Por uma frente anticapitalista e anti-imperialista, para além das eleições!
Este ano, o Partido Comunista Brasileiro – PCB completa 90 anos de atuação política. Desde 1922, seguimos firmes na convicção de que somente numa sociedade socialista, etapa que precede o comunismo, será possível efetivamente melhorar as condições de vida do povo trabalhador.
Não cabe aos comunistas, portanto, a administração do capitalismo! Todos aqueles que se propõe a “gerentes do capital”, invariavelmente, terminam na vala comum da corrupção, das negociatas de gabinetes e do descrédito popular.
Em Fortaleza não é diferente. A administração municipal petista governou durante 8 anos sob a sustentação política de uma aliança que abarcava desde o PSB e o PcdoB, até as siglas “nanicas” de aluguel, passando pelo PMDB, herdeiro político de Juraci Magalhães. Por trás dessa “Torre de Babel” eleitoral, os grandes empresários, tradicionais financiadores das campanhas eleitorais burguesas, como tem feito na capital cearense as construtoras BETA, FUJITA e TRANA, dentre outras, juntamente com as máfias patronais do SINDIÔNIBUS e SINDUSCON.
Em tempos de “Minha casa minha vida” e às vésperas da “Copa do Mundo”, a burguesia do setor imobiliário tem investido pesado para garantir a eleição de candidatos que não imponham entraves aos seus negócios. Para o povo trabalhador, isso se traduz em remoções e desalojamentos dos locais onde fincaram raízes. Daí o “apartheid” geográfico vivenciado hoje na capital cearense. Trata-se de uma “opção” pelo capital que se tem repetido nas sucessivas gestões à frente do Paço Municipal.
As obras da Prefeitura no entorno do “Riacho Maceió”, impondo a saída dos pescadores e comunidades tradicionais do Mucuripe para saciar o apetite dos empresários da construção civil por terrenos “à Beira Mar”, são um exemplo claro dessa ingerência do capital nas administrações do PT e seus aliados. As remoções para a “Copa do Mundo” são mais uma amostra da força desse lobby imobiliário, tanto na prefeitura quanto no Governo do estado.
Os empresários do setor de transporte coletivo, por sua vez, enchem os bolsos à custa da concessão de um Serviço Público que não termina nunca! São capitalistas que financiam campanhas eleitorais milionárias, para depois cobrar a fatura!
Para a população, sobra uma cidade cada vez mais dividida: de um lado, as chamadas “áreas nobres”, da Fortaleza que aparece nos cartões postais e distribui lucros vultosos aos empresários do setor de turismo. Do outro lado do fosso, a classe trabalhadora, cada vez mais empurrada para a periferia da cidade, onde o Poder Público só aparece para reprimir o trabalhador. Seja com o “Ronda” de Cid Gomes/PSB, seja com a Guarda Municipal truculenta de Luizianne/PT. Falta a infraestrutura mínima ao povo de Fortaleza: ruas sujas e escuras, saúde deficiente, escolas sucateadas e transporte público caótico.
Como parte de uma estratégia comum de “desenvolvimento do capital”, encampada nacionalmente pelo PT, PSB, PcdoB, PDT, PMDB e seus aliados, tanto a prefeita Luizianne Lins quanto o governador Cid Gomes reprimem de maneira ferrenha o proletariado em luta. Na greve dos professores municipais, a tropa de choque da prefeitura, leia-se guarda-municipal, comandada pelo petista Arimá Rocha, reprimiu com violência os servidores. Não faltaram os famigerados “sprays de pimenta” costumeiramente lançados contra o povo nas ruas… Também na greve dos agentes de trânsito (AMC) a prefeitura não hesitou em determinar a demissão dos servidores em estágio probatório que participaram do movimento, afrontando a própria Lei de Greve. Já na greve dos professor es do estado, a truculência da PM de Cid Gomes foi notícia em nível nacional, derramando o sangue dos trabalhadores em luta.
Durante oito anos à frente da prefeitura, a gestão Luizianne/PT, advinda da chamada “esquerda petista”, fez uma enorme inflexão à direita. Em nome da “governabilidade” dentro dos moldes burgueses, incorporou ao seu arco de alianças representantes diretos da burguesia, a exemplo de Eunício Oliveira (PMDB) e da oligarquia dos Ferreira Gomes.
Diante desse quadro, o Partido Comunista Brasileiro, fiel aos princípios que nortearam sua fundação, afirma que esse modelo de administração, a serviço do capital, implantado tanto no governo do PSB quanto na prefeitura do PT, não serve à Classe Trabalhadora! Ambos são parte de um mesmo projeto nacional de “desenvolvimento do capital”, capitaneado pelos governos Lula/Dilma, em benefício da burguesia. Daí sua impotência em romper com a velha casta parasitária encastelada nas administrações públicas, mantendo incólumes as velhas práticas de favorecimento fiscal às grandes empresas, entrega do espaço urbano à especulação e subserviência aos interesses privados.
Por tudo isso, o PCB reafirma sua oposição a esse projeto “desenvolvimentista” do capital, hoje representado pelo PT, PcdoB, PSB, PDT, PMDB, PTB, PR, dentre tantos outros. Tampouco fazemos qualquer acordo com a oposição de direita, encarnada nos ultrarreacionários DEM, PSDB e PPS.
Para unificar as lutas da classe operária, o Partido Comunista Brasileiro – PCB/CE convoca as organizações da oposição de esquerda e os movimentos sociais a se somarem numa frente ampla e permanente na cidade de Fortaleza. Uma frente para além das eleições, disposta a discutir e efetivar as lutas, que tenha a participação real do povo de Fortaleza.
Aqueles que não se vendem ao capital, que desejam a verdadeira mudança, e empregam diariamente os seus melhores esforços pela construção de uma sociedade socialista são desde já convocados a colaborar na construção desse bloco. Se você é um deles: venha para o PCB!
Fortaleza, 23 de maio de 2012