O historiador israelense Shlomo Sand expõe as bases de seu novo livro “A invenção da terra de Israel”
Nesta conferência, o historiador israelense Shlomo Sand expõe a essência de seu novo livro, A invenção da terra de Israel, e debate com o público presente as ideias por ele desenvolvidas nesta obra e em seu livro anterior (A invenção do povo judeu).
Com sua usual contundência, Shlomo Sand desconstrói por completo a mitologia erigida pelos sionistas através da manipulação de citações bíblicas. O propósito de tal manipulação é tentar justificar com argumentos religiosos a ocupação da Palestina e a expulsão de grande parte dos habitantes autóctones para, em seu lugar, assentar os contingentes de pessoas de ascendência judia (majoritariamente oriundos da Europa Oriental) que o sionismo conseguiu levar para ali.
No debate com a audiência, Shlomo Sand revela que, ainda que considere que a proposta de um só Estado para a região seja moralmente superior, por razões de viabilidade prática, ele se mostra favorável à criação de dois Estados: um israelense e outro palestino. Contudo, diferentemente do que anda defendendo ultimamente Norman Finkelstein, Sand se mostra terminantemente contrário a que Israel seja um Estado judeu, ou que Palestina venha a ser também um Estado racial ou religioso. Ele defende a existência de Israel como um Estado de todos seus cidadãos, com direitos e deveres iguais para todos, quaisquer que seja sua religião ou ascendência étnica. O mesmo para Palestina.
A alternativa de dois Estados (na concepção que Shlomo vislumbra) deve ser assumida porque é, segundo ele, a única que pode conseguir o consenso necessário para sua concretização. Segundo ele, a atual sociedade israelense é a mais racista de todo o mundo ocidental e, portanto, jamais aceitaria passar à condição de minoria em um Estado que foi originalmente criado exatamente com o objetivo de garantir sua hegemonia.
Fonte: http://www.youtube.com/watch?&v=EkwltzEPj2k
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)