Greve Geral dia 28 foi um passo firme
Agora é avançar na luta para derrotar as reformas de Temer
A greve geral ocorrida no último dia 28, convocada pelas centrais sindicais, partidos políticos e movimentos sociais diversos, foi amplamente vitoriosa. Foram milhões de trabalhadores nas ruas, milhões em greve. Contando com forte apoio, a greve geral refletiu a insatisfação geral dos trabalhadores brasileiros com as reformas trabalhista e da previdência, com os cortes de gastos, o desmonte da Saúde e da Educação públicas e com o governo Temer, golpista, corrupto, autoritário, ilegítimo. No 1º de Maio, dia internacional do trabalhador, as ruas foram, mais uma vez, ocupadas por milhões de trabalhadores em luta. Retomou-se o protagonismo da classe trabalhadora na luta política, na luta contra o capital.
Além das insatisfações, contribuiu muito para o sucesso da greve geral o fato de ela ter sido convocada por centrais sindicais e forças políticas distintas, se constituindo numa frente única de combate às reformas. Conseguimos transformar a insatisfação geral em indignação e a indignação em luta.
A intensa e covarde repressão do governo Temer ao movimento grevista teve o claro objetivo de impedir que grandes atos se realizassem. O oligopólio midiático boicotou a divulgação da greve nos dias que a antecederam e, no dia da paralisação, focou a cobertura nos bloqueios de estradas e nas ações radicalizadas diante da violenta repressão policial. Mesmo assim, não puderam ignorar as manifestações, dadas a dimensão e a extensão dos protestos.
As reformas têm explícito interesse empresarial, uma vez que favorecem a acumulação do capital pelos grandes grupos econômicos, ao fragilizar ao máximo as relações de trabalho para aumentar a taxa de exploração sobre a classe trabalhadora. As medidas do governo Temer visam o corte de gastos sociais para financiar as grandes empresas e apoiá-las com financiamentos baratos, isenções de impostos, contratos privilegiados e outras vantagens.
A retirada de direitos está em curso desde os anos 90, nos governos Collor e FHC, e são parte do processo geral de ofensiva do capital, apoiado pelas políticas neoliberais adotadas desde então. Não foram revertidas pelos governos petistas, que apenas reduziram a sua intensidade, razão suficiente para serem afastados pelos seus próprios aliados diante do recrudescimento da crise capitalista.
O momento exige a continuidade e o fortalecimento das manifestações, a ampliação da unidade contra as reformas, apontando para a construção, no curto prazo, de uma nova greve geral. Diante da gravidade da crise política e econômica, é urgente a construção de um programa de lutas para a classe trabalhadora, de caráter anticapitalista, que aponte para uma alternativa de poder popular, rumo ao socialismo.
Partido Comunista Brasileiro (PCB) – Comissão Política Nacional