Mais de 9 mil mulheres assassinadas por Israel em Gaza

Créditos da imagem: Prensa Latina

AbrilAbril
8 de Março de 2024

O elevado número de mulheres mortas, o impacto da agressão israelense sobre as grávidas, a degradação geral das condições de vida, a falta de comida e medicamentos em Gaza são questões em destaque, por ocasião do 8 de Março.

Num relatório publicado na véspera do Dia Internacional da Mulher, que se celebra neste dia, o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina afirma que mais de 9.000 mulheres foram mortas em resultado da mais recente agressão israelense contra a Faixa de Gaza cercada e estima que as mulheres representem 75% dos cerca de 72 mil feridos registados até o dia 07/03/2024.

Além disso, afirma o documento, as mulheres e as crianças representam também a maioria (70%) dos desaparecidos sob os escombros.

Num território onde quase dois milhões de pessoas foram deslocadas à força devido aos ataques israelenses, metade são mulheres, acrescenta.

O relatório que o organismo publicou, sob a designação «Investir nas mulheres: acelerar o progresso», chama a atenção para os desafios que se colocam para cerca de 60 mil grávidas no território, onde a escassez de alimentos e medicamentos é extremamente grave.

Destas, cerca de 15% têm probabilidades de sofrer complicações durante a gravidez e o parto, que são difíceis de tratar devido à falta de cuidados médicos, refere o texto divulgado pela Wafa.

O número de nascimentos prematuros aumentou um terço devido a fatores como o stress e o trauma, enquanto algumas mulheres abortaram por medo, assinala ainda o gabinete, que estima em 300% o aumento dos casos de aborto.

O documento assevera também que as grávidas sofrem de desnutrição e desidratação, uma vez que enfrentam níveis severos de pobreza nutricional, e afirma que muitos dos seus recém-nascidos têm baixo peso e problemas de saúde.

A qualidade de vida das mulheres em geral, afirma o texto, foi também afetada pelo impacto negativo da falta de produtos de higiene e medicamentos destinados a manter a sua saúde sexual e reprodutiva, sendo que muitas delas foram expostas a doenças ginecológicas.

A agressão israelense afetou o estado de saúde psicológica e física das mulheres na Faixa de Gaza e dificultou a sua capacidade de viver com dignidade, segundo o texto.

No que diz respeito às detenções, o organismo afirma que, das 300 mulheres presas na Margem Ocidental ocupada em 2023, 200 foram aprisionadas durante a agressão a Gaza.

Quanto à Faixa de Gaza, sublinha que não estão disponíveis dados precisos, o que tem a ver com o «desaparecimento forçado que a ocupação israelense continua a levar a cabo contra mulheres» ali detidas.
Perto de 240 mulheres palestinas detidas desde 7 de Outubro

Num comunicado também emitido nesta quinta-feira a propósito do Dia Internacional da Mulher, a Sociedade dos Presos Palestinos (SPP) revelou que cerca de 240 mulheres palestinas foram presas na Cisjordânia ocupada desde 7 de Outubro.

«Este ano é o mais sangrento para as mulheres palestinas», denuncia a SPP no texto que assinala o 8 de Março.

«Atacar as mulheres palestinas tem sido uma das políticas mais proeminentes e sistemáticas da ocupação israelense», acrescenta a organização, citada pela agência Anadolu.

Tal como o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, sublinha que não existem dados concretos sobre o número de mulheres presas pelas forças de ocupação na Faixa de Gaza.

«Embora algumas mulheres tenham sido libertadas, é certo que há mulheres que ainda estão detidas nos campos da ocupação, e são sujeitas a desaparecimentos forçados», alerta o organismo não governamental, que estima em 60 o número de mulheres presas nos cárceres israelenses.

Fonte:

https://www.abrilabril.pt/internacional/mais-de-9000-mulheres-assassinadas-por-israel-em-gaza