A UJC continua sendo a Juventude do PCB!

União da Juventude Comunista de São Paulo

A União da Juventude Comunista é a juventude do Partido Comunista Brasileiro, fundada no dia 1° de Agosto de 1927, cinco anos após a fundação do partido. Foi aderindo às orientações da III Internacional Comunista que, a partir de 1924, o partido encaminhou que seria construído um instrumento para dar conta de organizar os jovens trabalhadores brasileiros. Desde então, enquanto se manteve ativa, a juventude do PCB foi protagonista em diversos episódios da luta de classes no Brasil no século XX.

Por outro lado, a UJC em sua história passou por algumas pausas e reorganizações, principalmente devido às repressões ditatoriais e crises internas que o partido enfrentou. Apesar desses reveses, durante toda sua existência, a UJC nunca deixou de ser ligada ao PCB. Antes do último racha do PCB (2023), nenhum grupo dissidente na nossa história havia se prestado ao cinismo, ao desrespeito e à inconveniência de reivindicar os símbolos e o nome da juventude do nosso partido.

Mas em 2023, foi amplamente documentado em nossa imprensa partidária que um grupo minoritário de militantes criou um movimento divisionista no interior do partido e decidiu fundar sua própria organização. E para ter adesão interna e tentar conquistar legitimidade pública, o grupo decidiu “disputar” o símbolo e o nome da UJC, principalmente no estado de São Paulo, um dos únicos onde o grupo possui mínimas capacidades numéricas e autoconfiança para tal. De Agosto de 2023 até hoje, em algumas cidades do estado, eles insistem em se apresentar com nosso nome e nosso símbolo nos atos públicos, nas redes sociais e reuniões de articulação com outras forças, confundindo propositalmente as organizações parceiras e os novos jovens comunistas.

Por esse motivo, a UJC São Paulo, juventude do PCB, vem a público esclarecer alguns pontos.

1. A ex direção (fracionista) da UJC SP se auto-desligou do partido em agosto de 2023

Quando o grupo então auto-denominado “reconstrução revolucionária” lançou seu manifesto apresentando sua nova organização e plataforma política, no dia 30 de Julho de 2023, a então Coordenação Regional da UJC SP conclamou que os núcleos do Estado rejeitassem as deliberações do partido e não reconhecesse sua autoridade, por meio de uma circular enviada no dia 2 de agosto de 2023. A partir desse momento, essa instância tinha pleno conhecimento do caráter aventureiro, paralelo, anti-estatutário e improvisado de suas ações perante às regras do partido.

Era de conhecimento pleno do grupo o fato de que, aderir a tal plataforma, implicaria no auto-desligamento desses membros das fileiras da UJC e do PCB. Mas preferiram fazer mesmo assim, inclusive de forma ilegítima e atropelada: apressaram os núcleos de base da UJC-SP para “debater” a crise do PCB no prazo de uma semana (do dia 30 de Julho, quando lançaram o manifesto, até o dia 6 de Agosto, quando informaram à militância a quantidade de núcleos que ‘aderiram’ ao movimento fracionista). E fizeram isso desobedecendo a orientação interna do partido, que por sua vez, orientou que a UJC não debatesse as questões da crise antes que a discussão tivesse sido esgotada no âmbito do partido. Agiram com pressa, sem se preocupar com a qualidade dos debates, pois não estavam preocupados com o conteúdo político da crise partidária. Estavam na verdade, interessados em rachar o partido e conseguir adeptos na juventude, uma vez que fracassaram no âmbito das células do partido.

Após o racha, o grupo insistiu na reivindicação e uso do nosso e símbolo baseando-se, apenas, no fator maioria-minoria das reuniões que eles próprios convocaram à revelia do partido; baseando-se, apenas, no fator maioria-minoria de aderentes de um movimento que eles próprios criaram, instrumentalizando uma militância recém-recrutada e fortemente influenciada pelos próprios líderes e figuras públicas fracionistas.

2. Violação dos documentos aprovados pela base da militância no IX Congresso Nacional da UJC (2022)

Além das movimentações descritas acima, que se deram no âmbito da prática, o grupo que reivindica nossos adereços o faz de forma ilegítima porque violou pontos sensíveis dos documentos democraticamente aprovados pela militância no último congresso da UJC — os artigos 1, 10 e 20 do Estatuto da UJC, que versam sobre o necessário vínculo entre juventude e partido e o respeito à unidade partidária. À saber:

Art. 1° – A União da Juventude Comunista (UJC), é a Juventude do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e sua escola de quadros, submetida a ele histórica, orgânica, política e ideologicamente, possuindo autonomia relativa em relação ao PCB, ou seja, mantendo seus próprios congressos, organismos, direção, finanças, etc, na medida em que sua existência, suas direções e ações são referendadas pelo PCB, em seus respectivos organismos.

(…)

Art. 10 – O militante da UJC não poderá pertencer a nenhuma outra organização juvenil político-partidária, explicitamente ou em sua prática política, e nem a outro partido que não seja o PCB, assim como a outros coletivos de outros partidos políticos.

(…)

Art. 20 – É vedada a formação de tendência interna, caracterizada pela construção de centros paralelos de deliberação e orientação política, externos e/ou internos aos organismos. Constitui um atentado à unidade da UJC e a sanção a essa prática é a expulsão do militante envolvido, objetivamente comprovada e exauridos os recursos, incluída a possibilidade de defesa e autocrítica.

3. Apenas o PCB tem legitimidade histórica, orgânica e política para reorganizar a UJC

Sempre foi assim e jamais deixará de ser: apenas o PCB tem legitimidade histórica, orgânica e política para reorganizar a UJC. O Artigo 4° do nosso estatuto determina que: “São partes integrantes da história da UJC todas as organizações e tentativas de organizar a Juventude Comunista empreendidas pelo PCB desde 1922”. Com a sigla UJC, essas tentativas de reorganização se deram nos anos 40, 50, 80, 90, 2006 e em 2023/2024 não será diferente.

Os dirigentes da juventude que continuaram no partido (estaduais e nacionais), juntamente com os órgãos de direção do PCB, continuam organizando os jovens abandonados pelo grupo que decidiu se dividir. Portanto, cabe a pergunta: qual particularidade histórica dá aos fracionistas o direito de “tomar de assalto” os símbolos e nome da UJC? O que eles têm de especial que os demais fracionistas da história do PCB não tinham, uma vez que todos os antigos dissidentes saíram criando seus adereços e coletivos próprios?

As pessoas e organizações que constroem o movimento comunista brasileiro não podem normalizar e validar tal empreitada, pois não serão esses atuais atores históricos os primeiros a conseguir roubar o nome, símbolo e respectivamente o legado da nossa juventude. A UJC em São Paulo continua vinculada ao PCB SP e à direção nacional da UJC, possui suas instâncias de direção e organismos de base. Continua existindo apesar das aventuras alheias, e não baixará a guarda na defesa da nossa história e do caráter legítimo da nossa continuidade.