Os Partidos Comunistas têm a tarefa de desenvolver a estratégia revolucionária

imagemDiscurso de Giorgos Marinos, membro do Birô Político do CC do KKE, em uma reunião com os representantes das Organizações Juvenis Comunistas e Anti-imperialistas que participaram do Festival da KNE

28.09.2018

No sábado, 22 de setembro, as 40 Organizações Juvenis Comunistas e Anti-imperialistas de todo o mundo que participaram do Festival 100 anos do KKE – 50 anos da KNE, realizaram uma visita à sede do Comitê Central do KKE em Perissos. Da parte do KKE, Giorgos Marinos, membro do Birô Político do KKE, deu as boas-vindas e agradeceu muito sua presença na Grécia e sua participação nos eventos centrais do Festival.

A seguir, o discurso do quadro do KKE:

Estimados camaradas:

O Comitê Central do Partido Comunista da Grécia agradece muito sua participação no Festival que este ano se dedica ao 100° aniversário do KKE e ao 50° aniversário da KNE.

A presença de 40 Juventudes Comunistas em Atenas é uma grande alegria e cremos que nos fornecerá recursos para a luta que lideramos em nossos países.

A experiência que concentramos contribui para fortalecer a solidariedade internacionalista e a atividade conjunta que são necessárias na luta contra os sistema capitalista, o capital e seus representantes políticos, pela grande causa que servimos, pela luta pelo socialismo.

O KKE tem uma história heroica. Desempenhou um papel de destaque na luta de classes nas décadas de 1920 e 1930, organizou e participou com suas forças na Frente de Libertação Nacional (EAM) e no Exército Popular de Libertação Nacional (ELAS), na resistência durante a ocupação nazista, na luta de classes armada do Exército Democrático da Grécia (DSE) em 1946-1949, nas décadas posteriores da atividade ilegal e das duras perseguições, na ditadura militar de 1967-1974 e nos anos seguintes, até o presente.

Os e as comunistas nos cárceres e no exílio demonstraram a tenacidade e o autossacrifício que surgem dos grandes ideais comunistas, da fé na justa causa da classe operária que é a força de vanguarda na sociedade.

Teve uma grande contribuição, com milhares de mortos nos campos de batalhas ou executados pelo Estado burguês, com milhares de pessoas que se mantiveram firmes na luta de classes.

Ao lado do KKE luta sua organização, a Juventude Comunista da Grécia (KNE) que, como sabem, nasceu em 1968, enquanto se desenvolvia a luta antiditatorial com uma grande contribuição na luta dos jovens.

O KKE não se acomoda com o que conquistou, mas faz esforços contínuos, luta contra suas deficiências e debilidades, para ficar melhor, mais eficaz na luta pela derrubada da barbárie capitalista, pelo poder operário, pelo socialismo-comunismo.

Estimados camaradas:

Os acontecimentos na Grécia estiveram no centro da atenção midiática, oram o tema de muitas discussões no movimento comunista. Vários mitos foram criados e foram derrubados no período da profunda crise capitalista de 2008 até o presente.

Queremos assinalar que a crise capitalista foi o motivo para que os governos burgueses aprovaram e aplicaram decisões da União Europeia já programadas para abolir direitos trabalhistas e populares e para fortalecer a rentabilidade dos monopólios gregos e europeus com a finalidade de responder à disputa internacional.

Na Europa e nas demais regiões do mundo operou um mecanismo de forças burguesas e oportunistas que não só ocultava as posições do KKE, como também o caluniava e apresentava o SYRIZA como a força de resistência e do progresso social. Na campanha de mentiras e de interesses próprios, desempenharam e continuam desempenhando um papel principal o Partido da Esquerda Europeia oportunista e as forças de GUE, em cujas fileiras continua trabalhando o SYRIZA.

Em essência, tentaram apresentar como portador de mudanças radicais um pequeno partido oportunista que foi transformando-se, a partir de 2012, em um partido socialdemocrata.

