71 anos da posse da bancada comunista no Ceará
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o papel da União Soviética trouxe reflexos para o movimento comunista internacional, tendo no Brasil sua expressão com o breve período de legalidade para o Partido Comunista Brasileiro (PCB). Com a Constituinte de 1946, o PCB conquistou um grau de participação notório no parlamento, com a eleição da bancada comunista e tendo Luís Carlos Prestes a maior votação para o Senado.
No Ceará, a situação não foi diferente. Nas eleições parlamentares estaduais, em 1947, o PCB obteve duas vagas, ocupadas pelo médico José Pontes Neto e o pedreiro José Marinho de Vasconcelos, sendo este o primeiro operário a ocupar uma vaga no parlamento cearense.
Membro do Comitê Central, José Marinho, junto com Pontes Neto, era o “porta-voz da população”, como ficou conhecido durante o breve mandato da bancada comunista, levando à Assembleia Legislativa questões como melhorias salariais, reforma agrária, preços dos bens de consumo básico dos trabalhadores, etc.
A bancada durou apenas de 24 de fevereiro de 1947 a 8 de janeiro de 1948, quando o PCB entrou novamente na ilegalidade e teve seus mandatos cassados. José Marinho de Vasconcelos, sem nunca ter sua cassação parlamentar anulada, veio a falecer em 1984, vítima de um ataque cardíaco, retornando ao Ceará após um tratamento médico em Moscou, para ser enterrado em sua terra natal.