NOITE VERMELHA NA CÂMARA MUNICIPAL DE NOVA FRIBURGO: CAMARADA CHICO BRAVO, PRESENTE!

imagemNo último dia 25 de setembro, aconteceu a Sessão Solene de devolução do mandato de Francisco de Assis Bravo, vereador comunista e líder operário cassado pela ditadura em 1964, após pressões do Sanatório Naval e dos empresários locais, liderados pelo então vice-prefeito Heródoto Bento de Mello (UDN), que muito lucraram com a repressão aos trabalhadores. A Câmara Municipal de Nova Friburgo aprovou, por unanimidade, em 26 de agosto próximo passado, resolução legislativa revogando as resoluções de abril de 1964 que levaram à cassação de Chico Bravo, reparando esse crime histórico cometido contra um dos mais bravos lutadores do movimento operário e sindical da cidade. Outras reparações são igualmente necessárias, como a devolução do mandato do Prefeito Vanor Tassara Moreira, forçado a renunciar por suas ligações com o movimento sindical e por ter enfrentado interesses poderosos, como os do grupo privado que monopoliza até hoje o transporte coletivo urbano.

A Sessão foi dirigida pelo Vereador Professor Pierre, autor do projeto da Resolução Legislativa, e contou com a participação de militantes políticos e representantes dos mais combativos movimentos sociais da cidade. Usaram da palavra Ricardo Costa​ e Eduardo Serra​ (Comitê Central do PCB), os Vereadores Pierre e Cláudio Damião (PT)​, Hugo Moreno​ (dirigente do PSTU), Aderson Bussinger Carvalho​ (Vice-Presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ), Sidney de Moura​ (Secretário Sindical Nacional do PCB e dirigente da Unidade Classista), Nathália Mozer​ (da Coordenação Nacional da UJC), Sergio El-jaick​ (Coletivo da Memória, Verdade e Justiça de Nova Friburgo), Pedro Monnerat​ (PCB de Friburgo) e Gessy Bravo, filha do homenageado. Todos se referiram à necessidade de prosseguir na luta pela memória, para que seja enfim eliminada a herança maldita da ditadura, mantida no aparato repressivo do Estado, na continuidade das torturas e na opressão cotidiana ao proletariado e às comunidades populares. A tardia, porém justa homenagem à heróica figura de Chico Bravo, operário da construção civil, dirigente sindical, militante histórico do Partido Comunista Brasileiro e vereador eleito em 1962, cassado em 1964 por causa de suas firmes ações em defesa dos trabalhadores e de enfrentamento ao patronato friburguense, foi realçada como importante meio de promover o resgate do passado com vistas à construção no presente e no futuro de uma sociedade fraterna e igualitária, a sociedade socialista. O ato contou ainda com a participação de Carlos Guimarães​ (ex-vereador e ex-deputado estadual do PDT), Bruno Calderaro (ex-vereador do PDT), Maria Ignez Breder​ e Ivaldeck Barreto (Coletivo da Memória, Verdade e Justiça)​, Anderson Ramos​ (Sindicato dos Metalúrgicos) e familiares de Chico Bravo, além de membros da Comissão Municipal da Verdade, batizada com o nome de Chico Bravo.

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