PC de Argentina: CELAC – nova ferramenta para as propostas de libertação de Nossa América
BUENOS AIRES, 8 JUN. 2011, TRIBUNA POPULAR TP/Editorial de Nossa Proposta, em 9 de junho de 2011.
No ano passado, em Cancún, o Grupo del Río acordou a criação da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e do Caribe, CELAC, composta por trinta e dois países, com deliberada exclusão dos Estados Unidos, Canadá e Espanha, com o objetivo de se contrapor à influência norte-americana.
Em abril, foram aprovados o documento estrutural e os estatutos do organismo regional que delinearão políticas de segurança alimentar, saúde, educação, tecnologia e esportes. Em 5 de julho, em Caracas, Venezuela, data do bicentenário da Independência da República Bolivariana da Venezuela, se instalará a Comunidade com a aprovação da Carta de Direitos Sociais, além de um fundo para erradicar a pobreza.
Esta unificação das distintas instâncias do acordo regional evidencia ainda mais, se possível, o curso declinante da Organização dos Estados Americanos, como bem disse Raúl Castro, fruto da Guerra Fria, e de suas doutrinas obsoletas, atuantes como ministério das colônias dos Estados Unidos.
Por essa razão, o Presidente cubano assegurou que Cuba não regressará jamais à OEA, e sim, se agregará ao CELAC.
Por isto merece destaque a firme posição do Equador ao tratar do reingresso de Honduras à OEA. Seu presidente, Correa, se manteve fiel ao princípio de que os acordos sobre o assunto, não deveriam ter se sobreposto às sanções aos golpistas e ao regime por eles instaurado, pelos crimes e violações dos direitos humanos ao reprimir os protestos populares. É neste contexto contraditório que o povo hondurenho enfrenta agora uma nova etapa de sua luta, uma resistência sangrenta de oposição à oligarquia e aos políticos golpistas.
De igual maneira, o povo venezuelano se levantou para repudiar a qualificação de “auxiliares do terrorismo”, dada pelo Pentágono, já que a empresa venezuelana PDVSA retomou o direito de promover projetos e relações com o Irã, sócio-petroleiro, sem consultar o departamento de Estado que, gananciosamente, quer os poços de gás, petróleo e água doce, oitava maior reserva do planeta.
Por estas razões tão valiosas, os povos venezuelano e latino-americanos merecem, como explica o Partido Comunista da Venezuela, o fim da política de entrega de prisioneiros e de toda a colaboração com países imperialistas e seus lacaios, neste caso, o presidente colombiano Santos.
É preciso acrescentar que o Peru vem se distanciando do eixo preparado pelos Estados Unidos na zona andina com o triunfo de Ollanta Humala, seguindo assim, avanços e retrocessos, pressões e fatos alentadores, do mesmo modo como acontece em nossos países.
Hoje, com importantes avanços nas políticas anti-neoliberais, as circunstâncias clamam a necessidade de compreender que, na presente situação, onde a cultura política se fortalece e se planejam novas aspirações, o sucesso não será alcançado com governos um pouco melhores que os anteriores e nem com melhorias nas situações econômico-sociais. Para isso, é preciso ter programas, forças políticas sólidas e democráticas, de caráter libertador, que possam realizar mudanças reais.
Tradução: Maria Fernanda M. Scelza