A rebelião é um direito legítimo dos povos
Maracay (especial VEA) – Que a rebelião é um direito inalienável dos povos, que, inclusive, é um dever, foi uma das conclusões a que se chegou durante a primeira jornada do Congresso Somente Marx, evento realizado no auditório da Prefeitura de Maracay, organizado pelo Governo municipal, pela Frente Alfredo Maneiro, pelo Partido Socialista Unido da Venezuela e pelo Movimento Continental Bolivariano – Venezuela.
Depois de entoar as notas de A Internacional, e de um breve concerto oferecido pelo nosso afamado violonista Efraín Silva, Jesús Vivas tomou a palavra para presentear o público com um perfil político-bibliográfico de Karl Marx. Vivas destacou a claridade do pensamento de Marx e sua evolução até a consecução de sua obra mais elaborada, O Capital, síntese de toda filosofia marxista.
Em seguida foi a vez do pesquisador e docente argentino Néstor Kohan, que coordena em seu país a Cátedra Che Guevara. Kohan, depois de uma breve revisão histórica das vitórias e das derrotas das forças progressistas no mundo, centrou-se no dever e no direito dos povos à rebelião pela sua liberdade. A transição ao socialismo nunca será fácil, afirmou, para em seguida postular o debate aberto e fraterno, por vezes acalorado, sim, de irmãos por uma mesma causa, entre as distintas e múltiplas correntes coexistentes no marxismo.
O dominicano Narciso Isa Conde foi enfático ao assinalar que o socialismo, redescoberto a partir das colocações de Chávez, isto é, resgatado do chamado “fim da história”, não podia cair nos mesmos erros do passado. Esmiuçou os processos soviético, chinês e cubano para ressaltar seus acertos e alertar sobre seus erros. A discussão está aberta, disse, sobre o tipo de socialismo que queremos.
Por sua vez, o secretário geral do Partido Comunista Brasileiro, Ivan Martins Pinheiro, em um saboroso portunhol falou sobre a importância da Revolução Bolivariana para o mundo e para a América Latina em particular. Disse não lembrar nenhuma vitória popular sobre o imperialismo golpista tão contundente como a nossa em abril de 2002. Assinalou que continuam os perigos golpistas e separatistas na Bolívia (Santa Cruz), como também na Venezuela (Zulia).