Recordamos os posicionamentos que chamavam o KKE a colaborar com o SYRIZA, apoiar sua política, contra Troika, a “direita”, o “neoliberalismo”, como diziam então, porém estes projetos fracassaram.

O KKE manteve uma postura de princípios, com relação a sua história e aos interesses de nosso povo. Tentou informar sobre a verdadeira situação na Grécia e, com argumentos fundamentados, assinalava que o SYRIZA é um partido do sistema, um apoio do capitalismo e um representante do capital.

Existiam forças no estrangeiro que entenderam as posições e a atividade do KKE, outras forças ficaram para trás, cultivando ilusões, dizendo que na Grécia se tinha encontrado a “fórmula do sucesso” que solucionaria os problemas populares e serviria como exemplo para outros países.

No entanto, a luta de classes tem suas próprias leis. Após o predomínio do SYRIZA nas eleições e na formação do governo junto com o partido nacionalista dos “Gregos Independentes” (ANEL) em 2015, mostrou sua verdadeira face.

Nestes últimos quatro anos, se demonstrou na prática que se trata de um governo de gestão burguesa que utiliza, sem vacilar, todos os meios de engano e manipulação dos trabalhadores e, por esta razão, é mais útil para a burguesia, os EUA e a União Europeu.

De fato, assumiu o papel que desempenhava a ND a favor do capital e ocupou a posição da velha socialdemocracia do PASOK.

Juntos votaram o terceiro Memorando e (juntos) implementaram as medidas antipopulares dos três memorandos, (juntos) levaram grandes setores de nosso povo – operários, campesinos pobres, trabalhadores autônomos da cidade –, à pobreza e estão minando o futuro de nossa juventude.

O governo atual, tal como os anteriores, é responsável pelas reduções drásticas nos salários e nas pensões, pelo aumento da idade de aposentadoria para 67 anos, pela imposição de duros impostos ao povo, pela privatização de empresas públicas de importância estratégica, pela deterioração dos serviços de saúde e de educação, pela abolição do domingo como dia festivo, pelos leilões de habitações de primeira residência. O desemprego está, todavia, em um alto nível, enquanto se estão expandindo as formas de trabalho flexíveis.

É o governo que aprovou uma lei no parlamento para limitar o direito de greve e recorreu muitas vezes ao autoritarismo e à repressão contra grevistas e manifestantes, contra membros do Partido e da KNE que estavam informando o povo, protegeu a estátua do assassino com golpes e detenções. Repudiou junto com os demais partidos burgueses um projeto de lei apresentado pelos deputados do KKE com as posições de 530 sindicatos sobre os Convênios Coletivos de Trabalho.

O apoio do grande capital mediante fundos, a isenção de impostos, os cortes tributários às empresas são pontos chaves da política antipopular do SYRIZA.

Agora, após o fim desta crise capitalista e com passos débeis de crescimento da economia capitalista, está desempenhando o papel do “desenvolvimento justo”, promovendo o “conto” de que uma economia com os meios de produção nas mãos dos capitalistas, que funciona tendo como critério os lucros, pode dar soluções aos problemas populares.

Trata-se de um método de enganar o povo usado para ocultar o fato de que não pode existir um desenvolvimento justo em uma sociedade injusta e exploradora.

A partir de agosto, quando terminou oficialmente o programa econômico com a União Europeia e o FMI, está promovendo o mito da chamada “nova era”

No entanto, na prática, seguem vigentes 700 leis que se incluem nos memorandos, todas as medidas antipopulares, está sendo preparado um novo corte nas aposentadorias e no limiar de rendimentos isentos de tributação, se mantém a supervisão pela UE e pelo FMI. As migalhas que promete o governo somente reciclam a pobreza extrema.

Em julho, em nosso país, experimentamos uma tragédia no leste de Ática, uns poucos quilômetros do centro de Atenas, e agradecemos muito seu apoio e solidariedade internacionalista.

