KKE: Tirem as mãos do direito de greve!
BOLETIM DO PARTIDO COMUNISTA DA GRÉCIA (KKE) – 06.12.2017
“A emenda legislativa que ataca o direito de greve não passará. Inclusive, caso seja aprovada, os trabalhadores a cancelarão na prática”. Esta foi a mensagem clara que enviaram os trabalhadores que responderam imediatamente ao chamamento da Frente Militante de Todos os Trabalhadores (PAME), das organizações sindicais com orientação de classe, participando das manifestações que ocorreram em 5 de dezembro de 2017, em Atenas, e em muitas cidades em todo o país.
Em 4 de dezembro à noite, o governo de SYRIZA-ANEL tentou aprovar de maneira dissimulada e como um ladrão a abolição do direito de greve. Não conseguiu levar à cabo o plano inicial, retirando a emenda pouco antes da meia-noite do mesmo dia, depois da reação do KKE e das organizações sindicais, que denunciaram de imediato as ações miseráveis do governo e organizaram uma manifestação para a hora prevista para a discussão e votação da emenda. Em qualquer caso, o governo que faz o trabalho sujo para o capital, segue adiante com seu plano anti-operário e planeja trazer de novo a emenda em outro projeto de lei.
Com este projeto de lei, o governo estabelece como condição prévia para a convocatória de greve que a decisão tenha o apoio de 50% + 1 dos trabalhadores em assembleia e na votação. E isto, como denunciou Dimitris Koutsoumpas, Secretário Geral do CC do KKE, no parlamento, ocorre em condições quando a arbitrariedade dos empregadores, a intimidação, a chantagem de demissão, levam os trabalhadores a atuarem escondidos, inclusive para informar-se, ou para discutir de maneira coletiva, ou para organizar uma assembleia, uma mobilização, ou uma greve, como se estivessem em condições de profunda ilegalidade.
O Secretário Geral do Comitê Central do KKE destacou, entre outras coisas: “Seu governo é implacável, sem arrependimento, no que se trata de servir os interesses do capital. Seus quadros chegam ao ponto de dizer que desta maneira estão fortalecendo a democracia nos sindicatos. Quebraram todos os recordes! A Federação Helênica de Empresas certamente está chorando emocionada neste momento. Não imaginaram em seus sonhos mais loucos ter um servo tão capaz. Por esta razão vocês recebem todas estas felicitações, como disse antes, de seus ‘sócios’ na União Europeia”.
Além disso, Dimitris Koutsoumpas, advertiu ao governo antipopular: “Estão bem equivocados se acreditam que este monstro será aplicado. Os trabalhadores o cancelarão com sua organização e sua luta, assim como cancelarão toda tentativa de dificultar sua luta, o progresso social, e, em algum momento, abandonarão todos os representantes políticos deste sistema podre de exploração”.
O governo enfrentou os trabalhadores com as forças antidistúrbios e com gases lacrimogêneos
Os trabalhadores responderam de maneira imediata e combativa contra os planos anti-operários do governo, da União Europeia e do capital de abolir o direito de greve, participando da mobilização da Frente Militante de Todos os Trabalhadores (PAME) em Atenas, em 5 de dezembro, ao meio-dia.
Os manifestantes do PAME, depois de seu protesto, se dirigiram de maneira organizada rumo ao ministério de “Trabalho”, que foi fechado e a direção política tinha desaparecido.
Os operários responderam a esta nova provocação elevando as persianas e entraram no pórtico que conduz à entrada do ministério contra o esforço das forças antidistúrbios de impedi-los. A intervenção da polícia causou feridos entre os manifestantes, e um deles foi presidente do sindicato dos trabalhadores da Organização Administrativa Local da região de Ática.
Os operários tiraram uma por uma das letras do letreiro do “MINISTÉRIO DO TRABALHO” para mostrar que o ministério não é dos trabalhadores, mas sim dos empregadores.
A seguir, a mobilização se dirigiu para o parlamento com as consignas: “A greve é direito dos trabalhadores, conquistado com lutas, sangue e sacrifícios”, “Adiante, por sindicatos dos trabalhadores e não do governo dos empregadores”. Quando os trabalhadores chegaram em frente ao parlamento, escreveram em sua entrada em vermelho a consigna “Tirem as mãos da greve” e “entregaram” as letras que tinham tirado do letreiro do ministério.
A marcha se dirigiu ao Palácio do Primeiro Ministro, onde o governo “deu as boas-vindas” aos manifestantes formando barreiras nas ruas com as caminhonetes da polícia e lançando gases lacrimogêneos contra os manifestantes, confirmando seu autoritarismo.
A mobilização terminou com o discurso de Nikos Mavrokéfalos, membro do Secretariado Executivo do PAME, aos manifestantes: “Esta foi uma primeira resposta. Que não se atrevam a trazer de modo inesperado leis contra o direito à greve. A clase operária responderá decisivamente. Vamos dar todas as nossas forças a partir deste momento, a cada dia, nos centros de trabalho, nos ramos, sem perder termpo, para falar com os trabalhadores, para preparar a organização e a escalada de nossas lutas, para preparar uma exitosa greve para o dia 14 de dezembro”.
Dezenas de mensagens de solidariedade de todo o mundo chegaram ao PAME. A Federação Sindical Mundial também emitiu um comunicado condenando os planos antioperários.
https://inter.kke.gr/es/articles/Manos-fuera-del-derecho-de-huelga/