A CORRUPÇÃO NO BRASIL
As principais ideias contidas numa apresentação feita em uma semana de confraternização de comunistas dos países nórdicos: Suécia, Noruega, Dinamarca e Finlândia – 08/07 até 16/07/2016.
Frank Svensson
1 – O Brasil não foi descoberto por acaso
Navegadores franceses e italianos já haviam estado no Brasil antes que portugueses o “descobriram”.
Escola de Sagres ou não, a localização de Portugal junto a união do Mediterrâneo e os mares do Atlântico Norte e do Sul, estimularam o conhecimento de como singrar os mares e a construção de naus para tanto.
Os portugueses estabeleceram inicialmente, com o conhecimento adquirido e a tecnologia conquistada, uma rede comercial entre os povos ribeirinhos do Mediterrâneo. Com os sírios que haviam trazido da Índia, por via terrestre, o conhecimento de como transformar cana em açúcar, aprenderam como o fazer.
Para uma produção de escala precisavam terras. Muita. Assim resolveram descobrir o Brasil. Elaboraram planos visando aplica-los. Planos que respeitavam o estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas, metade do Globo terrestre para Espanha e a outra metade para Portugal.
O Brasil seria dividido por linhas horizontais paralelas em capitanias hereditárias administradas por nobres portugueses. Vieram a ser construídas sete cidades administrativas. Vila Rica de Ouro Preto foi a ultima. Essa administrou a maior corrida de ouro já havida.
2 – A falta de mão de obra
Os povos que habitavam o Brasil negavam de um modo geral aceitar o regime de escravidão. Os portugueses recorreram ao que haviam conhecido na África oriental: mercadores árabes e até mesmo negros poderosos escravizavam e negociavam seus irmãos menos poderosos.
Com a exploração dos povos ocidentais da África por portugueses, os hábitos da escravidão ali ganharam vulto graças a maior proximidade com o Brasil. Durante quatro séculos e meio desenvolveu-se a maior imigração de escravos do mundo. Fontes angolanas estimam que nove milhões de escravos foram exportados daquele país. Via de regra passaram pelo Brasil também os escravos que seriam sitiados em ilhas do Caribe e no sul do território norte-americano.
3- Produção extensiva de escravos
Os escravos chegados com vida no Brasil eram depois motivo de comercio em mercados especificamente de escravos em varias cidades brasileiras. A Guatemala francesa tornou-se um grande criadouro de novos escravos para os países do Caribe e da América do Norte. Outras metrópoles europeias também negociavam escravos naquele país.
4 – Brasil país do futuro‘
Com o surgimento do Período Industrial no Brasil e o emprego de maquinas capazes de acionar varias ferramentas ao mesmo tempo, se alterou, em quantidade e em qualidade, a força de trabalho no mesmo. Portos mecanizados, ferrovias, containers e distribuição de gás, transportes urbanos, casas, galpões industriais, mercados públicos e estações ferroviárias, construídas com estruturas metálicas, afastaram-nos do domínio português para a dependência para com a Grã-Bretanha. Acrescente-se a isso moinhos de trigo importado, fabricas de fiação e tecidos etc. Surgiu uma nova elite econômica diretamente ligada a bancos estrangeiros.
Stephan Zweig, autor de várias biografias históricas, antevendo os perigo da segunda grande guerra veio se refugiar no Brasil. Fixou residência em Petrópolis e ali escreveu o livro Brasil país do futuro publicado em 1941. Nesse afirma que uma das dificuldades para o Brasil vir a ser um país promissor era o fato do mesmo haver passado de um regime escravocrata direto para um regime modernista sem haver passado por um período Iluminista.
As grandes conquistas e descobertas da ciência, da análise da Natureza e da Sociedade desse período na Europa chegaram por força de importação e não em decorrência de um desenvolvimento global com raízes na realidade brasileira.
Criou-se no Brasil uma elite despolitizada e inculta que face ao conhecimento de qualquer descoberta das possibilidades de alguma produção rendosa imiscui-se para enriquecimento pessoal ou familiar e não para o desenvolvimento social e democrático da nação.
Exemplo flagrante disso foi a recente descoberta do campo petrolífero do pré- sal. As elites brasileiras assustam até os grandes centros do sistema capitalista ao tempo em que muitos acreditavam que melhorando o capitalismo chegaríamos a uma sociedade mais justa e desenvolta.
Mais uma vez evidenciou-se que para o sistema capitalista, trazendo em si o germe de sua autodestruição, não basta querer melhorá-lo.
O comunismo evidencia-se como uma necessidade histórica a ser conquistada.