Base da OTAN nas Malvinas é reforçada pelo Reino Unido

imagemPor Jorge Kreyness, 17 de fevereiro de 2016

Devem ser consideradas de suma gravidade as afirmações do Ministro de Defesa do Reino Unido, Michael Fallon, em ocasião de sua visita às Ilhas Malvinas argentina, todavia sob o domínio colonial, apesar dos insistentes chamados da ONU para um diálogo entre as partes sobre a questão da soberania e do amplo apoio que o país sul-americano recebe de centenas de países nos fóruns internacionais.

Evidentemente, a dócil postura do novo Presidente direitista da Argentina Mauricio Macri em seu encontro com o Primeiro Ministro David Cameron em Davos, colocando em segundo plano na relação com Londres o tema da disputa pelos arquipélagos, fez com que o velho império decidisse impulsionar uma nova ofensiva no Atlântico Sul. Há mais de dez anos que uma autoridade desse tipo não chega às ilhas, localizadas a uns 12.000 km da Inglaterra e a uns 350 km do país sul-americano.

O Ministro anunciou, com arrogância colonialista, que dispuseram de 180 milhões de libras esterlinas, uns 120 milhões de dólares, para “…modernizar a infraestrutura defensiva das ilhas”.

Em seu discurso em Porto Argentino, reconheceu a existência de 1.200 efetivos militares, aviões Typhoon, helicópteros, unidades da Royal Navy e tropas de infantaria do Exército, ainda que importantes investigações indiquem que a presença militar ali é muito maior e que constitui uma ameaça para toda a América do Sul.

E anunciou que um terço desse orçamento se destinará a reforçar a base de Mount Pleasant Camp. Outras volumosas cifras, que serão pagas pelos contribuintes do Reino, serão utilizadas para reciclar o porto de Mare Harbour e para a instalação de uma cabeceira de radares.

Como se sabe, a fortaleza das Ilhas Malvinas está integrada à rede agressiva da OTAN.

“Agora, queremos construir uma melhor relação com o novo governo argentino, com os vizinhos do Atlântico Sul e os membros do G20”, declarou, como sabendo que na Casa Rosada de Buenos Aires olharão para o outro lado. Confessou, também, que com os reforços às instalações militares visam “…novas oportunidades econômicas e grande prosperidade a partir dos recursos naturais, da pesca, das investigações científicas e do aumento das exportações. O sul da plataforma epicontinental argentina contém vastas riquezas petroleiras, criadouros de peixes, etc. reclamadas pela Argentina, e as Ilhas Malvinas têm uma posição estratégica para o controle da passagem interoceânica meridional e o acesso à Antártida”.

O assunto desperta o debate entre os cidadãos do Reino Unido, dado que o país atravessa uma crise onde crescem a pobreza e o desemprego, assim como os conflitos sociais. O novo líder do opositor Partido Trabalhista, Jeremy Corbin, que ameaça a hegemonia atual dos conservadores, se manifestou a favor de respeitar as resoluções da ONU e iniciar o diálogo com a Argentina. No Foreign Office, no entanto, avaliam que estes passos de Fallon podem dificultar as novas e mais amigáveis relações com a Argentina.

Durante a presidência de Cristina Fernández de Kirchner, Fallon acusou Corbin de fraqueza. O Ministro afirmava que Buenos Aires construía uma aliança com a Rússia para se apoderar pela força das ilhas, uma inverdade absoluta para justificar os pedidos de inclusão no orçamento dos fundos para uma maior militarização do arquipélago.

Esses fundos, definitivamente, chegaram.

17 de fevereiro de 2016

Fonte: http://www.resumenlatinoamericano.org/2016/02/17/refuerzan-la-base-de-la-otan-en-malvinas/

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

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