99 mortos, centenas de casas queimadas e uma enorme destruição do meio ambiente revelam da maneira mais dolorosa as consequências da comercialização da terra, da anarquia no desenvolvimento capitalista que tem como fim a rentabilidade empresarial, a escassez de meios de extinção de incêndios que demonstram a orientação classista do Estado burguês.

A política antipopular de “custo-benefício” que predomina na União Europeia e é implementada pelos governos burgueses, coloca seu selo na falta de infraestrutura e de recursos relacionados com as necessidades populares e isto experimentamos na Grécia e em outros países capitalistas com os incêndios, os terremotos e as inundações.

O KKE a tempo, com um evento especial em maio e com intervenções no parlamento e no movimento de massas assinalou os problemas e expressou sua preocupação, porém o governo tomou uma postura de complacência.

Nosso partido entrou na batalha desde o primeiro momento, ao lado dos habitantes de dita região, apontou o verdadeiro culpado e destacou as responsabilidades políticas; desenvolveu uma atividade multiforme e impulsionou um marco de lutas e objetivos radicais apoiando os afetados.

Estimados camaradas:

O caráter antipopular do governo SYRIZA-ANEL se destaca também em questões da política exterior.

Cedeu tudo aos EUA, à OTAN, à UE. Cedeu a base militar de Suda, em Creta, que utiliza na guerra contra o povo sírio e os demais povos da região nas guerras imperialistas, cedeu bases de aviões espiões AWACS e DRONES, de helicópteros e tanques voadores. Participa dos exercícios militares da OTAN e de exercícios junto de Israel, que está assassinando o povo palestino.

O senhor Tsipras foi quem chamou Trump de “diabolicamente bom”; por absolver o imperialismo dos EUA e seus crimes, este partido socialdemocrata o caracteriza como o aliado mais consequente dos EUA e é elogiado pelo embaixador estadunidense que, inclusive, chamou o governo grego de “dobradiça”.

A estratégia do chamado “fortalecimento geoestratégico” cria condições favoráveis para a rentabilidade capitalista destacando o país como centro de transporte de mercadorias e de energia para os interesses dos monopólios. Além disso, envolve o país e o povo em grandes aventuras e perigos, nos antagonismos interimperialistas dos EUA, da OTAN e da UE contra a Rússia e a China pela partilha dos recursos naturais e dos mercados de recursos de energia.

No geral, desta experiencia se podem tirar conclusões valiosas sobre a luta do movimento comunista.

Os Partidos Comunistas devem desenvolver uma estratégia revolucionária e fortalecer a luta política e ideológica independente para que se reforce a frente contra a socialdemocracia e as formações burguesas e oportunistas, em toda as circunstâncias, para desarmar as armadilhas das forças do sistema.

Nenhum governo de gestão burguesa que defende o sistema de exploração e uma ou outra aliança imperialista pode servir aos interesses populares. Além disso, o apoio por parte dos partidos comunistas a governos burgueses em nome de exercer pressão ou com outra desculpa, legitima a exploração capitalista e tem um impacto negativo na orientação e na luta do movimento operário e popular, supõe uma grande retirada, um retrocesso.

Estimados camaradas:

Podem existir diferenças entre os partidos burgueses com relação a sua origem histórica ou suas tradições, em questões políticas secundárias, porém, na prática, se demonstra sua coincidência estratégica.

As comparações, por exemplo, das opções estratégicas entre SYRIZA e a ND têm um significado mais geral que vai além das fronteiras de nosso país.

O SYRIZA e a ND gerem o capitalismo, o poder dos monopólios, da propriedade capitalista dos meios de produção e estão a favor do critério do lucro e da competitividade do capital, que leva à intensificação da exploração da classe operária pelo capital.

Estes partidos defendem a OTAN, o mecanismo imperialista criminoso contra os povos e o apresentam de maneira provocadora como fator de estabilidade e de segurança. Ambos partidos avaliaram positivamente e apoiaram as decisões perigosas da recente Cúpula da OTAN em Bruxelas, que propõem preparação militar, o cerco da Rússia e preparação de forças militares com a finalidade de intervir imediatamente com um forte poder de fogo em todo o mundo, em guerras e intervenções imperialistas.

