PCB-RJ: NEM CRIVELLA NEM PAES

imagemComitê Regional do PCB RJ

Nas eleições para a prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, a população elegeu, para disputar o 2º turno, Eduardo Paes e Marcelo Crivella. Ambos candidatos são representantes dos interesses do capital e das velhas oligarquias políticas que comandam de forma privada este município.

Os partidos a que estão ligados, assim como os de seus aliados, foram os responsáveis, no Congresso, pelas contrarreformas trabalhista e da previdência, além da aprovação da redução dos recursos para a saúde e a educação, em nível nacional. Também o avanço das privatizações, como nos casos da Petrobrás, do Pré-sal, dos Correios, do nosso sistema elétrico dentre outros, contou com todo apoio dessa bancada liberal que abrange as duas candidaturas. São atores políticos, portanto, da rapinagem do bem público brasileiro em prol de interesses privados de uma pequeníssima minoria, na sua maior parte estrangeira e imperialista. As consequências são óbvias: penalização da população pobre extremamente dependente dos serviços públicos.

Eduardo Paes, em seu governo, deixou um rastro de desrespeito, arbitrariedades e sacrifícios para a classe trabalhadora e o povo pobre. Quando das obras para a Copa do Mundo e as Olimpíadas, foram desapropriações, remoções forçadas, truculência e privatizações dos espaços públicos. Com seu projeto de cidade voltado para os interesses dos empresários, privatizou a saúde pública com as Organizações Sociais (OS) e abriu espaço para as fundações privadas na rede municipal de educação.
Como prefeito, não se furtou a adotar a velha política do apadrinhamento, do clientelismo e de proximidade com quem estivesse no poder. Foi assim com os governos de Sérgio Cabral, Luiz Fernando Pezão e com os de Lula e Dilma.

Quanto a Marcelo Crivella, este representa o que tem de mais atrasado na política brasileira e carioca. Foi eleito na esteira do avanço do conservadorismo há 4 anos, além de se beneficiar da base cristã da sociedade. Utilizando-se do comércio da fé, misturou religião e interesse público. Buscou praticar uma administração teocrática, o que trouxe enorme prejuízo aos mais pobres, assim como aprofundou a prática clientelista da velha política. Além de tudo isso, Crivella conta com o apoio político público do fascismo bolsonarista.

Por essas razões, para enfrentar esse cenário que já se desenhava, o PCB se empenhou em construir desde o ano passado uma frente de esquerda capaz de aglutinar forças capazes de enfrentar as representações políticas da direita desde o primeiro turno. Lamentavelmente, prevaleceram as vaidades e projetos particulares de pequenos grupos em detrimento da tática necessária nessa conjuntura. O resultado é que a resistência da classe trabalhadora foi derrotada na batalha eleitoral já no primeiro turno.

Diante dessas razões, o Partido Comunista Brasileiro (PCB), coerente com suas posições anteriores, afirma não haver grandes diferenças entre as duas condidaturas que sejam capazes de justificar uma indicação de voto a qualquer uma delas. Não representam os interesses dos trabalhadores, nem da população pobre desta cidade. Pelo contrário, têm vinculações umbilicais com aqueles que oprimem cotidianamente a população das periferias e perpetuam a prática nefasta do clientelismo.

Nesse sentido, o PCB entende que nem Paes nem Crivella expressam qualquer possibilidade de avanço na luta por uma sociedade justa e socialista. Ambos candidatos representam interesses contrários aos dos trabalhadores.
Ao entender que o processo político não se esgota nas eleições, seja qual for o vitorioso nesse pleito, o PCB afirma sua posição intransigente de lutar por uma sociedade igualitária, onde não se tenha ricos nem pobres, opressores nem oprimidos. Por isso, os comunistas brasileiros, de antemão, defendem que são as mobilizações de rua que se deve eleger como espaço fundamental de oposição a qualquer dos dois projetos.

A justiça social e o enfrentamento às opressões só será obtida com a construção do poder popular e com a luta por uma sociedade socialista!

Partido Comunista Brasileiro – PCB/RJ
Área de anexos