GREVE GERAL NA ARGENTINA

imagemResumen Latinoamericano – Uma nova seção informativa das lutas sindicais e sociais do povo argentino contra as medidas neoliberais do governo de Mauricio Macri.

Com informação própria e do Mundo Gremial, Info Gremial, Noticias Gremiales, Gremiales del Sur, Corriente Sindical Federal.

Convidamos àqueles que quiserem informar sobre demissões, greves, ocupações, mobilizações e conflitos sindicais diversos, que nos enviem seus boletins e comunicados para resumenrebel@gmail.com

Por LAUTARO FERNANDEZ ELEM

A greve geral de atividades foi sentida fortemente em todo o país. Convocada pela CGT e com a adesão de todas as centrais de trabalhadores, a aceitação foi quase total. As ruas com um escasso movimento deram conta disso. A medida de força reclamada há muito tempo pelas bases sindicais organizadas e também por diferentes setores afetados pela política econômica do macrismo, se estendeu por todo o país e, diferentemente do que assinalou o Ministro Triaca e repetido por muitos meios concentrados, se massificou pela “organização, disciplina e solidariedade” dos trabalhadores e não pela detenção do transporte público.

Às 15 horas começou a coletiva de imprensa do Conselho Diretivo da CGT. Na presença das várias referências sindicais, Juan Carlos Schmid, Héctor Daer e Carlos Acuña avaliaram a medida de força desenvolvida durante a jornada, as causas e os passos a serem seguidos após 06 de abril. O confronto por parte do Governo nacional cresce e os trabalhadores não retrocedem na investida que já dura mais de um ano e recrudesce com as acusações e ameaças por parte do presidente da Nação e do ministro de Trabalho, Jorge Triaca aos dirigentes sindicais.

Juan Carlos Schmid começou assinalando: “É importante assinalar a contundência, a organização e a disciplina na jornada de hoje, além de destacar a participação de PeMEs [Pequenas e Médias Empresas], trabalhadores informais, e todos aqueles que não estão sindicalizados, que sofrem a agressão deste modelo” e, entre outras coisas, assinalou respondendo ao presidente que “se visam as máfias na Argentina, que agem na especulação financeira”. Por outra parte, a liderança dos Transportes indicou que a medida foi acordada previamente pelos diferentes âmbitos orgânicos da Confederação com reuniões no interior do país, que legitimaram e deram força à medida.

A CGT defendeu sua jornada de luta exigindo a mudança do rumo econômico. A virulência das declarações e ações do poder executivo vão crescendo e a resposta se torna mais dura. Os secretários gerais anunciaram que a centra está disposta ao diálogo, porém que devem ser respeitados os acordos e devem se tomadas medidas para restabelecer tanto o poder aquisitivo, como os empregos e as condições trabalhistas perdidas durante o último ano.

“A greve é contundente. Hoje escutamos alguns que estavam contentes porque estavam trabalhando. No entanto, nós estamos tristes porque existem milhões que continuam sem trabalho”, assinalou Daer, que ante a consulta acerca da relação entre a forte aceitação e a adesão dos transportes, respondeu que “se não se trabalhou em uma indústria, em um comércio, em uma fábrica, não se entende a consciência sindical dos trabalhadores que hoje tiveram uma atitude solidária e coletiva. Ficaram apenas com a imagem da Panamericana. A greve é em todo o país”. Em resposta à iniciativa da carteira de trabalho regular com maior firmeza as organizações sindicais quanto ao contingente feminino e ao eleitoral, comentou: “se o governo acredita que o problema é o voto eletrônico, começamos mal o diálogo”.

No salão Felipe Vallese de Azopardo 802, o triunvirato destacou em várias oportunidades as causas e reivindicações que levaram à suspensão das tarefas. “No ano passado, nos falavam de 24% e, finalmente, a inflação superou os 40%, enquanto os sindicatos acordavam entre uns 30 e 35%. No congresso se deu passagem positiva para a Lei Antidemissões e, depois, o presidente a votou. Tampouco se respeitou o diálogo, os empresários não cumpriram com o acordo de frear as demissões. A greve de hoje reúne tudo isso. Têm que escutar o que o povo diz”, destacou Carlos Acuña. “O governo disse que esta greve faz com que perdessem 15 bilhões de pesos. Ninguém faz as contas de quanto perderam os trabalhadores no ano passado. Entre 8 e 10% de perda do poder aquisitivo, representa uma cifra muitíssimo maior que a apresentada”.

