Duas semanas de violência israelense contra a Palestina em números
Duas semanas de violência israelense contra a Palestina em números
27 de junho de 2014
Seis palestinos foram assassinados a sangue frio. Todos eles desarmados e indefesos, entre eles Mohammed Dudeen, uma criança de 13 anos. Além dele, um jovem com incapacidade mental foi barbaramente executado pelo exército sionista de ocupação, quando se dirigia à mesquita para rezar.
Cisjordânia sitiada
Depois do desaparecimento, em 12 de junho passado, de três colonos sionistas em Al Khalil (Hebrón) – território palestino ocupado e sob o controle israelense –, a violência das forças israelenses de ocupação alcançaram níveis assustadores. Embora a dor humana não possa ser medida, são apresentados aqui os crimes de Israel durante estas duas semanas de terror em números:
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Seis cidadãos palestinos assassinados a sangue frio. Todos desarmados e indefesos, entre eles Mohammed Dudeen, uma criança de 13 anos de idade. Além dele, um jovem mentalmente incapacitado foi executado com 4 tiros pelo exército israelense, enquanto se dirigia à mesquita para rezar.
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Dois idosos, um homem de 76 anos e uma mulher de 79, morreram de ataque cardíaco quando as forças sionistas de ocupação, de madrugada, irromperam em seus lares, destruindo seus bens, maltratando e aterrorizando seus familiares, inclusive crianças pequenas. Um bebê de quatro meses faleceu pela impossibilidade de ser levado ao hospital por conta do cerco militar imposto em toda Cisjordânia, especialmente em Hebrón e Nablús.
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Cerca de 600 palestinos e palestinas foram sequestrados nestes últimos 14 dias pelas forças israelenses de ocupação, entre eles 23 deputados do Parlamento Palestino, incluindo seu presidente, o Dr. Aziz Dweik, que foi detido em 16 de junho, no meio da noite e retirado algemado de sua casa, sem serem apresentadas as acusações e nem ter a permissão de presença de advogados.
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Mais de 120 feridos com diferentes gravidades, entre eles três membros de uma mesma família lesionados pela explosão de uma granada que o exército de ocupação utilizou para derrubar a porta da casa.
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132 palestinos sequestrados por Israel que tinham sido liberados na troca do soldado sionista Gilad Shalit, foram presos novamente, entre eles Samer Issawi, que o ano passado protagonizou uma heroica greve de fome durante 8 meses e esteve a ponto de falecer antes de ser libertado por seus captores.
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Em torno de 1300 registros, com roubo e destruição de bens nas propriedades invadidas, entre elas, casas, universidades, escolas, sedes de movimentos palestinos, entre outros.
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Perseguição, detenções e torturas contra dirigentes políticos, especialmente contra líderes do Hamas, jornalistas e ativistas sociais.
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Repressão e ataques com armas letais contra manifestantes desarmados, inclusive contra os presentes nos enterros das vítimas.
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Desde a segunda semana de junho, quase em todas as noites, a Faixa de Gaza tem sido bombardeada pelas forças israelenses de ocupação, resultando em 3 mortos e mais de 10 feridos, entre eles várias crianças e um bebê em estado crítico.
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O bloqueio pelo mar, ar e terra torna-se ainda mais duro. A passagem de Rafah, única saída e entrada para os palestinos que não é controlada por Israel, fica absolutamente fechada pelas autoridades egípcias durante semanas e nos poucos dias em que abre, é para permitir a entrada de palestinos e dos poucos estrangeiros na Faixa. Porém, a saída é muito difícil para os estrangeiros e quase impossível para os palestinos, inclusive quando por motivos de saúde, colocando em risco suas vidas.
A impossibilidade de sair de Gaza causou, desde 2007, mais de 2.000 mortes.
O que quer Israel com estes crimes?
Desmantelar as estruturas da legítima resistência palestina.
Acabar com as forças políticas que se opõem ativamente à ocupação israelense, com especial ênfase no movimento islâmico Hamas. Romper o acordo de unidade do novo governo palestino. Expandir a ocupação dos territórios roubados da Palestina.
Quando o assassino além de matar, culpa a vítima…
Não existem evidências de que os três colonos desaparecidos em 12 de junho passado tenham sido sequestrados pelo Hamas, nenhuma força política palestina reconhecida se apropriou da dita ação, nem o regime israelense apresentou provas a respeito. No entanto, os organismos internacionais, meios de comunicação e governos aliados de Israel avalizam e repetem a versão sionista do “sequestro” como se fosse um fato comprovado.
Até a data em que esta nota foi escrita, o único sequestro provado e documentado é o de 5.700 cidadãos palestinos retidos ilegalmente e torturados nos cárceres das forças israelenses de ocupação durante décadas, com o beneplácito e apoio das potências ocidentais e ante o silêncio cúmplice dos organismos internacionais, que deveriam cumprir sua função de velar pelos direitos humanos do povo palestino.
Israel mata, as “democracias” ocidentais financiam seus massacres, o mundo se cala.
Última hora, atualização do massacre:
Na manhã desta sexta-feira, na hora da reza, tanques das forças israelenses de ocupação dispararam contra a torre da Mesquita de Khuza’a, a leste de Khan Younis, na Faixa de Gaza, ferindo cinco civis, entre eles três mulheres, que sofreram lesões leves, e o menino Siraj Wael al-Najjar, de 12 anos, que foi ferido gravemente por tiros de metralhadora nas costas. Seu estado é crítico.
NOTA: No momento de fechar este relatório, as forças israelenses de ocupação bombardearam o campo de refugiados Beach Camp, na Cidade de Gaza. Duas pessoas foram assassinadas neste ataque. Continuaremos informando direto do lugar dos fatos.
Valeria Cortés / Brigadas Internacionais Unadikum/ da Faixa de Gaza.
Fonte: http://www.correodelorinoco.gob.ve/multipolaridad/dos-semanas-violencia-israeli-contra-palestina-cifras/
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)