Nem populismo de Dória, nem genocídio de Bolsonaro
Dia 17/01 de janeiro se constitui como um dia histórico para o Brasil, dia em que foram aprovadas pela ANVISA as vacinas Coronavac e Oxford para uso em caráter emergencial no combate à pandemia do Coronavirus.
Após 10 meses de pandemia, com mais de 200 mil mortes pelo país, e a agudização da crise financeira e sanitária, a chegada da vacina oferece alívio inicial e esperança de dias melhores. No entanto, não devemos esquecer dos inúmeros ataques que ainda persistem contra os trabalhadores.
Dória usa da vacina produzida pelo Instituto Butantã (órgão estatal) para fazer palanque aos seus objetivos eleitoreiros. Porém, não devemos esquecer que o mesmo Dória e seu partido são os principais fomentadores do desmonte e sucateamento dos serviços públicos em São Paulo.
Foi ele que nos últimos anos abriu os caminhos para a privatização do próprio Instituto Butantã, facilitando a parceria com empresas privadas e a venda de produtos, em detrimento da produção de vacinas e pesquisas voltadas para a saúde pública. Ainda durante a pandemia, cedeu à pressão dos patrões ávidos por lucro, e flexibilizou cada vez mais o isolamento social, sem que houvesse em contrapartida qualquer garantia de segurança, EPI ou melhores condições de trabalho para os trabalhadores que foram então, obrigados a se expor aos riscos em nome do próprio sustento. O mesmo governador também foi responsável pela subnotificação dos casos de contágio por Coronavírus no estado e pelo “apagão de informações” no período que antecedeu as eleições municipais de 2020.
Dória se utiliza da saúde pública e de sua situação de calamidade (com a qual ele mesmo contribui) para se apresentar como alternativa. No entanto, ainda que diferente dos métodos de Bolsonaro, sabemos que ambos fazem parte do mesmo projeto neoliberal que quer destruir o serviço público, o investimento em pesquisa e na ciência e entregar todos os direitos à iniciativa privada. Não nos esqueçamos da PL 529, por exemplo, aprovada em outubro do ano passado e que vai enxugar mais de 1 bilhão das universidades estatais e da FAPESP. O interesse no lucro ainda está acima da proteção à vida da população.
O desenvolvimento e a utilização da vacina são vitórias da ciência e da saúde pública (SUS), APESAR dos esforços neoliberais e dos ataques contra as políticas públicas e aos trabalhadores em todas as esferas do governo.
Por isso agora é o momento de empenhar esforços na luta pela valorização do serviço público, em defesa dos servidores públicos, pelo SUS de qualidade e gratuito.
É nossa tarefa organizar e construir uma vigorosa greve geral que seja capaz de resistir aos ataques de BolsoDória, Mourão e seus aliados, assim como devemos encaminhar ações contra a Reforma Administrativa, formando comitês regionais de mobilização e diálogo com a população sobre o que representam as privatizações e os ataques aos trabalhadores, resultantes das políticas neoliberais. Ações essas que deverão ser feitas por iniciativas classistas de unidade como o Fórum Sindical, Popular e da Juventude, de Luta por Direitos e Liberdades Democráticas.
Todo reconhecimento, solidariedade e luta à conquista dos trabalhadores da ciência e saúde brasileiras.
· Pela revogação do teto dos gastos!
· Suspensão imediata de todas as privatizações!
· Rejeição Completa à Reforma Administrativa!
· Amplo investimento público na Saúde, com SUS 100% público, valorização dos servidores do Butantã e novos concursos na área da saúde e pesquisa!
· Reconversão industrial com exigências às fábricas privadas para redirecionamento e aumento da produção de máscaras, luvas, álcool em gel e outros produtos e equipamentos de proteção individual necessários à proteção contra o COVID-19.
· Fora Bolsonaro e Mourão. Impeachment já!
· Vacinação gratuita para todos imediatamente!
Comissão Executiva Estadual – Unidade Classista – SP