Na sexta-feira, o conselho diretivo da central se reunirá para avaliar a jornada e definirá a convocatória ou não, para a próxima semana, para um Comitê Central Confederal como solicitou há semanas a Corriente Federal, que propõe e avalia as ações que empreenderá daqui em diante, reforçando a última decisão e à espera da jogada do governo. No dia 06 de abril, deixou alto o poder de barganha da CGT e já não é possível baixar dali.

A primeira greve geral convocada pela CGT contra as políticas do macrismo foi sentida muito forte

O dia em que o país parou contra Macri

A CGT considerou que a medida foi contundente e reclamou diálogo e mudanças das políticas econômicas de Macri. O Governo colocou em ação o protocolo antipiquetes na Panamericana, onde ocorreu repressão e feridos.

Los integrantes de la CGT dieron dos conferencias de prensa para analizar la marcha de la medida de fuerza.
Os integrantes da CGT fizeram duas coletivas de imprensa para analisar a marcha da medida de força. (Imagem: Télam)

Haviam transcorrido 15 horas desde o começo da greve geral quando o dirigente da CGT, Héctor Daer, qualificou a jornada como “contundente” e reclamou diálogo, porém também uma mudança nas políticas econômicas do presidente Mauricio Macri. Um pouco antes, as duas CTA, a de Hugo Yasky e a de Pablo Micheli, coincidiram na análise, porém se animaram a calcular que a aceitação foi de uns 90%. O Governo, no entanto, não só minimizou a reivindicação, como também reprimiu com dureza os piquetes organizados pelos partidos de esquerda, especialmente na Panamericana, onde ocorreram feridos e detidos.

Contidos e sem refletir alegria pelo êxito da medida de força, os três membros da condução da CGT, Héctor Daer (Saúde), Juan Carlos Schmid (Dragagem) e Carlos Acuña (Estações de Serviço), se prepararam para avaliar a medida de força no histórico salão Felipe Vallese. Daer não só qualificou a jornada como “contundente”, como chamou o Governo para escutar a reivindicação que exige “a retificação das políticas econômicas e sociais”. O dirigente cegetista não evitou a ironia na frase lançada por Macri, horas antes, na inauguração do mini Davos portenho: “Bem-vindos a todos. Que bom que todos estejam aqui”, disse o presidente. Daer respondeu com um lacônico “todavia, estamos tristes porque existem milhões de compatriotas nossos que não têm trabalho”.

Por sua vez, Acuña se concentrou na história da greve, que incluiu a logo vetada Lei Antidemissões, a Ata de Novembro, assinada entre o governo e as centrais empresariais para evitar perdas de postos de trabalho, e o bônus de 2.000 pesos (“Os empresários não cumpriram, porém o governo não se ocupou em garantir que fosse cumprido”), a mobilização de 07 de março e agora a greve, para concluir que “o presidente tem a responsabilidade de escutar o povo, a alta aceitação é para que escute e nós estamos dispostos a acompanhar, para melhorar vida dos argentinos e não de uns poucos”.

Schmid se preocupou em descartar a tese desestabilizadora do governo macrista. “Não estamos promovendo nenhum incêndio social, não está no ânimo dos homens e mulheres terminar o mandato de ninguém”. Logo, afirmou que a CGT tem “vocação de defender o governo eleito, porém isso não significa resignação. Não confundam nossa prudência com a leniência e a espantosa ausência de encontrar soluções para os problemas do país”. Não se esqueceu da acusação presidencial sobre a existência de máfias nos sindicatos e, por isso, disse que “se existe máfia neste país, que sejam buscadas na especulação financeira. É ali onde vão encontrar mais de um mafioso”.

Quando os jornalistas quiseram saber sobre a inexistência, segundo afirmou o próprio Presidente, de um plano B no governo, Daer tomou o microfone e assinalou que “não somos nós que temos que empreender um plano alternativo. Não governamos, porém, sim, somos vítimas de políticas que não trazem consequências favoráveis para a maioria da sociedade”.