O SYRIZA e a ND estão ao lado da UE, da união interestatal imperialista que com suas decisões desempenhou um papel protagonista na derrubada de direitos trabalhistas fundamentais, implementa e expande as formas de trabalho flexíveis, “a flexegurança”, a contratação de trabalhadores.

Golpeia o caráter social da seguridade e implementa medidas aumentando a idade de aposentadoria e o chamado envelhecimento ativo. Promove a comercialização da saúde e da educação. Proporciona de todos os modos mão de obra barata para os empresários.

Esta união do capital em cooperação com a OTAN ou com sua atividade autônoma participa de guerras e intervenções imperialistas e aprofunda sua militarização, desenvolvendo novos mecanismos como a Cooperação Estruturada Permanente, etc.

A UE tem um papel principal no anticomunismo e na distorção da história, além de identificar com audácia o fascismo com o comunismo que é a juventude do mundo.

Os partidos burgueses utilizam todos os membros para manipular as forças populares e a socialdemocracia prepara a armadilha dos falsos dilemas, como “direita-antidireita” ou “progresso-conservadorismo”.

Seguimos de perto os acontecimentos na Europa e a ascensão das forças da ultradireita. Queremos destacar que os comunistas devem lutar com sua política contra estas forças e, ao mesmo tempo, tomar as medidas ideológicas e políticas necessárias contra o esforço da socialdemocracia e dos demais partidos burgueses, que utilizam a ultradireita como meio de intimidação para promover sua própria política antipopular no marco da lógica do “mal menor”.

Os comunistas, as forças de classe no movimento operário de nosso país, lutam contra a organização do Amanhecer Dourado, desempenham um papel principal em seu isolamento.

A experiência demonstra que as forças reacionárias da ultradireita se alimentam pela política antipopular dos governos burgueses que refutam as expectativas do povo, contam com o apoio de mecanismos do Estado burguês, são filhos do capitalismo e para que a luta contra estas seja consequente e eficaz, deve estar dirigido a erradicar as causas que geram estes fenômenos, opor-se ao sistema de exploração no sentido de derruba-lo.

Estimados camaradas:

Sabemos que o imperialismo é a fase monopolística do capitalismo, é o sistema do qual participam os Estados capitalistas segundo sua força econômica, política e militar no marco das diferenças por causa do desenvolvimento capitalista desigual.

Nossa atenção deve estar centrada no fato de que a força motriz de cada Estado capitalista são os interesses dos monopólios porque este critério permite interpretar objetivamente o papel e as decisões de cada Estado e das alianças capitalistas, e analisar os acontecimentos internacionais.

Neste caminho, se pode analisar a estratégia dos EUA e da UE, explicar as guerras econômicas e comerciais, por exemplo, entre EUA e China, ou entre EUA e Alemanha, o aprofundamento das relações entre EUA e Rússia, as contradições e os antagonismos que levam a guerras e intervenções imperialistas.

Ao concentrar nossa atenção na célula do imperialismo, os monopólios, podemos esclarecer que a Rússia capitalista não tem nada a ver com a União Soviética e que está impulsionada pelos interesses de seus próprios grupos econômicos. O mesmo pode ser dito sobre a China, onde predominam as relações de produção capitalista e os monopólios chineses estão se expandindo em todo o mundo.

O capitalismo está em decadência. O desenvolvimento débil e temporário tem muitos problemas e é inseguro. O desenvolvimento capitalista e a acumulação do capital formam as condições para uma nova crise econômica, e os comunistas devem calcular bem todos os dados e adaptar sua luta a tempo.

Os desenvolvimentos são muito perigosos, assim que é justificado falar da possibilidade de guerras imperialistas generalizadas.

Está aumentando a agressão dos EUA, da França, da Grã-Bretanha e de Israel na competição com a Rússia e o Irã, em Idlib que é um bastião dos jihadistas.

