PCB 92 ANOS: COERÊNCIA E ATUALIDADE REVOLUCIONÁRIA

Passados noventa e dois anos desde sua fundação, em 25 de março de 1922, o Partido Comunista Brasileiro não se tornou anacrônico; pelo contrário, no último decênio deu mostras de rejuvenescimento, repensando tanto a sua trajetória, quanto a sua elaboração teórica e política. Mas, ao mesmo tempo, manteve uma linha de coerência ao não afastar-se dos seus princípios fundadores.

Esta conduta permitiu que o horizonte partidário se estendesse, principalmente, em direção aos setores mais mobilizados da juventude e da classe trabalhadora. A inquietação gerada depois de uma década de governos de colaboração de classe sob a égide do PT e PC do B, tem levado muitos ativistas das lutas sociais a questionarem essa política, que em última instância, só reforçou a hegemonia burguesa no Brasil.

O PCB nesse último período também buscou atualizar sua análise da situação internacional, assim como, restabelecer os contatos e o trabalho conjunto com partidos e organizações que se mantiveram na perspectiva da revolução e do socialismo após a desintegração da URSS. A soma desses esforços permitiu uma melhor compreensão da situação mundial e reforçou o caráter internacionalista do nosso Partido.

As condições atuais e as perspectivas da luta de classes em nosso país exigem um Partido cada vez mais aguerrido e preparado para os enfrentamentos que se avizinham. Essa exigência da realidade reforça nossa convicção de que o centralismo democrático, um dos nossos princípios fundadores, se mantém como método imprescindível para o fortalecimento da nossa organização, é ele que garante a participação de todos os militantes nas discussões e disciplina nossa ação nas frentes de massa que atuamos.

Os trabalhadores e a juventude que buscam uma organização política revolucionária para militar no sentido da revolução socialista, vão encontrar no PCB, não um Partido que considera ter a exclusividade de todas as respostas aos desafios que nos são colocados, ou ainda, um reduto das lideranças infalíveis. Nosso Partido é sim um organismo vivo, em construção permanente, onde a elaboração coletiva, a democracia interna, a solidariedade e a camaradagem entre seus membros estão na base de uma saudável convivência militante.

Ney Nunes

*Bancário e membro da Direção Estadual do PCB-RJ

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