A greve nacional, que começou à meia-noite de quarta-feira, foi sentida com força em todo o país e por sua magnitude surpreendeu os próprios organizadores. A adesão dos sindicatos de transporte foi estratégica, porém também resultou importante o respaldo de organizações empresariais e das PeMES [Pequenas e Médias Empresas], que colaboraram junto aos sindicatos para emudecer e esvaziar as zonas comerciais de cada cidade. Apesar do esforço exercido pelo governo, como a liberação de passagens e o livre estacionamento na cidade de Buenos Aires, não conseguiu responder a efetividade da medida de força.

A CGT realizou duas coletivas de imprensa. Quando ocorreu a primeira ação da Gendarmeria, sob a condução do secretário de Segurança, Eugenio Burzaco, já havia ordem de repressão aos piquetes organizados pelos partidos e sindicatos de esquerda. Não existiu piedade com os manifestantes. Os cassetetes, a água e o gás de pimenta foram distribuídos sem distinção. A repressão deixou feridos e detidos.

Durante a primeira coletiva de imprensa, o caminhoneiro Pablo Moyano, disse confiar na reação do governo e na convocação de uma mesa de diálogo, porém advertiu: “Não como ocorreu antes, onde só era para a foto, onde assinavam atas que depois não se cumpriram. Se isso não ocorrer, existirão medidas mais contundentes porque até agora as medidas do governo não foram a favor dos trabalhadores. Creio que está claro que o governo beneficia um pequeno setor”. Inclusive, prognosticou que os investimentos que a Casa Rosada anuncia não virão, porém não por culpa da greve, “mas pelas políticas do governo que baixam a produção pela abertura das importações e provocam a queda do salário. Isso afugenta os investimentos”.

As duas CTA se reuniram na sede que têm no bairro portenho de Monserrat, onde coincidiram em qualificar a medida como “uma jornada histórica”. Yasky disse que “existe um país que plebiscitou, com a adesão à greve, as políticas de ajuste do governo de Macri, que disse basta de colocar teto às paritárias, de aumentos salariais abaixo da inflação e às numerosas demissões”. Micheli, no entanto, afirmou que “os trabalhadores deram uma resposta contundente frente ao aprofundamento das políticas econômicas de ajuste deste governo e o único lugar que teve zero aceitação à greve foi o ‘mini Davos’ de Macri”.

A resposta do Governo à greve nacional, que incluiu a decisão jurídica que o obriga a convocar a paritária nacional docente, foi a provocativa ironia presidencial, a repressão aos piquetes e uma serie de declarações dos principais funcionários do governo. O chefe de Gabinete, Marcos Peña, se limitou a dizer que a ausência de transporte público impediu “os que acompanham a mudança” de irem trabalhar. Por sua parte, o ministro do Trabalho, Jorge Triaca, disse que a greve “foi desnecessária e inoportuna” e se animou a dizer que em várias províncias a greve não afetou a vida cotidiana. No entanto, os informes que chegaram do restante do país contradizem o funcionário. Por acaso, em Jujuy, um dos distritos que com mão de ferro controla Cambiemos através do radical Gerardo Morales, a greve teve uma alta aceitação, assim como em Córdoba, Tucumán, Santiago del Estero, Santa Fe, Chubut, Misiones e La Rioja, entre outras.

Comércio informou alta aceitação à greve na zona oeste da região urbana

O sindicato também denunciou o Carrefour por pressões a trabalhadores.

Greve no setor do comércio. Foto: Easy de Moreno

O Sindicato de Empregados e Trabalhadores do Comércio e Afins da Zona Oeste (SEOCA, sigla em espanhol) informou que foi “contundente” a adesão à greve nacional em grandes comércios dos seis distritos, onde tem ingerência o sindicato que conduz Julio Rubén Ledesma. No entanto, se realizou uma denúncia à empresa Carrefour porque não respeitaram o direito à greve.

Integrantes da comissão diretora e delegados do SEOCA realizaram uma caminhada pelos diferentes centros comerciais, cadeias de hipermercados, supermercados e atacadistas para conhecer o impacto da medida, que qualificam “como exitosa porque existe uma alta aceitação em La Matanza, Morón, Ituzaingó, Merlo, Moreno e Marcos Paz”.