Os ataques israelenses contra a Síria são frequentes e os acontecimentos recentes com a derrubada do avião russo pioraram as relações com a Rússia, que ameaça com responder. A Turquia mantém territórios ocupados e promove seus próprios interesses; em essência, está em desenvolvimento um plano de participação dos territórios sírios e a guerra entrou em uma nova fase.

Expressamos nossa solidariedade com o povo sírio e estamos prontos para reagir de imediato ante novos ataques imperialistas como os que condenamos massivamente em abril passado.

Estamos ao lado do povo palestino contra a ocupação e os crimes israelenses. Condenamos a decisão dos EUA de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e pedimos o fim da ocupação e o reconhecimento do Estado palestino nas fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como capital.

Nosso partido expressou sua preocupação sobre os acontecimentos nos Bálcãs, que é um campo de intensas rivalidades entre os EUA, a UE, a Rússia e a China, que intervém na região com a chamada nova rota da seda.

O recente acordo do governo grego com o governo da ARYM leva o selo dos interesses das classes burguesas e dos planos imperialistas euroatlânticos pela integração dos Bálcãs ocidentais na OTAN e na UE, que mantém elementos irredentistas. Este acordo que foi saudado por todos os oficiais imperialistas não tem nada a ver com os interesses dos dois povos ou dos povos da região.

As conversas sobre a mudança de fronteiras entre Sérvia e Kosovo com o apoio euroatlântico são particularmente perigosas. A experiência adquirida nos Bálcãs adverte que a mudança das fronteiras é associada com a intensificação dos antagonismos das classes burguesas e dos nacionalismos, e inclui riscos de “efeitos dominó” na região.

A situação no Mediterrâneo Oriental e no mar Egeu se caracteriza pela concentração da OTAN e das forças russas, a agressividade da burguesia turca e a disputa das fronteiras gregas, o antagonismo entre a burguesia grega e a burguesia turca, e é muito importante a posição conjunta do TKP e do KKE sobre o desenvolvimento da luta comum contra as classes burguesas e as uniões imperialistas, e que os povos não têm nada para dividir entre si.

A ocupação turca da parte norte do Chipre continua e as intervenções imperialistas para a exploração dos recursos de energia se intensificam; queremos expressar nossa solidariedade com o povo do Chipre. O KKE luta para colocar fim à ocupação, pela retirada das tropas de ocupação e de todas as tropas estrangeiras, pelo fechamento das bases britânicas. Opõe-se a qualquer solução dicotômica e expressa sua posição por um Chipre independente, um Estado e não dois, pátria comum de greco-cipriotas e turco-cipriotas, maronitas, latinos e armênios, com o povo sendo o dono de seu país.

Estimados camaradas:

Os comunistas, os membros da KNE lutam em todos os âmbitos contra o capital e seu poder, contra a política antipopular do governo e dos demais partidos burgueses.

Os grupos parlamentares do partido no parlamento nacional e no parlamento europeu têm uma contribuição importante; promovem as posições e as demandas dos trabalhadores e queremos apresentar nosso ponto de vista no debate no movimento comunista com respeito à atividade parlamentar. Portanto, queremos destacar que uma coisa é o enfrentamento no parlamento pelos populares em direção de choque com a burguesia e seus partidos e outra coisa é cultivar confusão e ilusões de que a luta parlamentar pode levar a reformas do sistema ou da UE que sejam favoráveis ao povo, assim como faz, por exemplo, o Partido da Esquerda Europeia e o SYRIZA, ou outras forças burguesas na Grécia.

O KKE apoia a luta do movimento de classe, do PAME, que luta por convênios coletivos, salários e pensões, seguridade social, por todos os problemas populares, pela abolição das leis de memorando e pela recuperação das perdas dos trabalhadores. Assim, adquire grande importância o lema do PAME “Promovemos nossas próprias necessidades”.

