PARA QUE SERVEM AS FRONTEIRAS DAS NAÇÕES?

Para explorar e matar nossa classe.

(Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora)

“A descoberta da América, a circunavegação da África ofereceram à burguesia em ascenso um novo campo de ação. Os mercados da Índia e da China, a colonização da América, o comércio colonial, o incremento dos meios de troca e em geral, das mercadorias imprimiram um impulso, desconhecido até então ao comércio, à indústria e à navegação…” (trecho do Manifesto Comunista escrito por Marx e Engles em 1848).

As fronteiras das nações nunca foram tão potencializadas como pela sociedade do Capital: Enquanto as mercadorias circulam livremente, à humanidade as cercas das nações servem para submeter homens, mulheres e crianças à exploração. Em nome da defesa da nação, terras serão invadidas, guerras e genocídios se espalharam das mais diversas formas e lugares.

Muita ideologia aplicada pelo Estado do Capital para potencializar a livre circulação de mercadorias e assim expandir, acumular e aumentar os lucros que vão para as mãos daqueles que detêm os meios de produção, acumulam riqueza a partir da exploração, da fome e da miséria da maioria dos que produzem o valor nessa sociedade.

Enquanto as mercadorias do Capital circulam livremente, homens e mulheres trabalhadores e crianças morrem à deriva no mar, sufocados trancados dentro de caminhões, de fome, nas guerras que nada mais são do que instrumentos de queima e acumulação do Capital.

Na Síria mais de 200 mil já morreram vítimas da guerra que dura 4 anos, no Iraque depois de mais uma década de invasão provocada pelo imperialismo a população amarga a violência provocada pelo Estado e por seu auxiliares.

Pais, mães e seus filhos fogem da guerra, do desemprego, da fome, mas diferente das mercadorias não têm garantido seu direito de circular livremente. Para os que produzem a riqueza a violência, as cercas das nações se revelam por inteiro.

Saem de vários lugares, do Oriente Médio, da África, da Índia, de Bangladesh, da Ucrânia e de tantos outros lugares onde o que reina é a violência da guerra, da fome.

E mais uma vez os Estados nacionais se armam com muita ideologia e violência para impedir que essas mulheres, crianças e homens possam ter o direito de procurar a sobrevivência.

Nessa semana mais de 70 pessoas entre elas crianças morreram sufocadas dentro de um caminhão tentando entrar na Áustria; na Grécia, os refugiados foram recebidos com bombas de gás pelo aparato de repressão do Estado e a União Européia aprofunda as leis de combate a imigração, o que significa aumentar ainda mais o sofrimento de quem foge da guerra e da fome, pois para onde vão o que os espera é a perseguição do Estado, a violência do tráfico humano, a exploração extrema em serviços precarizados sem os mínimos direitos.

No Brasil trabalhadores haitianos foram alvejados com bala de chumbinho em São Paulo. Na região onde estão alojados em São Paulo  e pelo país afora são “recebidos” pelo Capital para trabalharem em condições extremamente precárias, com salários reduzidos e sem direitos respeitados. Trabalhadores bolivianos são confinados nas confecções de roupas, vivendo e trabalhando em situações desumanas.

A luta da classe não tem fronteira e é nos exemplos da mobilização do cotidiano que enfrentamos as cercas impostas pelo Capital: como o que, juntos com nossos companheiros vindos do Haiti, estamos fazendo.
Organizando a luta em vários lugares como na região sul, lutando por melhores condições de trabalho e os trazendo para luta do conjunto dos trabalhadores como com os trabalhadores no setor de carnes e alimentação em Chapecó, como em Blumenau nas indústrias têxteis.

Não importa aonde nasceram, não importa em que cerca de nação viviam, são nossos irmãos de classe: As cercas das nações nada mais são de que instrumentos criados com o objetivo de ampliar a dominação capitalista, portanto não importa aonde nasceram, de onde vieram, sejam sírios ou haitianos, afegãos ou ucranianos, seja indiano ou bengalês, esses homens, mulheres e crianças que arriscam a vida para tentar salvá-la, são nossos irmãos de classe.
Lutar contra os ataques xenófobos realizados pela direita que sai do armário em tempos que o Capital busca explorar ainda mais o conjunto da classe, receber nossos irmãos de classe de abraço aberto e mobilizado para juntos lutarmos por melhores condições de trabalho e vida é tarefa dos que lutam pela destruição das cercas impostas pelo Capital e seu Estado.

MAIS FORTE QUE AS CERCAS DAS NAÇÕES QUE TENTAM NOS DIVIDIR É A LUTA DA CLASSE TRABALHADORA QUE NOS UNE.

Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora

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