Repúdio à censura e ao anticomunismo
Nota Política do Partido Comunista Brasileiro (PCB)
Solidariedade ao camarada Jones Manoel
O Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro (PCB) vem a público repudiar os ataques que vem sofrendo nas redes sociais o militante do PCB em Pernambuco Jones Manoel, os quais tiveram início com a tentativa pública de censura, promovida por determinados intelectuais do campo da esquerda que condenaram a veiculação de um artigo do nosso camarada na Revista Jacobin Brasil, acusando-o de ser “stalinista” ou “neostalinista”, motivo pelo qual a revista em questão não deveria ter aceitado sua presença entre os autores da edição da publicação.
O artigo em questão, “O anticomunismo que a direita gosta”, como já abordado por outros intelectuais que de pronto prestaram solidariedade a Jones Manoel, aborda a aversão às ideias socialistas na academia, não havendo nele nenhuma apologia a Joseph Stálin. Mesmo que houvesse e apesar de o PCB já ter se pronunciado publicamente como um partido que não advoga o chamado “stalinismo”, consideramos que não se trata disso, mas de uma perseguição feita a um jovem pesquisador e propagandista das ideias comunistas, que produz com intensidade artigos e vídeos com análises sobre variados temas da conjuntura atual, de divulgação de teóricos do marxismo e de interpretação de processos históricos, contendo avaliações sobre o chamado “socialismo real”, com abordagens diferenciadas daquilo que acabou ser tornando uma visão hegemônica dentre determinados grupos acadêmicos.
Do mesmo modo que condenamos, por meio da Nota Política intitulada “O PCB, o marxismo e a revolução proletária”, a atitude tomada por aqueles que reduzem o debate político a uma rebaixada e irracional disputa entre os adeptos de Stalin e Trotsky, consideramos inaceitável qualquer forma de censura a quem se propõe a divulgar o pensamento marxista e debater as experiências socialistas no século XX, ainda mais proveniente de pessoas que se dizem de esquerda. Entendemos que este tipo de comportamento acaba contribuindo, na prática, para difundir ainda mais o anticomunismo que, partindo dos setores de direita e dos grupos fascistas, infelizmente vem assumindo proporções de peso na sociedade brasileira.
Mesmo nos considerando um Partido que preza pela unidades das forças de esquerda, em especial dos setores socialistas revolucionários, conforme já demonstramos em diversos momentos da nossa história e temos reafirmado nos dias atuais, de intensos ataques da burguesia à classe trabalhadora, às camadas populares e às organizações revolucionárias, não aceitaremos calados ataques como estes a nossos militantes.
Reafirmando o que dissemos na nota divulgada em 20/11 na página nacional do Partido, continuaremos lutando ombro a ombro na mesma trincheira das batalhas de classes com todos aqueles que estejam dispostos a construir a revolução brasileira. Mas desejamos da parte de todos aqueles que se colocam na oposição à ordem estabelecida a mesma fraternidade no debate das ideias e o respeito às diferenças de opinião.
Comitê Central do PCB