PCChileno chama à solidariedade com os presos políticos mapuche
Santiago 26 de Maio de 2011. O Partido Comunista do Chile denuncia à comunidade internacional a crítica situação em que vivem os quatro Presos Políticos Mapuche que se encontram em greve de fome desde o dia 15 de março de 2011 na prisão de Angol, no sul do nosso país, e o criminoso silêncio do governo de Sebastián Piñera ante suas demandas e a grave situação de saúde em que se encontram.
Trata-se dos companheiros Héctor Llaitul Carrillanca, Jonathan Sady Huillical, José Santiago Huenuche Reiman e Ramón Llanquileo Pilquiman, que tomaram parte na greve de fome de mais de 80 dias sustentada por mais de trinta mapuches em meados do ano passado em distintas prisões das regiões do Biobio e la Araucanía, que culminou com um acordo subscrito pelo governo na mesa de diálogo levada adiante com a mediação da Igreja Católica.
Tal como têm denunciado os porta-vozes dos Presos Políticos Mapuche, as condenações ditadas pela justiça penal contra os quatro companheiros, sentenciados a penas entre 20 e 25 anos de cárcere, no marco de um julgamento realizado com o amparo da lei antiterrorista, fazendo uso de testemunhas sem rosto e outras ferramentas legais aberrantes que contempla a dita lei, são uma clara demonstração do descumprimento do governo dos acordos subscritos com as organizações mapuches, particularmente em quanto a evitar seu enquadramento pela lei antiterrorista.
Os advogados defensores destas causas e a própria Defensora Penal Pública Nacional, Paula Vial, reclamaram reiteradamente das irregularidades do processo em que foram condenados, expressando que no dito processo se viu gravemente aniquilado seu direito à defesa, razão pela qual foi apresentado ante a Corte Suprema um recurso de nulidade deste julgamento, que ainda se encontra em tramitação.
Repetindo sua atuação do ano passado, o governo de Sebastián Piñera esquiva sua responsabilidade política e demonstra, uma vez mais, seu desprezo pela proteção dos direitos humanos, o que se assinala claramente nas declarações do subsecretário da Presidência, Claudio Alvarado, que declarou nos últimos dias que diante do “resultado final do julgamento e a condenação, eles argumentam que o processo não lhes deu plena garantia, porém isso já não é problema do governo.” Ou seja, o governo do Chile declara que o flagrante atropelo dos direitos humanos e a vulneração das garantias constitucionais não é seu problema!
Neste contexto, o Partido Comunista do Chile faz um chamado a todas as forças democráticas do mundo a estender a solidariedade internacional com os quatro companheiros mapuche que já completam 74 dias de greve de fome. Nosso chamado é para impulsionar manifestações perante as representações chilenas ao redor do mundo e as ações oficiais que exijam do governo chileno uma solução imediata para este conflito.
Fonte: http://www.pcchile.cl/index.phpoption=com_content&task=view&id=2801&Itemid=2