No entanto, os empregados do Carrefour estão sofrendo pressões por parte do patronato com o envio de gernarmeria, a polícia e um escrevente. “Realizamos uma denúncia formal ao Carrefour por todas as pressões que está implantando contra os trabalhadores, porque não respeita o direito à greve, coisa que não existe com as outras empresas da zona”, disse a secretária sindical Ana Lía Vaz.

O SEOCA se somou à greve nacional em protesto à política social e econômica em marcha, em defesa das fontes trabalhistas, a produção nacional e por paritárias livres.

Chubut: A CGT Ubaldini converteu a greve nacional em jornada solidária

Os trabalhadores ajudaram os vizinhos que perderam tudo por conta do temporal que assolou a localidade de Comodoro Rivadavia, em Chubut.

A CGT de Chubut “Saúl Ubaldini”, conduzida por Gustavo Fita, converteu a jornada de greve nacional em uma jornada de solidariedade para ajudar os vizinhos da região a reconstruir a cidade de Comorodo Rivadavia, afetada pelas chuvas e transbordamento do cerro.

Fita, titular da CGT, comunicou ontem que a central que comanda não ia aderir à greve nacional disposta pelas associações gremiais e sindicais do país para trabalhar – “mais que nunca” – para ajudar à população de Comodoro após o temporal que derrubou mais de 2.000 casas e colocou em emergência toda a região.

O dirigente sindical destacou que os trabalhadores acompanharam os cidadãos que perderam tudo e, por este motivo, o conjunto da CGT nacional e a “Saúl Ubaldini” não aderiram à greve por considerar que a situação atravessada por Comodoro Rivadavia, faz com sejam postergados outros interesses setoriais, ainda que louváveis, para acudir em ajuda do povo nesta conjuntura tão grave.

O Prefeito de Comodoro Rivadavia, Carlos Linares, agradeceu publicamente os dirigentes da CGT, a atitude colaborativa e solidária que têm com o povo de Comodoro; ainda assim, Fita disse que do lugar que ocupam vão continuar lutando para que se terminem as demissões. “Porém, nesta oportunidade – manifestou – vamos acompanhar o Prefeito da cidade na reconstrução de Comodoro”, concluiu.

O SiPreBA repudia junto a ARGRA as agressões a dois cinegrafistas

“ARGRA repudia agressões a cinegrafistas

(ARGRA – quinta-feira, 06 de abril de 2017) Durante a Greve geral de hoje, em meio às coberturas jornalísticas que se desenvolveram em distintos pontos da cidade, dois companheiros cinegrafistas foram agredidos. Um deles foi privado de sua liberdade.

Maxi Failla, cinegrafista do diário Clarín, foi agredido fisicamente na ponte de La Noria por um bando. O bando, além de atacá-lo covardemente, tomou-lhe os cartões de memória onde se encontravam as fotos que Maxi tirou até esse momento.

“Hoje estive trabalhando no corte na zona da ponte de La Noria. Cheguei em torno das 6:45 e já havia um grupo de 4 a 10 pessoas cortando. Quando comecei a fazer as fotos de cima de uma caminhonete da Polícia, 4 pessoas me cercaram e disseram que não fizesse fotos. Expliquei que estava fazendo fotos gerais, sem primeiros planos e começaram a me rodear e a bater na câmera. Consegui descer e continuaram os empurrões, até que conseguiram me tirar a câmera e começaram a me bater. Tentei me defender, me separei e pedi que me devolvessem a câmera. Pensei que já tinham roubado, porém, não por sorte, convenci um e me devolveram. No entanto, sem os 2 cartões de memória que tinha dentro. Tenho o nariz um pouco inchado, embaixo do olho machucado e dor no pescoço. Tive que ir aos empurrões, peguei o retorno e voltei a fazer as fotos.”

Daniel Lara, cinegrafista e estudante da ARGRA escola, foi ilegal e ilegitimamente detido durante a cobertura do corte de rota que ocorria na Panamericana e rota 197.

Ambos os casos se enquadram em uma clara submissão do trabalho jornalístico e da liberdade de expressão. Repudiamos os fatos descritos e exigimos das autoridades competentes o esclarecimento dos mesmos.

