Avança a privatização do porto de Santos

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Por Unidade Classista de Santos

Soberania X Entreguismo

“O Brasil está caminhando para ter a estrutura mais privada do mundo”, segundo o ministro da Infraestrutura Anísio Teixeira em dezembro. O TCU (Tribunal de Contas da União) aprovou, um dia antes desta fala (9/12), a privatização do Porto de Espírito Santo, que deverá ser leiloado em março. “Na sequência vem São Sebastião, Itajaí e depois o Porto de Santos”, completou o ministro. Até novembro de 2021, a movimentação de contêineres no porto santista já havia superado o total de 2020 – com destaque para a soja, com um aumento de 5,4% das exportações e atingindo 29 milhões de toneladas.

Na mira dos entreguistas já há algum tempo, o leilão do maior porto da América Latina está previsto para o início deste ano, visando entregar a gestão portuária à inciativa privada. Atualmente administrado pela SPA (Santos Port Authority ou Autoridade Portuária de Santos), antiga CODESP (Companhia Docas do Estado de São Paulo), as atividades operacionais e de infraestrutura do Porto de Santos ocorrem desde 1993 por meio de concessões a terminais privados, restando ao poder público a administração portuária. O modelo de porto 100% privado é exceção no mundo todo, restando apenas alguns casos como a Inglaterra, que já está revisando este formato devido ao avanço dos interesses estrangeiros, como de algumas empresas chinesas.

A pergunta que deve ser feita é: a quem interessa vender este importante e estratégico patrimônio público para a iniciativa privada? Por trás de um falso discurso patriótico, nossas classes dominantes mal escondem seu entreguismo.

Por exemplo, o agronegócio, setor da burguesia com forte influência no governo Bolsonaro e que bate recordes de exportação de alimentos enquanto milhões de brasileiros sofrem algum grau de insegurança alimentar, se beneficiaria passando a escoar ainda mais seus produtos primários pelo porto santista em detrimento dos produtos industrializados, atendendo aos interesses do capital estrangeiro e aprofundando ainda mais nosso subdesenvolvimento e dependência.

A privatização do Porto de Santos é parte do projeto liberal de destruição do Estado brasileiro capitaneado por Paulo Guedes, privatizando empresas públicas estratégicas como Eletrobrás e Correios e aprovando contrarreformas como a Administrativa (PEC 32), para favorecer o mercado financeiro e acabar com os serviços público prestados à população. Um exemplo cotidiano disso é o preço absurdo que pagamos nos combustíveis e no gás de cozinha devido à política de paridade de preços internacionais (PPI), garantindo o lucro de alguns grandes acionistas às custas da nossa miséria.

A Unidade Classista de Santos – Comitê Laudelina de Campos Melo denuncia o avanço de mais este projeto liberal que transforma um importante ponto estratégico para nossa economia e soberania em empresa lucrativa para os interesses privados da burguesia nacional e estrangeira. O Porto de Santos é do povo brasileiro!

UNIDADE CLASSISTA, FUTURO SOCIALISTA!
Comitê Laudelina de Campos Mello.

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