Frank Svensson recebe Medalha Dinarco Reis

O professor Frank Svensson, membro do Comitê Central do PCB, foi homenageado pelo partido com a Medalha Dinarco Reis na data de comemoração do 90º aniversário dos comunistas brasileiros, 25 de março.

Durante ato público ocorrido na Câmara Municipal de Niterói, Frank recebeu a “comenda” com um breve discurso sobre a necessidade de os comunistas serem imprescindíveis à sociedade. Por ter vivido em países como frança, Argélia e Suécia, na sua fala ele fez questão de declarar que “o internacionalismo proletário é muito diferente do cosmopolitismo burguês”.


FRANK SVENSSON

Nascido em 1934, mineiro de Belo Horizonte, Frank Algot Eugen Svensson graduou-se em Arquitetura pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) na mesma década em que ingressava no Partido Comunista Brasileiro. A profissão escolhida e a opção ideológica iriam marcar a trajetória de Frank, militante desde 1959 e, posteriormente, dirigente do PCB.

Em 1970, torna-se professor na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Brasília (UnB), de onde sai em 1973 após a lei de exceção 477 o proibir de lecionar no Brasil. No mesmo ano vai para a França, e lá leciona em Estrasburgo e Nancy, sem abandonar a militância revolucionária, agora no Partido Comunista Francês. É em território europeu que Frank passa a integrar a equipe de outro arquiteto comunista, Oscar Niemeyer, em projetos e obras na Argélia, país há pouco independente. Durante sua jornada em território argelino, estabelece contatos com o Partido Comunista, então ilegal.

Entre 1976 e 1986, estabelece residência na Suécia, onde vai dar prosseguimento à sua carreira como professor de Arquitetura nas cidades de Lund e Gotemburgo – onde torna-se Phd em Arquitetura na Universidade Politécnica Chalmers. Durante todo o período, continuou sua militância no Partido Comunista Sueco (SKP).

Aliás, a trajetória desse homem, marcada por sua experiência para além das fronteiras brasileiras, permitiu que ele participasse de inúmeros cursos em escolas de Partidos Comunistas. Foi assim que Frank trocou experiências, avaliações e manteve contato com camaradas dos mais diversos países nos cursos do qual participou, em Neubrandenburg, na então República Democrática da Alemanha; em Praga, na Checoslováquia; em Moscou, na então União Soviética; e em Milão, na Itália.

Em 1988, é reintegrado à Universidade de Brasília como professor titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, onde posteriormente será pesquisador associado. Ativo militante do Movimento Nacional em Defesa do PCB, contra os liquidacionistas, dedica-se à direção do PCB no Distrito Federal, onde já foi candidato a senador, nas eleições de 2006, e a governador, nas de 2010, pelo Partido Comunista Brasileiro.

Além de colaborar para a Reconstrução Revolucionária do PCB, Frank encontrou tempo para difundir, entre nós brasileiros, o conhecimento sobre a obra de marxistas como os suecos Gunnar Gunnarson,Arnold Ljungdal e Elias Cornell. Afinal de contas, são dele as traduções para o português dos livros “Estética marxista”, de Gunnarson, “A visão de mundo do marxismo”, de Ljungdal, e “A arquitetura da relação cidade/campo”, de Cornell. Também traduziu e publicou a obra “Marx para apressados”, do austríaco Robert Misik. Sua outra escolha marcante, a Arquitetura, mereceu dele a publicação de dois livros: “Arquitetura – Criação e Necessidade” e “Visão de Mundo – Arquitetura”.