transferência de recursos aos setores mais concentrados, como o campo e o setor industrial”.

Por sua vez, Rubén “Pollo” Sobrero, dirigente sindical dos trabalhadores do Ferrocarril Sarmiento, analisou: “Este governo está indo na contramão, não só não ruma na direção da Pobreza Zero, como se dirige para outro sentido. Se pensam que terão um verão tranquilo, queremos dizer não será assim. Não é uma ameaça, porém não vamos deixar que nossos direitos sejam atropelados. Não daremos trégua”.

Eugenio Semino, Defensor das Terceira Idade da Cidade Autônoma de Buenos Aires, detalhou as condições nas quais sobrevivem milhões de aposentados em todo país e, nesse sentido, exigiu um aumento de emergência para todas e todos os trabalhadores aposentados.

Em representação da Coordenadoria Sindical Classista e o PO, Néstor Pitrola pediu que a dupla gratificação seja outorgada imediata, considerando o “descomunal ajuste de Macri”. Também acrescentou: “Exigimos a reabertura das sessões do Congresso. Vemo-nos levantados com uma desvalorização 40%, por isso a mobilização da terça-feira é vital, é uma porta para freiar o ajuste”.

A dirigente do MST, Vilma Ripol, disse: “O gabinete empresarial começou a atuar com um corte nos salários dos trabalhadores e dos aposentados. É preciso dar uma resposta contundente e unitária”.

Por sua parte, Claudio Dellecarbonara, membro do Secretariado Executivo do Sindicato dos Trabalhadores do Metrô (AGTSeP), somou sua voz: “Vemos com muita preocupação as medidas deste governo. A mobilização tem que ser preparatória para as paritárias”. O dirigente chamou também a seguir lutando para frear as demissões, as suspensões e os fechamentos das empresas e fábricas.

O último a fazer uso da palavra foi um representante dos trabalhadores azeiteiros: “A única forma de fazer frente à crise é aumentar os salários para haja mais consumo e mais produção. Chamamos todos reclamar por nossos direitos”.

Fotos: Walter Piedras

*Equipe de Comunicação da CTA

Fonte: http://www.resumenlatinoamericano.org/2015/12/19/argentina-la-cta-la-ctep-y-varias-coordinadoras-sindicales-marcharan-este-martes-a-plaza-de-mayo-contra-el-ajuste/

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

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