O combate ao fracionismo é necessário para seguirmos fortalecendo o PCB!

Seguimos praticando e aprofundando a nossa democracia interna e o Centralismo Democrático.

Nota política do Comitê Regional do PCB no Rio de Janeiro

O Comitê Regional do PCB do Rio de Janeiro vem a público afirmar que não adere nem tolera qualquer iniciativa fracionista, explícita ou disfarçada, e segue firme na construção do centenário PCB. Rechaçamos o racha que está sendo operado. O que já seria reprovável por sua natureza, se agrava pelos métodos mais baixos praticados, tais como vazamento de documentos e comunicados internos, propagação de mentiras e manipulações de fatos, métodos policialescos como exposição pública de imagens, nomes e “ficha corrida” de camaradas e a cizânia constante, induzida e articulada por fora das nossas instâncias, para buscar pescar mais militantes que tenham críticas justas.

Seguimos na defesa inequívoca do Marxismo-Leninismo e do Centralismo Democrático, reivindicando a tradição de Lênin e dos Partidos Comunistas da Terceira Internacional, conforme trecho das resoluções do X Congresso do Partido Comunista Russo, de Lênin: “É necessário que todos os trabalhadores conscientes compreendam com clareza o caráter pernicioso e inadmissível de todo o fracionismo, o qual, mesmo apesar do desejo dos representantes de alguns grupos de manter a unidade do partido, conduz inevitavelmente na prática ao enfraquecimento do trabalho fraterno e às tentativas acentuadas e repetidas dos inimigos do partido no poder, que se infiltram nele, de aprofundar as suas dimensões e de servir-se delas para os objetivos da contrarrevolução.”

Não negamos as nossas insuficiências e problemas organizativos, que existem e em boa quantidade, bem como a necessidade de constante melhoria de nossa política. No entanto, sabemos que o único caminho de superação é o debate interno, com críticas e autocríticas fraternas, ainda que duras. A construção coletiva, o debate interno fraterno e exaustivo e a unidade de ação são pressupostos para a atuação e o compromisso dos comunistas. A abertura pública de polêmicas internas é contra nossa forma organizativa, conforme debatido e reafirmado por amplíssima maioria em nosso último Congresso de novembro de 2021, e expresso nas nossas resoluções e estatuto.

O que menos a classe trabalhadora precisa agora é de mais uma fragmentação, quando a conjuntura na realidade pede mais unidade. Verificamos claramente que as intenções políticas da fração está repleta de esquerdismo, sectarismo e baluartismo:

– São incapazes de estabelecer mediações táticas para dialogar com setores da esquerda que compõem a ampla base política que elegeu e ainda apoia Lula, eleição essa que impingiu uma importante derrota à continuidade do governo fascista.

– Acusam-nos de recusarmos compor uma oposição ao governo PT. Nós do PCB mantemos a mesma posição de independência que nos norteou desde o segundo turno, quando nos somamos unilateralmente na campanha pela derrota de Bolsonaro mas sem exigir nada em troca por conhecermos os limites do governo Petista. Nesse sentindo mantemos nossa posição de independência em relação ao governo e mobilizando e organizando a classe para enfrentar tanto ameaças da extrema direita fascista como a agenda liberal do governo.

– Criticam o fato de termos engrossado e construído o Fora Bolsonaro, como se houvesse margem e fosse adequado fazer algum tipo de enfrentamento mais direto em “voo solo” naquela conjuntura. O movimento Fora Bolsonaro, embora não tenha tido êxito em sua pauta principal, o impeachment de Bolsonaro e seu governo, conseguiu impor importantes derrotas ao governo, garantindo por pressão popular a compra e a campanha de vacinação, o auxílio emergencial e isolar o governo Bolsonaro, desgastando-o diante da opinião pública. Além de romper o monopólio que extrema direita estava conduzindo nas ruas, as ocupando em massivas manifestações em todo o país.

– Repudiam as construções mais amplas que o Partido operou para combater taticamente o governo de viés fascista. Defendem um arco de alianças extremamente sectário, contando apenas com correntes autoproclamadas “revolucionárias”, ainda que com pouca inserção na nossa classe.

– Criticam abertamente as alianças com o PSOL, sendo que lançamos candidatura própria em 2022 para presidente e governadores.

Particularmente aqui em nosso estado, a atual direção não sofreu absolutamente nenhum abalo político. O movimento fracionista arregimentou alguns militantes, ação potencializada em geral pelo uso das redes sociais como canal oficioso de polêmicas e através de intrigas de bastidores. Temos certeza que críticas justas foram instrumentalizadas pelos divisionistas e fracionistas, e chamamos todos os comunistas a fazerem-nas nos seus fóruns internos, local onde as críticas podem potencializar nossa inteligência coletiva e somar na construção de um Partido cada vez mais forte. Mas reforçamos: não será nas redes sociais expostas a adversários políticos e inimigos de classe, além de órgãos da repressão e elementos da extrema direita que vamos avançar nos debates internos.

Lamentamos cada saída, mas não conciliamos com concepções antagônicas de partido. Os comunistas não funcionam com fração, tendência ou abaixo-assinados públicos, mas com críticas internas, nos fóruns e espaços adequados. Ao contrário do pretendido pelos divisionistas fracionistas, o partido de Horácio Macedo, Zuleide Faria de Melo, Dinarco Reis Filho sai mais unido, mais convicto e mais fortalecido da justeza de nossa linha política e do acerto de nossa forma organizativa.

Ainda que imperfeito, o PCB segue firme e forte, se colocando como um importante instrumento a favor da organização revolucionária da nossa classe, rumo ao Socialismo! Longe de termos um projeto de partido que seja um somatório de personalidades, pretendemos nos nortear para sermos a síntese das melhores e mais revolucionárias ideias e articulações de nossa classe e de todos os setores oprimidos.

Aqui no Rio de Janeiro seguiremos lutando contra a política de segurança pública que mata jovens, negros e moradores das periferias, favelas e bairros populares; pelo fim da política de guerra as drogas; pela desmilitarização da segurança pública e pelo fim da PM; pela reestatização da Light, Cedae e todas as empresas que deveriam ser de serviços públicos; pela reestatização da Super Via, das Barcas e do Metrô; pelo fortalecimento da luta popular por moradia, saúde, educação e demais serviços, em suma, onde estiver a luta justa, lá estará o PCB e seus coletivos!

“Coragem, vocês nunca estarão sozinhos
Porque aqui estamos camaradas
Por isso nascemos
Por isso lutamos tanto
Por isso sobrevivemos
É por vocês camaradas
que fomos, que somos, que seremos
sempre
Comunistas!” (Como e por que nascemos – Mauro Iasi)

PELO PODER POPULAR E PELO SOCIALISMO, VIVA O PCB!