PCB 103 anos: uma história de lutas

Fomos, Somos e Seremos Comunistas!

O Partido Comunista Brasileiro comemora, no dia 25 de março, 103 anos de existência, na mais longeva trajetória de vida de um partido no Brasil, marcada pelas lutas em defesa da classe trabalhadora, pela superação do capitalismo e pela construção da revolução socialista em nosso país.

Os e as comunistas brasileiros/as desenvolveram uma análise marxista da realidade brasileira, tomando por base a luta de classes em nossa sociedade. Foram importantes contribuições feitas, dentre muitos outros, por Astrojildo Pereira, Octávio Brandão, Ana Montenegro, Caio Prado Júnior.

O Partido teve, e tem, uma significativa contribuição no campo da cultura, agregando em suas fileiras grandes artistas plásticos, arquitetos, poetas, escritores, dramaturgos, cineastas, músicos, compositores, sambistas, cantores e tantos outros expoentes da cultura brasileira, tais como Laura Brandão, Edison Carneiro, Solano Trindade, Vianinha, Oscar Niemeyer, Lila Ripol, Graciliano Ramos, Jorge Amado, Paulo da Portela, Nelson Pereira dos Santos, Leon Hirszman.

A luta das mulheres trabalhadoras, iniciada no começo do século XX, teve uma intensa participação das comunistas. Foram criadas entidades nacionais e várias organizações estaduais. O jornal Momento Feminino foi um marco do feminismo classista.

Por ser um partido voltado para a luta operária, o PCB sempre teve, desde sua fundação, um número significativo de negros e negras em suas fileiras e nas suas direções.

Apresentou o primeiro candidato negro à presidência da República. Defendeu a liberdade de cultos, em especial, os de matriz africana, garantida na Constituinte de 1946, por meio de projeto dos comunistas.

Podemos destacar a participação dos/as comunistas no combate ao fascismo, pela entrada do país na II Guerra Mundial, na luta pelo Petróleo é Nosso, pelo não envio de soldados à Coreia, por várias anistias de presos políticos, pelo fim da censura, pelas liberdades democráticas e tantas outras lutas. Em todos esses momentos, é preciso destacar figuras como Luiz Carlos Prestes, Gregório Bezerra, João Saldanha, Elisa Branco, Maria Brandão dos Reis, Nise da Silveira, Carlos Marighella.

O PCB passou a maior parte de sua vida na clandestinidade, com poucos períodos de legalidade, como de 1945 a 1947. Enfrentou duas ditaduras, a de Getúlio Vargas e a imposta pelo golpe de 64. Sofreu inclemente perseguição durante todo esse período, até voltar à legalidade em 1985. Diversos militantes foram presos, vários foram para o exílio e muitos foram assassinados, a exemplo de Olga Benário (entregue aos nazistas por Vargas), Nestor Veras, José Montenegro de Lima, Jaime Miranda, Vlado Herzog, Manoel Fiel Filho (vítimas da Operação Radar, durante a ditadura de 1964-1985).

Aos nossos heróis, dedicamos nossa história de lutas!

Enfrentamos, em 1992, aqueles que tentaram acabar com o PCB. O Partido não deixou de existir um segundo sequer, pois foi mantido na Conferência de Reorganização do PCB, que reuniu cerca de 500 militantes de todo o país, no mesmo dia da tentativa de extinção do partido.

Nesses últimos 33 anos, o PCB vem se estruturando em todo o país, organizado em todos os estados e no Distrito Federal. Os coletivos partidários, a Unidade Classista, a União da Juventude Comunista, o Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, o Coletivo Negro Minervino e o LGBT Comunista se espalham pelo país, organizando as lutas da classe trabalhadora, pelo poder popular e o socialismo.

Nossas homenagens a esta aguerrida militância que jamais deixará nosso partido acabar.

“Não é mole não! É impossível acabar com o Partidão!”

Marta Barçante – Presidente da Fundação Dinarco Reis (texto adaptado da Agenda FDR-PCB de 2022)