Durante o período da crise capitalista, foram organizadas 70 greves nacionais e dezenas de greves setoriais e empresariais no país com o movimento de classe sendo o protagonista; além disso, ocorreram centenas de manifestações. Agradecemos muitos a solidariedade internacionalistas que se expressou recentemente na greve dos trabalhadores no porto do Pireu nas instalações da multinacional chinesa COSCO, onde os trabalhadores lutaram duramente contra a intimidação patronal e as sentenças jurídicas que declararam as greves ilegais.

O KKE e a KNE, os sindicatos de classe e o Comitê Grego pela Distensão Internacional e a Paz – o movimento antiguerra, anti-imperialista, lutam constantemente contra as guerras imperialistas e as causas que as geram, contra o capitalismo que dá lugar à pobreza, ao desemprego, às guerras, aos refugiados e à imigração.

Nesta luta, condenamos a participação do governo nos planos imperialistas; chamamos o povo a não cair na armadilha da chamada “unidade nacional” com seus exploradores, a não ter confiança na burguesia e seus partidos.

Os comunistas desempenham um papel principal na solidariedade com os refugiados e os imigrantes, confronta os ataques criminosos do Amanhecer Dourado, o racismo e a xenofobia.

Estimados camaradas:

Nosso partido, ao examinar as causas da revolução e a restauração capitalista assim como seu curso histórico, deu passos muito importantes; superou a estratégia das etapas intermediárias e conquistou uma nova estratégia revolucionária, um novo programa que corresponde a nossa época, à época de transição do capitalismo ao socialismo, definindo o caráter da revolução na Grécia como socialista.

O KKE baseia sua análise na expansão dos monopólios e das relações capitalistas de produção em todos os setores da vida econômica e social, no amadurecimento das condições materiais para a construção da nova sociedade socialista, na necessidade de resolver a contradição básica entre o capital e trabalho assalariado.

Nosso partido, dotado com sua estratégia, intensifica o trabalho ideológico e político para o amadurecimento do fator subjetivo e da preparação das forças trabalhadoras e populares para as duras confrontações classistas.

Centra sua atenção na luta pelo reagrupamento do movimento operário e a construção da aliança social entre a classe operária, os campesinos pobres e médios, os trabalhadores autônomos da cidade, com a contribuição dos jovens e das mulheres de procedência operária e popular.

Na aliança social, que é uma ferramenta chave na luta contra os monopólios e o capitalismo, o PAME, o movimento de classe e os grupos antimonopolistas dos campesinos e os trabalhadores autônomos da cidade cumprem uma função importante.

A aliança social se adaptará às novas circunstâncias do enfrentamento com seu adversário real, o capital e seu poder, elevando seus objetivos de luta e, em condições de situação revolucionária, se converterá em uma frente revolucionária que reivindicará o poder operário.

Portanto, com o papel principal do KKE e da classe operária, a luta dos trabalhadores abrirá o caminho para a socialização dos meios de produção e da planificação científica central, para que os recursos naturais, as fábricas, as telecomunicações, os transportes, os serviços sociais, a terra, o comércio passem para as mãos do povo, para que Grécia se retire da OTAN e da UE.

Para aproveitar o potencial produtivo de nosso país, eliminar o desemprego, satisfazer as necessidades de nosso povo, as necessidades de nossos jovens.

Este ano celebramos os 100 anos do KKE e os 50 anos da KNE com centenas de eventos massivos, que contam com a participação de milhares de trabalhadores e de jovens, e seguimos adiante com todas nossas forças. Em 25 de novembro ocorrerá em Atenas o grande evento central. Este evento coincide com o XX Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários, que se celebrará nos dias 23, 24 e 25 de novembro em Atenas.

Agradecemos mais uma vez sua presença em Atenas e queremos que saibam que o KKE e a KNE consideram muito importante o princípio do internacionalismo proletário. Assim, apoiamos a luta dos povos da África, da Ásia, da América Latina, da Europa, em todas as partes e continuaremos fazendo-o.

Fonte: http://es.kke.gr/es/articles/Los-Partidos-Comunistas-tienen-la-tarea-de-desarrollar-una-estrategia-revolucionaria/

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)