Comunicado do Secretário Geral do PCB sobre os ataques públicos ao Partido

Camaradas,

Estamos acompanhando no PCB as ações e desdobramentos de um movimento que já se configurou como um grupo fracionista, cuja atuação aponta para a formação de uma tendência organizada com atuação liquidacionista contra nosso Partido. Trata-se ainda de um pequeno grupo, cuja limitada ação na realidade concreta da luta de classes contrasta com a farta presença nas redes virtuais. Estão atrás de engajamento e buscando espalhar mentiras e calúnias contra a direção do Partido para criar confusão entre a militância, mirando especialmente nos Coletivos Partidários.

Pergunto: a quem interessa, em lives e redes virtuais, informar procedimentos da estrutura interna do PCB e realizar narrativa mentirosa contra a direção do Partido? Quais os objetivos de um grupo que se organiza ao arrepio de nossa forma organizativa, constituindo aparelhos próprios, meios próprios de comunicação, figuras públicas próprias? Aonde leva o processo de disputa, por fora das instâncias partidárias, de sua estrutura e de seus militantes?

O grupo expõe a vida interna de um partido revolucionário indiscriminadamente, sem dar a mínima se e como nossos inimigos vão se aproveitar dessas informações. É lamentável ver alguns, que tanto têm falado em “preocupação com a segurança”, praticarem tamanha exposição do PCB, de suas e seus dirigentes – muitas/os das/dos quais têm sofrido ameaças desde que essa história começou, sobretudo nossas dirigentes mulheres! Quem ganha com isso? Para onde aponta essa movimentação?

Os movimentos desse grupo e o papel antileninista manifestado nas redes, contra nossa história e nossos princípios, denotam uma prática que rompe abertamente com nossas resoluções de organização, calcadas em décadas de experiência construída pelos partidos comunistas em todo o mundo. Propõem a convocação de um congresso extraordinário com a participação de não militantes do PCB, numa evidente afronta aos nossos princípios organizativos, rasgando as resoluções de nossos congressos e nosso estatuto.

Caso fosse vitorioso, esse projeto levaria a um partido muito diferente do PCB: um partido marcado pela guerra de tendências internas, a filiação em massa, a indistinção entre membro e não-membro do partido. Partidos assim já existem por aí! Queremos que o PCB se torne um deles?

Os militantes dos coletivos que ainda não foram recrutados para nossas células terão o momento certo de participar das tomadas de decisão sobre a política do PCB, ou seja, quando se tornarem militantes do PCB. Agora é hora de todas e todos, militantes do PCB e dos Coletivos, defendermos o nosso partido dessa tentativa de golpe, que aponta claramente para a liquidação do PCB que conhecemos.

A Reconstrução Revolucionária do PCB é fruto de esforço e imensa dedicação de mulheres, homens, jovens, idosos, negras, camaradas de diferentes orientações sexuais, uns mais experientes e outros menos experimentados, enfim: ela é fruto de cada um/a de nós, da direção à base do Partido, ao longo dos últimos trinta anos. Temos a responsabilidade histórica de não permitir que esse processo seja agora interrompido por quem não se mostra à altura do desafio de construí-lo coletivamente, desrespeitando a diversidade e os espaços democráticos de nosso Partido. Estes espaços devem sempre ser aperfeiçoados, mas temos total clareza de que a lavação de roupa suja em redes sociais não é o caminho para esse aperfeiçoamento.

É hora de o coletivo dirigente assumir seu papel histórico: acompanhar os CRs, Coletivos partidários e Frações nacionais. Dialogar com militantes do Partido e dos nossos Coletivos, simpatizantes e aliados, orientar internamente o trabalho do nosso Partido e defender nossa organização e seus métodos de trabalho. Apesar das provocações, não sairemos das batalhas das lutas de classes para nos submetermos ao modo de funcionamento das redes sociais, que não é controlado por nós e reforça enormemente o individualismo. Esse grupo está buscando dividir o Partido, mas será derrotado como foram todas as tentativas realizadas no passado.

Nossa linha política é um imenso patrimônio da revolução brasileira. A nossa tática está submetida ao projeto estratégico da Reconstrução Revolucionária do PCB, sem etapismo, sem subordinação aos governos de plantão, com o firme propósito de lutar em campo aberto pelo projeto de reorganização da classe trabalhadora, com a ação de combate contra a ordem capitalista e suas opressões, com o nosso reiterado compromisso histórico em defesa do socialismo e do internacionalismo proletário. Estaremos firmes na defesa do Partido e seus métodos de trabalho, sempre lutando pela emancipação da classe trabalhadora.

Seguiremos resolutos, com convicção e firmeza ideológica para combater o liquidacionismo e avançar na luta da nossa classe.

Fomos, somos e seremos comunistas!

Edmilson Costa, Secretário Geral do Partido Comunista Brasileiro (PCB)