PCB-SP: Em defesa da classe trabalhadora e do PCB
Camaradas, amigos e simpatizantes do PCB.
Estamos passando por um momento de turbulência política e o epicentro da crise que atingiu o partido é o estado de São Paulo. Se é certo que ex-camaradas tentaram abalar nossa organização utilizando de métodos contrários à nossa forma organizativa, com mentiras, calunias e adotando, por vezes, métodos policialescos (como a exposição pública de militantes, por exemplo), também é verdade que encontraram espaço para essa atuação. Isso deveu-se a uma compreensão errônea de nosso crescimento e de nossa inserção nas massas trabalhadoras em nosso estado.
Neste sentido o Comitê Regional do PCB de SP já iniciou, tanto em diálogo com os diferentes organismos estaduais, quanto em sua direção, uma profunda análise para compreender os caminhos que nos trouxeram até aqui. Para tanto, tomamos e continuaremos com medidas que defendam o partido e isso, necessariamente, passa por refletirmos sobre questões da vida partidária e revermos posicionamentos sobre nós e sobre o enfrentamento ao grupo liquidacionista, privilegiando a partir desse novo momento o fortalecimento da direção coletiva do Partido. Um debate que certamente passará por nossa conferência política, que deverá envolver aspectos de reflexão organizativa, e por um franco balanço de nossas direções, em todas as esferas.
Sabemos dos avanços que tivemos nesses últimos anos com o aprimoramento de nossa organização, e em nosso caso, a criação dos Comitês Macrorregionais foram fundamentais para que se colocasse na ordem do dia a direção partidária coletiva – na perspectiva leninista de que cada militante é um quadro do Partido, aprofundando a noção da democracia baseada no Centralismo Democrático, o que possibilitou que a maioria da militância enxergasse os elementos golpistas presentes nas ações e propostas dos fracionistas.
No entanto, estamos ainda muito aquém dos desafios que a luta de classes, com vias a construção ao socialismo, nos aponta. Por isso a saída da nossa crise passa por trabalho político e de crescimento qualificado do Partido, recrutando filhas e filhos da classe trabalhadora e militantes de movimentos sociais, a partir de uma concepção consequente e revolucionária conforme os princípios do centralismo-democrático e das Resoluções do XVI Congresso.
Ainda assim, a utilização de redes sociais para um debate público sem que houvesse a utilização de espaços orgânicos existentes em nossa organização, evidenciou um processo liquidacionista que intentava reverter as Resoluções do XVI Congresso expondo-se críticas no intuito de fragilizar o partido, tomá-lo de assalto, pelos poucos que tiveram tais posicionamentos derrotados internamente e, especialmente, no próprio XVI Congresso do PCB.
Não negamos que tenhamos questões a serem resolvidas. Para tanto, estavam previstas Tribuna de Debates para a Conferência Política que se avizinha e boletim interno de discussão permanente para todos os militantes do PCB participarem. Quando o Comitê Central definiu essa programação, em poucos dias, surgiram “denúncias” de supostas mudanças na política internacional do partido, na ausência de tribuna de debates.
O Fundamental é que para nós, nesse momento, interessa quem fica no Partidão! As críticas internas, camaradas, fraternas, ainda que duras, são horizonte importante nesse processo, sejam em relação ao funcionamento orgânico de nossos organismos, sejam em relação à condução de nossas direções. Mesmo porque aqueles e aquelas que permanecem tem críticas à forma com que nossas direções conduziram diversos processos e debates internos. É assim que superaremos nossas falhas e construiremos a necessária autocrítica coletiva, para fortalecer as estruturas organizativas partidárias e o Centralismo Democrático que aprofundará a democracia interna do PCB.
Assim sendo, vamos concretizar todos os esforços possíveis para acolher as críticas justas dos camaradas que continuam cerrando fileiras e doando suas vidas para a construção da revolução socialista no Brasil através do PCB. Realizaremos um balanço crítico sobre as questões das opressões que atingem a classe trabalhadora em seu conjunto dialético e contraditório, objetivando dar respostas concretas para as situações concretas que atingem o o proletariado brasileiro e sua diversidade.
Continuaremos trabalhando para a realização das Conferências Políticas Estadual e Nacional, a partir do conjunto de nossos organismos estaduais, na continuação da organização de ativos, giros de direção, e demais debates com todos os organismos. Aperfeiçoaremos os novos mecanismos organizativos, aliás, pioneiros no Brasil, como as Macros Regiões e Comitês Municipais, a circulação qualitativa de informações e troca de experiências entre nossos organismos. Todos esses mecanismos são fundamentais para que possamos aprimorar o debate interno afim de aumentarmos nossa influência junto à classe trabalhadora e elevar nossa organização.
Lutaremos com todas as formas para impedir a continuação do sequestro de nossos coletivos partidários, por parte daqueles que tentam sangrar o PCB para crescerem seus seguidores e aderentes à uma outra organização política.
Hoje, defender nossa organização é defender os interesses históricos da classe trabalhadora brasileira. A resposta está na organização de nossa classe, na crítica e autocrítica de nossas direções e do conjunto partidário. Por isso seguiremos defendendo com intransigência o conjunto de nossa militância, nossa história, o crescimento e o enraizamento do PCB na classe trabalhadora, seguindo coma firme defesa das resoluções do XVI Congresso, da construção da revolução brasileira, além da preservação dos aspectos positivos da cultura centenária do PCB, assim como absorvendo criticamente as lições históricas do movimento comunista internacional.
Viva a luta da classe trabalhadora e o PCB!
Pela Conferência Política Nacional!
Fomos, Somos e Seremos Comunistas!
Saudações comunistas!
Comitê Regional de São Paulo