Argentina respondeu Macri e seu ministro Aranguren com um massivo barulho:

imagemSoaram panelas, buzinas e apitos, mobilizaram-se milhares de pessoas em todo o país e repudiaram o tarifazo neoliberal (Reportagem fotográfica)

Resumen Latinoamericano, 14 de julho de 2016 – Dezenas de milhares de argentinos em todo o país demonstraram ao governo que não estão dispostos a suportar seu autoritarismo. Milhares de pessoas se reuniram no Obelisco e em outros 20 pontos da Cidade de Buenos Aires e se manifestaram ruidosamente contra o aumento das tarifas públicas, no marco de um protesto que tem como palavra de ordem “Unidos poderemos exigir que cortem os aumentos”.

Enquanto o Presidente pede que o povo permaneça dentro de suas casas e deixe de “andar á pé”, e enquanto a Corte Suprema posterga uma definição, esta noite se realizou o primeiro protesto contra o tarifazo, também o primeiro contra a administração de Cambiemos. Clubes de bairro, pequenos comerciantes, centros culturais e pessoas individualmente se nuclearam em “multissetoriais” que propuseram, alem de fazer ruído, concentrações em praças e esquinas das principais cidades do país. Os setores mais ativos de oposição ao ajuste organizaram rádios abertas e encontros de debate em algumas esquinas da Capital uma hora antes do epicentro do protesto.

Nas redes sociais se propunham ontem pontos de encontro em várias esquinas de bairros portenhos: Scalabrini Ortiz e Córdoba, San Juan e Boedo, Los Incas e Triunvirato, Juan B. Justo e San Martín, Acoyte e Rivadavia. Também circularam convocatórias para as principais praças do país, sobretudo nas províncias patagônicas, as mais afetadas pelo aumento do gás. A consigna principal foi #14JNoAlTarifazo [#14NãoAoTarifazo], mas também existiram outras mais originais, como #MacriParáLaMano [#MacriParaAMão] e #MacriCareta #PagameLaBoleta [#MacriCareta #PagaMinhaBoleta].

“É uma forma de manifestar a insatisfação sobre a forma com que o Governo e os donos das empresas de energia ditaram os aumentos”, assegurou o titular dos Consumidores Livres, Héctor Polino.

A convocatória propôs canalizar o repúdio dos consumidores que “não podem pagar os aumentos do gás, os aumentos da luz, do transporte, da cesta básica, do alqueire, quando a única coisa que não aumentou foram os salários”, disse Polino.

Ontem, várias organizações apresentaram uma carta ante a Corte, dirigida a seu presidente, Ricardo Lorenzetti, a quem reclamaram que convalide as falhas da Câmara de Chubut, Mendoza, San Luis que freiam o tarifazo a nível local, e o de La Plata, que o faz a nível nacional. Entre outros pontos, o escrito solicita a Lorenzetti que considere a opinião das associações de consumidores e convoque uma audiência na qual tenham a oportunidade de expressar seus “pontos de vista e propostas de solução à crise desatada pelos aumentos tarifários, que impactam na vida de milhões de pessoas”. A carta é assinada, além do próprio Polino, pela CTA-Autônoma de Pablo Micheli, a deputada federal María Victoria Donda, Alejandro Bodart do MST e da ONG La Alameda, que armaram sua própria “multissetorial” e montaram uma coletiva de imprensa em frente aos Tribunais.

“Lamentavelmente o presidente da Corte se reúne com o Presidente da Nação, porém não recebe as associações”, denunciou na véspera Osvaldo Bassano, presidente da Associação de Defesa de Usuários e Consumidores (ADDUC).

As principais associações de consumidores convocantes foram o Movimento em Defesa dos Direitos dos Consumidores, Usuários e do Meio Ambiente (Modecuma), a União de Usuários e Consumidores (UUC), a Associação de Consumidores Livres (ACL), a Associação de Defesa de Usuários e Consumidores (Deuco), o Instituto de Defesa do Usuário e Consumidor (Inducam) e a Federação de Socorro Mútuo para a Defesa Organizada do Consumo da Argentina (Femudeco). Também se somaram ao protesto várias organizações sociais e políticas que referenciam com o FpV.

“A gente quer pagar, mas não pode. Não é uma rebeldia: é simplesmente um aumento impossível”, opinou Polino, que relatou que recebeu consultas de usuários que sofreram até “1200 por cento de aumento”. “A todos digo que não paguem, que esperem”, acrescentou.

Algumas organizações de esquerda também se somaram à convocatória, como Patria Grande e a Frente Popular Darío Santillán, Partido Operário, o Espaço Resistir y Luchar e o PTS, chamaram a “sair às ruas” para frear “os desproporcionais e injustos aumentos dos serviços de luz, gás e água”.

Fotos: Frente de Comunicadores Populares por la Defensa del Pueblo,  Resumen Latinoamericano, Revista Venceremos,  Resistir y Luchar e  companheiros e companheiras de todo o país.

Fonte: http://www.resumenlatinoamericano.org/2016/07/15/argentina-le-contesto-a-macri-y-su-ministro-aranguren-con-un-masivo-ruidazo-sonaron-cacerolas-bocinas-y-silbatos-se-movilizaron-miles-de-personas-en-todo-el-pais-y-repudiaron-el-tarifazo-neoliberal/

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

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