É hora de construir a Greve Geral!

imagemResponder à miséria social com a luta dos trabalhadores e da juventude

Nota Política do PCB

Estamos numa grave conjuntura política no Brasil. O projeto capitalista implementado pelo governo de Bolsonaro, Mourão e Guedes tem aprofundado a miséria social, deteriorando de forma ainda mais dramática as condições de vida da classe trabalhadora, da juventude proletária e dos setores mais pobres da população nas mais diversas regiões do país. Uma crise social que deliberadamente opera no sentido do extermínio dos pobres, com o aumento do contingente de famintos e a carestia dos alimentos básicos, estimulada pelos preços administrados pelo governo (combustível, gás, energia elétrica, saneamento básico).

As classes dominantes aprofundam a estratégia neoliberal para destruir os direitos dos trabalhadores, reduzir os salários e fomentar o maior desemprego da história do Brasil, colocando a classe trabalhadora na informalidade. Existem hoje no país cerca de 21 milhões de desempregados, 36 milhões na informalidade e cerca de 20 milhões nas filas da fome e da miséria.

Essa ofensiva do governo contra a classe trabalhadora e a população em geral pretende reduzir e congelar salários, retirar direitos e precarizar ainda mais as relações e condições de trabalho, a fim de elevar as taxas de lucro da burguesia.

Enquanto a crise social se aprofunda, as classes dominantes demonstram a perversidade com que tratam a população brasileira. Para resolver o problema da fome, o ministro da Economia recomenda dar para os pobres restos de comida dos restaurantes, enquanto a ministra da Agricultura propõe distribuir alimentos vencidos para a população. Num país que é o maior exportador de carne do mundo, a população pobre é obrigada a entrar na fila dos ossos de um abatedouro em Mato Grosso, numa imagem trágica da espoliação social vivida pelo nosso povo.

Ao lado da gravíssima crise social, a pandemia continua matando diariamente milhares de brasileiros, enquanto tomamos conhecimento das denúncias de corrupção envolvendo o governo e seus principais aliados. Em resposta aos escândalos, Bolsonaro ampliou o espaço do Centrão e dos militares na administração federal, buscando se blindar para evitar o impeachment.

Ao mesmo tempo, o governo genocida, a serviço da burguesia, avança com as privatizações e a destruição dos direitos sociais. A contrarreforma administrativa (PEC 32) tramita com rapidez no Congresso, visando entregar mais fatias dos serviços públicos à iniciativa privada, acabar com a estabilidade dos servidores, dar fim aos concursos públicos e desorganizar a luta dos trabalhadores.

Mas se o governo e os capitalistas imaginavam que os trabalhadores iriam naturalizar cerca de 550 mil mortes, mantendo-se imobilizados em função da pandemia, errou completamente. Desde o dia 29 de maio, as massas retomaram as ruas num movimento cada vez mais forte, envolvendo centenas de milhares de manifestantes em mais de 500 cidades em todo o Brasil. Essas manifestações mudaram a qualidade da intervenção na luta de classes e estão levando temor aos salões da burguesia. Principalmente porque essa jornada de lutas está sendo organizada e dirigida pelos movimentos sociais, populares e partidos de esquerda, ao contrário do que ocorreu em 2013.

Nessa trajetória de luta é importante não termos nenhuma ilusão com as classes dominantes brasileiras, pois essas classes são promotoras da tragédia social e política que o país está vivendo. Foram as classes dominantes que deram o golpe de 2016, impuseram o teto para os investimentos sociais, a contrarreforma trabalhista, a contrarreforma da previdência, as privatizações, realizaram os ataques aos direitos e garantias dos trabalhadores, elegeram Bolsonaro e são responsáveis pelo aumento da fome e da miséria no país. Mesmo que atualmente tenham divergências pontuais com Bolsonaro, todos estão unidos sobre a pauta contra os trabalhadores.

Portanto, no interior da ampla unidade de ação forjada para derrotar o Governo de Bolsonaro, Mourão e Guedes, é preciso reforçar a nossa aliança fundamental, a espinha dorsal da nossa luta por um novo rumo para o Brasil: os movimentos sociais e populares, os trabalhadores da cidade e do campo, a juventude, os intelectuais progressistas e todos aqueles que estão dispostos a lutar pelas transformações radiciais em nosso país. Por isso, esse campo deve se tornar cada vez mais forte, cada vez mais enraizado nos bairros, nas escolas, nos locais de trabalho para se tornar uma alternativa real de poder. E quanto mais fortes estivermos mais influenciaremos em todos os outros setores da vida social brasileira.

Gostaríamos de saudar novamente todos os militantes do PCB e de nossos Coletivos pela participação combativa em todas as manifestações, de forma organizada e disciplinada, mostrando mais uma vez a disposição de luta dos comunistas. Continuaremos firmes e organizados nas manifestações porque acreditamos que só o Poder Popular e o Socialismo são capazes de construir um novo rumo para o país na perspectiva dos interesses populares.

A luta de classes para os comunistas não tem intervalo, a luta de classes não tira férias. Estamos no campo de batalha e preparados para agir em todos os cenários políticos que as marchas e contramarchas se apresentarem.

O momento é de seguir na ofensiva, mantendo as mobilizações de rua e participando das lutas diárias da classe trabalhadora e dos setores populares. É necessário que os Fóruns e Frentes de Luta e as centrais sindicais desenvolvam um processo conjunto de construção da greve geral como instrumento fundamental para derrotar esse governo e sua política antipopular. Também entendemos como imprescindíveis as articulações do campo classista no sentido da realização de um Encontro Nacional da Classe Trabalhadora, com o objetivo de formular eixos comuns programáticos que possibilitem a reorganização da classe trabalhadora na perspectiva da construção de uma alternativa política anticapitalista e anti-imperialista.

É preciso participar ativamente das mobilizações dos diversos setores da classe trabalhadora, com destaque para os servidores públicos, petroleiros, eletricitários, trabalhadores dos Correios e dos Transportes, fortalecendo o trabalho de base e o programa das diversas categorias em luta, com vistas à organização de uma campanha para a construção de uma GREVE NACIONAL DOS SERVIDORES e de uma GREVE GERAL no Brasil.

EM DEFESA DOS DIREITOS DA CLASSE TRABALHADORA E DOS SERVIÇOS PÚBLICOS!
CONTRA AS PRIVATIZAÇÕES!
CONSTRUIR A GREVE GERAL!

Fora Bolsonaro, Mourão e Guedes! Impeachment Já!
Pelo poder popular e o socialismo!

Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro (PCB)