FSM repudia ações do governo Milei
Mesa Coordenadora da FSM na Argentina
A Federação Sindical Mundial na Argentina repudia as medidas e ações neofascistas do governo da “Liberdade Avança” e do “PRO”. Assim que o governo de coligação liderado por Javier Milei tomou posse, assistimos a um turbilhão de reformas e medidas que atacam principalmente a realidade das trabalhadoras, dos trabalhadores e do povo como um todo.
Apresentado como um governo de “novo tipo”, vem colocando em prática as receitas mais conservadoras e nefastas que ao longo da história demonstraram sua incapacidade de resolver os problemas, especialmente aqueles que atingem a classe trabalhadora e o povo que habita o território argentino.
Assim que começou a gestão e 48 horas após a posse presidencial, o novíssimo ministro da Economia, Luis Caputo, desvalorizou a moeda nacional em 118%, forçando assim uma queda retumbante do salário (que já estava seriamente prejudicado). Junto com esses anúncios, a Ministra da Segurança, Patricia Bullrich, despachou um protocolo inconstitucional que, além de ser extorsivo em geral, pretende violar garantias constitucionais elementares como o direito de protestar.
Desde a Federação Sindical Mundial entendemos que não há como sustentar um ajuste neoliberal dessa magnitude sem repressão brutal. O governo neofascista de Milei (adepto do panóptico) declara, prepara e atua para reprimir as lutas dos trabalhadores e populares que explodirão no país à medida que o ajuste e a indignação florescerem face ao prejuízo de nossas vidas.
Chovendo sobre o molhado, em rede nacional, o presidente Javier Milei fez um breve discurso que se caracterizou por seu alto conteúdo antipopular e macarthista e profundamente anti-operário, representando um prelúdio para uma bateria de medidas e reformas que, sob a farsa do Decreto de Necessidade e Urgência (DNU), pretendem fugir às estruturas da República e garantir o choque absoluto. Este mega decreto consiste em 300 revogações e modificações de leis.
Estas reformas permitem a venda de empresas estatais, a privatização de clubes de futebol, a liberalização das importações, primarização da indústria e da cadeia de valor, retirada do Estado de setores sensíveis da economia e da vida social e cultural, privatização dos meios de comunicação estatais, ressurgimento de contratos precários, flexibilidade de relações laborais (com um movimento preocupante no sentido da restrição do direito à greve), cessação do pagamento de horas extras (modificação da jornada de trabalho de 8 horas), queda da ultratividade nos acordos coletivos de trabalho, fim das indenizações; entrega da soberania às potências monopolistas transnacionais, eliminação de órgãos de controle de preços, liberalização total da economia, revogação da lei de aluguéis, revogação da lei de gôndolas, revogação da lei de promoção industrial, revogação da lei de promoção comercial, revogação da regulamentação que impede a privatização de empresas públicas, revogação da lei de terras.
A Federação Sindical Mundial – Argentina, parte integrante da realidade e da história do movimento operário argentino, repudia as medidas e ações do governo neofascista de Javier Milei e de seus aliados estrangeiros e locais, declarando-se em estado de alerta permanente.
FEDERAÇÃO SINDICAL MUNDIAL – ARGENTINA
Buenos Aires, 21 de Dezembro de 2023