Venezuela: comunistas assassinados denunciaram máfias

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Caracas, Redação da Tribuna Popular

«O padrão comum existente nos casos de militantes comunistas assassinados no país é de que todos eram dirigentes sociais e haviam denunciado máfias e irregularidades em seus municípios», afirmou Oscar Figuera, Secretário Geral do Comitê Central do Partido Comunista da Venezuela no programa Vox Populi, transmitido pela Rádio 1 e pelo Circuito Caribe.

O deputado do Gallo Rojo (Partido Comunista da Venezuela) denominou como uma «caça» aos militantes comunistas em Apure, onde em menos de três meses assassinaram dois quadros do PCV. Até o fechamento desta edição, o Ministério Público da Venezuela não havia se pronunciado oficialmente nem iniciado uma investigação sobre estes crimes, apesar de que, após um comício organizado pelo PCV para exigir justiça em frente à sede da Procuradoria, uma funcionária recebeu uma delegação desta organização política.

«Temos solicitado uma reunião ao Procurador Geral Tarek Willian Saab para apresentarmos nossa posição e não tem sido possível. Em sete anos, foram assassinados cinco militantes, e um se encontra desaparecido. Não temos informação de que tenha sido aberta investigação em nenhum dos casos e muito menos de algum avanço. Todos esses crimes contra quadros comunistas permanecem impunes», destacou Figuera.

No Estado de Apure se desenvolve há meses uma situação muito convulsa pela extensão do conflito social armado colombiano ao território venezuelano. «Na fronteira convergem máfias que exercem distintos tipos de violência e em alguns casos há denúncias de cumplicidade por parte de funcionários do Estado venezuelano, que contam com padrinhos de alto nivel», prosseguiu Figuera.

O dirigente comunista advertiu que em Apure há um enfrentamento direto entre a Força Armada Nacional Bolivariana e grupos armados irregulares colombianos e venezuelanos.

Figuera assinalou que o comunicador popular José Urbina foi justiçado em sua casa, quase em frente à sua família, recebendo mais de 27 tiros em uma prática que é própria dos paramilitares. «Há numerosas denúncias que apontam para a construção de alianças desses grupos irregulares com elementos do Governo. Urbina tornou públicas as ameaças que recebeu por parte de um alto oficial da GNB a quem acusou de criar falsos positivos para amedrontar e violar os direitos da população de Puerto Páez, escudando-se na luta contra o que eles chamam de Tancol», explicou.

«O camarada Juan de Dios Hernández, assassinado em 27 de março em Apure, era parte da equipe de trabalho social de José Urbina, militavam juntos. Nessa região fronteiriça há diversidade de grupos atuando e há funcionários cujo propósito não é a defesa da soberania e do território, mas de seus interesses particulares», sublinhou.

«No Ministério Público nos recebeu uma funcionária que nos assegurou que nestes casos as investigações eram difíceis porque os promotores designados também corriam risco de vida. Praticamente nos manifestou que os poderes que estão por cima destes fatos fazem com que as investigações não chegam ao nível que têm de chegar», finalizou Figuera.

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

FONTE: Tribuna Popular – Partido Comunista da Venezuela

Figuera: Dirigentes comunistas asesinados habían denunciado mafias e irregularidades en sus municipios

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