Síria: Israel cria colonato com nome de Donald Trump
Créditos: Michael Reynolds/EPA / Agência Lusa
AbrilAbril
O primeiro-ministro israelense anunciou neste domingo o início do processo para criar um novo colonato judaico com o nome do Presidente dos EUA no território sírio ilegalmente ocupado dos Montes Golã.
«Prometi que iríamos estabelecer uma comunidade com o nome e em honra do Presidente [Donald] Trump. Quero informar que já selecionamos um lugar nas colinas dos [Montes] Golã, no qual será estabelecida esta nova comunidade e já iniciámos o processo», afirmou Bejamin Netanyahu à imprensa pela manhã, antes da reunião semanal com o seu gabinete.
«Enviarei uma decisão para aprovação oficial pelo novo Governo, assim que este seja formado», disse Netanyahu, citado pela agência de notícias espanhola EFE. A atribuição do nome de Donald Trump ao colonato nos Montes Golã foi justificada como sendo um sinal de apreço pela sua decisão de reconhecer a soberania de Israel sobre o território ocupado.
O primeiro-ministro assinalou ainda que Israel comemorará esta semana o primeiro aniversário da abertura da embaixada dos EUA em Jerusalém, que será concluída em breve com a transferência da residência oficial do embaixador, David Friedman, mostrando novamente a sua gratidão para com Donald Trump «por esta decisão histórica».
Os Montes Golã sírios foram ocupados na quase totalidade e anexados por Israel em 1967, juntamente com o território da Palestina, na sequência da Guerra dos Seis Dias, desencadeada pelo Estado sionista, numa anexação que nunca foi reconhecida pela comunidade internacional.
Em 21 de março de 2019, o presidente dos EUA anunciou pelo Twitter que chegou a hora de reconhecer a soberania de Israel sobre os Montes Golã, realçando que, «após 52 anos, é importante que os Estados Unidos reconheçam, em pleno, o controle» sobre uma área definida como «de crucial importância estratégica e de segurança para Israel».
À altura, a decisão de Donald Trump, contrária ao consenso internacional, e as suas declarações foram amplamente criticadas pela ONU, Síria e a restante comunidade internacional, que as classificaram como «irresponsáveis», num ato sem qualquer legitimidade ou efeito legal e que apenas inflamou ainda mais as tensões na região.
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Com agência Lusa