Comissão Diretora ARGRA”

Justiça ordena o governo a convocar a paritária nacional docente

Por parte do Executivo, já disseram que apelarão da decisão judicial. Os sindicatos do setor realizam outra greve em todo o país.

Bullrich recebeu sindicatos docentes

O tribunal de primeira instância do Trabalho N° 58 aceitou um mandado de segurança apresentado pela União de Docentes Argentinos (UDA), conduzida por Sergio Romero, e ordenou ao ministério do Trabalho da Nação para que no prazo de cinco dias convoque uma negociação a nível nacional com os sindicatos docentes.

O texto defende que a lei de educação nacional ordena que o Governo implante o planejamento orçamentário para cumprir com o objetivo da educação pública. Da parte do ministério de Educação, adiantaram que a decisão será apelada e esperam que seja posta em suspenso a medida, informou El Cronista.

Segundo fontes oficiais, tanto o ministro do Trabalho, Jorge Triaca, como o da Educação, Esteban Bullrich, preparam uma apelação da decisão. Deste modo, vão de encontro com a política implantada pelo macrismo diante das negociações salariais, onde prefere que cada sindicato negocie provincialmente.

À margem da exigência de aumento salarial que supere o nível da cesta básica familiar, os sindicatos docentes do país, desde o princípio do conflito, demandam do governo a convocatória de uma paritária nacional. “Sentimos muita alegria e satisfação”, indicou o titular da UDA em diálogo com Todo Noticias.

O sindicalista docente afirmou que só pedem que “se cumpra a lei”. De sua parte, Esteban Bullrich, considerou, mais tarde em comunicação com TN, que “a decisão tem animosidade”, porque o argumento da decisão “não se comprova”. No entanto, adiantou que o Governo irá apelar.

“Há vinte províncias que não fecharam paritárias”, assegurou Baradel

O dirigente da CTERA disse que na maioria das províncias do país continua o conflito docente, e no âmbito bonaerense, reclamou a Vidal que cumpra as decisões jurídicas.

Roberto Baradel

O titular do sindicato docente bonaerense e referência da CTERA, Roberto Baradel, afirmou que está disposto a gerar um “impasse” na greve de professores se a governadora bonaerense, María Eugenia Vidal, cumprir as decisões judiciais em favor dos professores.

O líder docente falou depois da decisão do tribunal do fórum trabalhista, que nesta quinta-feira ordenou o Governo a convocar a paritária nacional docente dentro de cinco dias, e afirmou que “fica claro que os docentes tinham razão”. E traçou um panorama da situação docente em todo o país: “Existem vinte províncias que não fecharam paritárias”, disse.

“Se Vidal está disposta a cumprir com as decisões, estamos dispostos a fazer um impasse, estamos em condições de canalizar este conflito”, disse Baradel. E assegurou que os docentes não estão em guerra com o Governo, mas que querem “um salário digno”. Ao mesmo tempo, reafirmou que “não serão repostos os dias de aula” perdidos pelas greves.

Consultado sobre a decisão do Governo de instar as organizações sindicais a ter maior transparência na eleição de autoridades, o sindicalista disse que está de acordo com o Governo em referência a que “exista democracia sindical”. Baradel afirmou: “Se aprovaram os balanços. Em nosso sindicato sempre existiu democracia sindical”.

Em diálogo com C5N, Baradel apontou finalmente contra o ministro do Trabalho, Jorge Triaca: “Com a trajetória que ele e sua família têm, teria que revisar quando fala de burocracia sindical”.

Pedreiros, sobre o plano de habitações: “Que não seja outra promessa não cumprida”

O sindicato dos Pedreiros opinou sobre o acordo federal para a construção e disse que “embora seja um passo adiante, de nenhuma maneira é uma solução definitiva”.

Luis Cáceres, líder da UOLRA

O secretário geral da União Operária de Pedreiros da República Argentina (UOLRA, sigla em espanhol), Luis Cáceres, se referiu ao plano anunciado pelo Governo de Mauricio Macri, que permitirá construir 100 mil habitações e gerará igual número de postos de trabalho, e pediu “que não seja outra promessa não cumprida”.

