Cuba: Sempre é 26

imagempor Graciela Ramírez

Toda Cuba comemora o 64° Aniversário do assalto aos quartéis de Moncada e Manuel de Cespedes. A façanha daqueles jovens encabeçados por Fidel e Abel Santamaria gerou a tomada do céu por assalto para mudar para sempre o destino que o império – a apenas 90 milhas de distância – tinha imposto a Cuba.

Fidel sempre dizia que foi Jose Martí o verdadeiro inspirador do 26 de julho.

Muitos daqueles jovens que se levantaram contra a sangrenta ditadura de Batista pagaram com sua vida, após sofrer terrível tortura, a ação heroica que marcaria o começo da Revolução Cubana, que ocorreria três anos depois.

Uma noite como esta, de intenso verão, saíram os moncadistas do modesto apartamento que alugavam os Santamaria, muito próximo da Universidade de Havana, na rua 25 e O.

Quando se tem ocasião de conhecê-lo, hoje convertido em Museu Abel Santamaria, emociona pensar que a pequena salinha, o refrigerador a querosene, o único quarto e o único banheiro, albergaram a tantos martianos de entre 20 e 25 anos. E na única cama disponível, no sofá onde não cabiam as longas pernas de Fidel, e no solo com apenas uma manta, passaram muitas madrugadas. As armas que iam sendo adquiridas através de coletas, sempre clandestinas e solidárias, eram guardadas em um saco, escondidas no banheiro. No museu, nos contam que antes do assalto a política suspeitou do movimento que tinha o apartamento, supostamente de estudo, tão próximo à Alma Mater. Quando um dos assaltantes avisou Haydee Santamaria que a polícia revistaria o lugar, rapidamente tomou o saco das armas e o pendurou pela janela do banheiro, que dava para o exterior, evitando que as armas caíssem nas mãos da polícia e se frustrasse a ação.

Essa mesma Haydee, Yeye como todos a chamavam, foi encarcerada e reprimida junto a Melba Hernandez. Fidel falava dela emocionado, ao reconhecer os enormes valores de Haydee. Após o assassinato de seu namorado, os assassinos batistianos arrancaram os olhos de seu irmão Abel.

Para destruí-la moralmente, os torturadores intimaram que Haydee confessasse quem era o autor e dirigente máximo do assalto ao Monacada.

Haydee respondeu: “se vocês arrancaram os olhos de meu irmão e ele não disse, como pretendem que eu diga?”.

Recrutaram-se 1.200 homens e mulheres que colaboraram em diferentes tarefas. Deles, participou das ações um total de 167. Seis morreram combatendo, 55 foram assassinados selvagemente. Outros, entre eles Raúl e Fidel, sofreram a prisão e muitas privações na Ilha de Pinos. A mesma localidade em que Jose Martí, sendo apenas um jovem, também foi sido detido.

Essa é parte da história heróica que começou uma madrugada como a de hoje e que vive no coração, nas ideias e é parte dos princípios desta Revolução heroica, dos humildes, para os humildes e pelos humildes. Levar a braçadeira vermelha e preta do 26/7 é parte do orgulho de uma nação que, desde a luta dos mambises até hoje, decidiu ser livre, justa, soberana, anticolonialista, anti-imperialista e Socialista.

Ondula a bandeira cubana nas portas, balcões e edifícios junto à bandeira do 26 de Julho. Os rostos de Martí, Fidel, Abel e Vilma se multiplicam em toda Cuba. Pela primeira vez em 64 anos, esta celebração terá Fidel – como sempre o teve – bem à esquerda e no centro do coração.

Fonte: http://www.resumenlatinoamericano.org/2017/07/26/cuba-siempre-es-26-resumen-latinoamericano-en-pinar-del-rio-sede-de-la-conmemoracion-del-ataque-al-moncada/

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

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