Denunciadas na ONU violações de Israel em território palestino
Nações Unidas, 23 de julho de 2018 (PL). O alto comissionado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Raad Al Hussein, denunciou hoje que Israel continua cometendo violações no território palestino ocupado, enquanto aumenta a violência na zona.
Em seu informe ao Comitê da ONU para o Exercício dos Direitos Inalienáveis do Povo Palestino, o alto representante se referiu à repressão de Tel Aviv, os assassinatos de civis, a detenção de menores de idade, o bloqueio a essas populações árabes, assim como a destruição de suas comunidades.
Só o final da ocupação de Israel pode alcançar uma paz duradoura e estabelecer condições em que os direitos humanos de todos possam ser plenamente respeitados, acrescentou.
Todos os estados têm a responsabilidade de realizar esta esperança, prometida e negada durante muito tempo, destacou o alto comissionado.
Na semana passada, Israel aprovou a Lei Básica do Estado Nação, que ancora a discriminação inerente contra as comunidades não judaicas e poderia inflamar ainda mais as tensões, advertiu.
Desde o início de 2018, os ataques dos colonos contra os palestinos dispararam a média mensal mais alta dos últimos três anos, enquanto Tel Aviv prossegue com a aprovação, planificação e construção de assentamentos israelenses em toda a Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, destacou o alto comissionado.
Assim, expressou grande preocupação com a comunidade beduína Khan al Ahmar-abu Helu, na Cisjordânia, sob a ameaça de demolições. As condições de vida também pioraram em Hebrom, com mais restrições de movimento e intimidação a essa população palestina, pontuou.
Grande quantidade de crianças foram detidos pelas autoridades israelenses e se estima que existem 440 palestinos em ‘detenção administrativa’, os quais deveriam ser libertados de forma imediata, demandou Hussein.
Do mesmo modo, manifestou grande inquietude com relação às prisões arbitrárias e as detenções de ativistas e defensores dos direitos humanos.
Todo este cenário piorou há meses, sobretudo na Faixa de Gaza, e tais ameaças para a paz poderiam se estender a uma região muito mais ampla, asseverou.
Nesse tema, se referiu aos enfrentamentos recentes entre forças israelenses e grupos armados em Gaza, os maiores desde a escalada das hostilidades em 2014, que deixaram mortos em ambos lados.
Também rememorou os mais de 100 palestinos mortos, entre eles 17 crianças, e os milhares de feridos nos protestos pacíficos da Grande Marcha do Retorno, que começou em 30 de março.
O alto comissionado enfatizou que está proibido qualquer uso desproporcional ou indiscriminado de armas que possa conduzir à morte e lesões de civis, e chamou às partes a evitar mais violência.
A crise humanitária em Gaza alcança condições extremas, com altos níveis de desemprego e pobreza, uma infraestrutura em ruínas e números recordes de dependência alimentar, disse Hussein e ressaltou o impacto negativo provocado por 11 anos de bloqueio israelense.
A isso se une a crise financeira que enfrenta a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos, após os drásticos cortes dos fundos proporcionados pelos Estados Unidos.
mgt/ifb
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)