Teresina: contra as oligarquias, construir o Poder Popular
PCB CHAMA A ESQUERDA PARA ORGANIZAR A UNIDADE DE AÇÃO – CONSTRUIR O PODER POPULAR EM TERESINA/PI
As eleições municipais de 2020, em todo Brasil, apresentaram um desafio imenso para as organizações da esquerda revolucionária e para os lutadores sociais com relação às novas regras eleitorais que oficializaram o processo antidemocrático, excluindo do debate e dos espaços televisivos a maioria das forças políticas comprometidas com as transformações reais da sociedade, para além dos problemas de isolamento da pandemia.
O Partido Comunista Brasileiro (PCB) compreende a situação particular de Teresina, dentro da complexidade do cenário político brasileiro.
A conjuntura eleitoral impôs uma significativa derrota ao bolsonarismo em suas bases, já que, na maioria dos municípios onde Bolsonaro indicou voto, seus candidatos foram fragorosamente derrotados. Ainda assim temos a árdua tarefa de dar continuidade ao processo de luta e organização da classe trabalhadora, do movimento de mulheres e o feminismo classista, da luta antirracista e proletária do movimento negro e a organização das LGBTs na luta classista.
Em Teresina, o Partido Comunista Brasileiro (PCB), compreendendo a realidade do município dominado durante mais de 30 anos pela administração antipopular do PSDB, logrou um rico debate pautado na construção do Poder Popular com os companheiros e companheiras da Unidade Popular pelo Socialismo (UP), a partir do qual apresentou as propostas da coligação Teresina Pelo Poder Popular.
Demarcamos nosso espaço com uma campanha que apresentou à população a importância de se organizar para além das eleições, apontando que a solução é a luta por pão, terra e liberdade, organizando a classe e todas as suas representações nos espaços de trabalho, estudo e moradia.
Passado o primeiro turno, agradecemos os votos de confiança em um projeto construído coletivamente pelas organizações comprometidas com a construção do Poder Popular.
Contudo, como o resultado apresentado nas urnas colocou dois projetos que se propõem a dar continuidade ao projeto falido do bolsonarismo (Dr. Pessoa e Kleber Montezuma), o PCB não se furta de sua responsabilidade e indica o VOTO NULO para o povo teresinense.
Somos contra a figura retrógrada e truculenta do candidato Kleber Montezuma, que persegue opositores, é inimigo dos trabalhadores e favorável à continuidade de um projeto ultraliberal que criminaliza a pobreza e expulsa famílias com um grande projeto de gentrificação (e racismo ambiental) como é o projeto Lagoas do Norte, assim como criminaliza a juventude negra e periférica com o Vila Bairro, Segurança. O PSDB é a velha oligarquia teresinense que desde os anos trinta do século XX busca se manter no poder para sobreviver com privilégios.
Não podemos apoiar Dr. Pessoa, pois compreendemos que seu projeto também representa os interesses das velhas raposas da política piauiense. As antigas oligarquias estaduais que visam o uso da máquina pública para atender seus interesses econômicos e antipopulares. Basta olhar o populismo bolsonarista do Dr. Pessoa e de quem o apoia.
Temos, portanto a disputa entre duas oligarquias, cada uma com seu projeto pessoal e de classe.
Deste modo reforçamos a luta pela Construção do Poder Popular, entendendo as mediações para impor a derrota ao fascismo bolsonarista.
Seguimos construindo a campanha de Guilherme Boulos (Psol) em São Paulo e Edmilson Rodrigues (Psol) em Belém do Pará, aderindo à luta da companheira Manuela D’Ávila (PCdoB) em Porto Alegre, reforçando a campanha de Marília Arraes (PT) em Recife.
O PCB reforça e afirma que o momento é de semear, articular a esquerda em torno de um projeto classista contra o fascismo bolsonarista, lutando por terra, pão e trabalho, construindo instrumentos de Poder Popular nos locais de trabalho, estudo e moradia.
Chegou a hora!
Ousar Lutar, Ousar Vencer!
Lutar! Criar! Poder Popular!
Teresina, 20 de novembro de 2020