OLHAR COMUNISTA – 03/05/2017

imagemDesemprego oficial atinge 14,2 milhões de trabalhadores

O número, correspondente ao primeiro trimestre de 2017, equivale a 13% da força de trabalho e aumentou em cerca de 3 milhões em um ano. É um recorde negativo, segundo o IBGE.

A força de trabalho é composta por trabalhadores entre 15 e 65 anos de idade (faixa recomendada pela Organização Internacional do Trabalho) que tenham perdido emprego registrado (70% dos que perderam emprego tinham carteira assinada) ou se apresentado no Ministério ou nas Secretarias de Trabalho Estaduais ou Municipais ou órgãos equivalentes.

Esse número não reflete os subempregados (que ocupam empregos não qualificados), nem os que não encontram ocupação no ofício que desejam exercer, tampouco registra a totalidade dos trabalhadores informais, ou seja, sem qualquer registro. Se estes contingentes forem considerados, o número total chega a cerca de 22 milhões.


Aumento da violência e da criminalidade em todo o país

Vêm aumentando, significativamente, nos últimos tempos, os registros de crimes e atos de violência no Brasil. São mais assaltos, furtos, agressões e guerras entre grupos criminosos por toda parte, gerando uma sensação de insegurança na população. No Rio de Janeiro, o comércio em áreas nobres vem sendo fechado pelo tráfico, e o volume de ocorrências voltou aos patamares de antes da implantação das Unidades de Polícia Pacificadora – as UPPs, da Polícia Militar – nas comunidades proletárias. Esses dados se somam aos da crise dos presídios, superlotados, que já mostraram a falência do modelo policial-judicial-prisional brasileiro.

A presença ostensiva da Polícia Militar nas comunidades, como a do chamado “Complexo do Alemão”, no Rio de Janeiro, entre muitas outras, com a justificativa de combater o tráfico de drogas e retirar da região as quadrilhas organizadas, se obteve algum resultado nos primeiros momentos, já mostrou a sua incapacidade de resolver o problema: o tráfico se recompôs, e os grupos criminosos voltaram a atuar de forma generalizada. Durante todo este tempo, as UPPs contribuíram, de fato, para aprofundar o processo de criminalização das comunidades proletárias e de repressão generalizada aos movimentos sociais.

É sabido que o combate às drogas pela repressão policial é ineficaz, e que morre mais gente por conta dessas ações do que pelo uso das drogas em si. A presença da Polícia nessas regiões é a presença do Estado. No entanto, esse mesmo Estado não está presente na saúde, na Educação, esse Estado não garante o emprego, não constrói, nessas comunidades, a infraestrutura urbana necessária ao bem-estar, não oferece programas habitacionais para os trabalhadores que residem nessas áreas, onde as condições de vida são as mais precárias e desumanas.

O nível de desemprego e subemprego atual, extremamente elevados, dão a base para o crescimento das estruturas criminosas, que oferecem emprego e renda.

O caminho da superação desse quadro requer um projeto de desenvolvimento voltado para a justiça social, um novo enfoque para o combate às drogas, com a sua legalização diferenciada, cautelosa e bem estudada, e o fim da Polícia Militar, com sua substituição por outra polícia, civil, sob controle da população.


Aviação comercial aumenta a desigualdade no Brasil

O número de cidades atendidas por voos regionais caiu de 180 para 122, e, em um terço delas, não há concorrência.

São dados divulgados por O Globo, em sua edição de 30 de abril. Os números denotam o caráter oligopolista do setor, onde 4 empresas controlam mais de 90% do tráfego e detêm, assim, grande poder de fixar preços e, em acordos entre si, dividirem rotas.

São os resultados da desregulamentação operada no setor, nas últimas décadas, que, aliada à ausência de empresas estatais em operação, permite que as empresas “otimizem” suas rotas e conexões, trazendo desconforto e preços elevados aos passageiros e deixando fora do mapa, literalmente, as cidades para onde “não vale a pena” voar.


Aumenta o ativismo político nos Estados Unidos

Diversas marchas populares, com críticas e denúncias ao governo Trump e reivindicações políticas, marcaram as comemorações do 1º de Maio nos Estados Unidos. Entre as principais bandeiras estavam a defesa do meio ambiente, do movimento feminista, dos refugiados e imigrantes, do direito ao aborto, da liberdade religiosa, da paz, da ciência e dos direitos trabalhistas e contra o porte de armas.

Vem aumentando, também, nos EUA, a filiação a partidos e organizações políticas. São sinais de uma retomada maior das lutas por direitos civis que marcaram os anos 60 e 70 naquele país, em que mais e mais trabalhadores e trabalhadoras voltam a se organizar.


Boff propõe que PT faça autocrítica

O teólogo Leonardo Boff defendeu que o Partido dos Trabalhadores faça uma séria autocrítica de sua trajetória nas últimas décadas a partir da próxima reunião da Executiva Nacional do partido. “O PT precisa se refundar”, disse Boff em entrevista a O Globo, quando também afirmou que “petistas foram mordidos pela mosca do poder”.

Trata-se do depoimento de um militante sincero que, como muitos outros, buscam resgatar o PT para o caminho das lutas populares. Algo que parece cada vez mais distante do horizonte, se forem analisados os discursos recentes dos seus mais destacados dirigentes – nos quais não se percebe intenção alguma de autocrítica -; a continuidade de práticas fisiológicas de políticos da legenda, que participam de governos municipais e estaduais comandados por partidos burgueses; assim como o objetivo maior de voltar ao centro do poder, por meio de articulações com vistas às eleições de 2018, para as quais deverão se manter as alianças com grandes empresários e banqueiros.