“O plano anunciado ontem pelo Governo é, em princípio, uma medida muito esperada em um setor muito castigado como o da construção. Embora seja um passo adiante, de nenhuma maneira é uma solução definitiva”, afirmou Cáceres em relação à medida.

O plano prevê um investimento privado de $150.000 milhões, busca somar 100.000 novos trabalhadores e tem como finalidade gerar uma redução de 10% no preço dos imóveis familiares que se construam este ano. “Esperamos que não seja outra promessa não cumprida”, sentenciou.

No entanto, a construção atravessa um mau momento. Em fevereiro – segundo dados do Indec – caiu 3,4% com relação há um ano. Além disso, a expansão da obra pública não alcança para reviver a economia. Por sua parte, a atividade privada – 75% do total do setor – não pode decolar.

Cabe esclarecer também que, nesta região (sempre segundo cifras oficiais) se perderam em 2016 cerca de 60.000 postos apesar de existir um leve aumento nos últimos meses. A respeito, o dirigente disse que “a situação atual é realmente crítica. O setor da construção sofre as consequências dos equívocos políticos que ocorreram no atual governo, principalmente no último ano”.

Assim, voltou a referir-se à greve nacional da próxima quinta-feira ao defender que “os trabalhadores vão manifestar-se para que aqueles que conduzem o país os escutem. Só pedimos o que acreditamos que é justo e isso são condições mais dignas para os trabalhadores”.

A corrente de mulheres sindicalistas repudiou a tentativa “intervencionista” de Tricas nos sindicatos

Após a normativa publicada pelo Ministério do Trabalho para estabelecer normas às comissões diretoras dos sindicatos, a Corrente de Mulheres Sindicalistas repudiou a tentativa “intervencionista” da carteira de trabalho.

A Corrente de Mulheres Sindicalistas, vertente ligada à Corrente Federal dos Trabalhadores, saiu a questionar as tentativas do Ministério do Trabalho de ter ingerência sobre as organizações sindicais.

“Ante os diversos ataques ao Movimento Operário Organizado”, o agrupamento condenou “uma clara intenção intervencionista aos sindicatos através da verificação do efetivo cumprimento da cota feminina (entre outras questões)”.

As dirigentes, referenciadas na figura de Vanesa Siley, Secretária Geral do SiTraJu, denunciaram “toda tentativa de perseguição e intervenção do Poder Executivo e dos patrões nas organizações sindicais”.

Além disso, expressaram que lutam pela “incorporação das mulheres à militância sindical e aos cargos representativos com o firme convencimento de que, assim, fortalecemos o Movimento Operário para lutar por uma sociedade mais justa e igualitária”.

Por último, defenderam que não permitirão que utilizem suas vozes, demandas e direitos para destruir os sindicatos; e ratificaram que “o Governo de CEOs e os patrões, que destroem empregos e cerceia direitos” sempre as terão enfrentando.

Distantes da pauta oficial, Aeronavegantes acordou 38,5% com a empresa Andes

Destroçando o teto salarial do oficialismo, o sindicato dos Aeronavegantes acordou um aumento salarial de 38,5% em três parcelas com a Aerolíneas Andes.

A Associação Argentina de Aeronavegantes, conduzida pelo moyanista Juan Pablo Brey, anunciou um acordo paritário com a empresa Andes que prevé uma recomposição de 38,5% retroativa a janeiro passado, além da incorporação do pagamento de “horas garantidas”, capacitação, atendimento ao cliente e de uma bonificação por produção.

“Esta é uma reivindicação salarial muito importante para nosso sindicato, não só porque permite recuperar o salário perdido pela inflação, mas também pela recuperação do piso de horas garantidas, que permitirá o pagamento de 10 horas voo para os cargos de chefe de cabine e auxiliar de bordo: isto é, $1.400 y $1.050 respectivamente”, disse Brey, que também é secretário de imprensa da Confederação Argentina de Trabalhadores do Transporte (CATT) e secretário de Juventude e Proteção da Infância da CGT.

O aumento salarial de 38,5% será pago de forma escalonada em três cotas: a primeira de 22% desde 1° de janeiro, a segunda de 9% a cobrar-se com o salário de julho, e a última de 4,5% a abonar-se a partir do mês de dezembro.

