Governo do Syriza: Capitulação total
Nota dos Editores de ODIARIO.INFO
15.Ago.15
A aprovação por ampla maioria pelo Parlamento de Atenas do III Resgate imposto à Grécia pela União Europeia era esperada. Será recordada como o ato de capitulação total e humilhante do governo do Syriza perante o grande capital.
Bruxelas concedeu ao executivo de Tsipras 86 mil milhões de euros pagáveis em três anos.
O Memorando aprovado inclui cortes brutais nas pensões de reforma, no sistema de saúde, na educação. Regulamenta inclusive o numero de horas de aulas nas escolas, a quantidade de aspirinas que um cidadão pode adquirir. O Ajuste pode superar os 9000 milhões de euros. Os aeroportos regionais serão privatizados e algumas exigências envolvem as relações internacionais.
O FMI informou que somente em outubro decidirá se participa ou não, dependendo a sua «ajuda» da «sustentabilidade da divida». A hipocrisia é inocultável: a senhora Lagarde sabe que a dívida é impagável.
Tsipras, em mais um discurso de recorte populista, afirmou que a escolha era entre «continuar a viver ou o suicídio».
Na realidade as medidas impostas, mais duras do que as aceites pelo governo de Samarás, configuram um suicídio político e económico.
A mal chamada «ala esquerda» do Syriza criticou o Memorando, mas o discurso dos críticos do partido foi ambíguo. O ex-ministro Varoufakis, por exemplo, declarou que votou contra o resgate mas apoia o governo.
Foi graças à Nova Democracia (76 deputados) e ao PASOK que o Parlamento aprovou as exigências de Bruxelas. Mas o ex primeiro-ministro Samarás esclareceu que o seu partido votará contra a moção de confiança anunciada por Tsipras.
Fica transparente que a Grécia, sob o consulado do Syriza, foi reduzida ao estatuto de colonia de novo tipo.
Em Portugal, o Bloco de Esquerda (Louçã participou inclusivamente em Atenas ao lado de Tsipras num comício) e dirigentes do PS que durante meses viram no Syriza o modelo de uma «esquerda europeia moderna» esforçam-se agora, atabalhoadamente, por justificar tomadas de posição incómodas, dando o dito por não dito.
O Presidente da Republica, Passos Coelho, os seus ministros e os comentadores de serviço na Televisão e nos jornais acumulam, como habitualmente, disparates sobre a crise grega.
Fica transparente que a Grécia, sob o consulado do Syriza, foi reduzida à situação de colonia de novo tipo, governada pelo grande capital transnacional.