Da mesma forma, incluirá um pagamento por capacitação e atendimento ao cliente, que será de “4.500 pesos para o cargo de Chefe de Cabine e 4.000 para o cargo de auxiliar, de pagamento único e extraordinário a perceber em abril de 2017”; e uma bonificação por produção, de “7.202 pesos para o cargo de Chefe de Cabine e 5.673 para o cargo de auxiliar de bordo”, a pagar-se com o salário de outubro próximo.

Por último, se acordou a recomposição de viáticos, cujas somas serão de “500 pesos para atividade de voos regulares, não regular, nacional, regional e internacional sem pernoite”, e de “95 dólares por dia em pernoites internacionais”.

Andes Líneas Aéreas S.A. é uma sociedade anônima que se constituiu e foi inscrita em 2004 com o objetivo social de ser uma linha aérea para desenvolver atividades no país e no exterior com aeronaves de grande porte nos mercados regulares e não regulares (voos charter) de passageiros e carga.

Detectam 73% de emprego informal nas fazendas de Salta

Uma serie de operativos realizados por agentes da AFIP em Salta, detectaram que 73% dos trabalhadores de uma serraria e duas fazendas não estavam registrados, e realizavam tarefas em condições precárias de segurança e higiene.

“A Administração Federal de Receita Pública (AFIP, sigla em espanhol), através da Direção Geral dos Recursos da Seguridade Social, detectou 73% de trabalhadores ilegais, que realizavam suas tarefas em péssimas condições de segurança e higiene, em operativos levados a cabo em uma serraria e duas fazendas rurais da província de Salta”, difundiu o organismo em um comunicado.

Os operativos se realizaram em uma serraria e duas fazendas, onde levaram 127 trabalhadores, dos quais 93 não estavam registrados e, tampouco, tinham cobertura social alguma.

Nas fazendas dedicadas ao cultivo de hortaliças e tomates, próximas à localidade de Pichanal, identificaram 84 pessoas que “trabalhavam em condições de extrema precariedade, todas elas sem registro”.

No entanto, na serraria localizada na cidade de Orán “100% dos trabalhadores ali presentes, um total de nove pessoas, não tinham sido declaradas por seu empregador”.

Grupo da UTA atacou com arma de fogo motoristas da linha ESTE

Os motoristas da linha ESTE denunciam e repudiam a gravíssima atitude perseguidora e intimidadora da condução da UTA La Plata para conosco, que chegou ao limite de terem disparado com uma arma de fogo na tarde ontem contra nos.

Encontrávamo-nos na casa de um companheiro na localidade de Berisso mantendo uma reunião do agrupamento El Bondi, quando nos inteiramos que uma pessoa (Maturi Hugo Vicente, motorista da Linha 202) estava tirando fotos da placa de todos os nossos carros. Quando saímos e nos aproximamos dessa pessoa, pudemos ver que essas imagens estavam sendo enviadas ao diretor da UTA La Plata, Rubén Landa. Em seguida, outra pessoa se aproximou em um Renault Clio cinza (placa MOM144), sacou uma arma e efetuou dois disparos contra nós, e ambos foram embora nesse carro.

O agressor armado é Rubén Oscar Sisterna, motorista da 202 e parte do grupo de Oscar Pedroza, Secretário Geral da UTA La Plata. Felizmente, já se encontra detido.

Responsabilizamos a condução da UTA La Plata, o Prefeito Julio Garro e o Ministério do Trabalho da Província ante qualquer agressão deste tipo contra a nossa integridade física. Isto é produto de um conflito não resolvido, que já conta com inúmeros demitidos, dezenas de motoristas precarizados, e uma ausência total de democracia sindical.

Chamamos a todos os motoristas, trabalhadores, os sindicatos e organizações políticas e de direitos humanos a repudiar a ação da condução da UTA, pedimos castigo aos responsáveis por esta terrível agressão, e chamamos os funcionários do Estado a assumirem a situação.

Fonte: http://www.resumenlatinoamericano.org/2017/04/07/argentina-resumen-gremial-paro-general-contundente-medida-de-fuerza-el-gremio-de-comercio-informo-alto-acatamiento-al-paro-en-la-zona-oeste-del-conurbano-chubut-la-cgt-ubaldini-convirtio-el/

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

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