O mercado mundial é para os ricos: Brasil sofre derrota na Organização Mundial do Comércio
OLHAR COMUNISTA – 07/09/2017
A OMC condenou o Brasil por conta de sete programas de estímulo à indústria, nas áreas de telecomunicações, informática, automóveis e aos exportadores em geral. A denúncia havia sido feita por Japão e União Europeia, que consideraram ilegais os incentivos concedidos (crédito para a aquisição de insumos no Brasil, para desenvolvimento tecnológico e reduções de impostos como o IPI). O Brasil terá 90 dias para recorrer.
A OMC foi criada em 1995, sob forte hegemonia neoliberal no mundo, com o objetivo de promover o livre comércio no mercado mundial, levantando barreiras e combatendo medidas de proteção nacionais aos respectivos mercados internos. É uma organização com poder de punir os países que descumprem suas regras.
Com a OMC, ficaram mais difíceis as possibilidades para os países ainda não plenamente industrializados superarem suas dificuldades para entrar no mundo dos desenvolvidos. O “livre comércio” tende a “especializar” os países nos produtos que fazem com mais vantagens comparativas, ou seja, os países com “vocação” agrícola tendem a permanecer agrícolas, e os industrializados tendem a permanecer industrializados. Para sair desse círculo, os países socialistas e muitos países do então chamado terceiro mundo, a partir dos anos 1950, lançaram-se a promover sua industrialização de forma acelerada, substituindo as importações pela criação de indústrias locais, utilizando-se de mecanismos de proteção aos seus mercados internos e apoio, em diferentes formas e graus, do Estado.
A OMC veio para acabar com tudo isso e garantir, para os países capitalistas e suas empresas transnacionais, o controle do comércio mundial, mantendo e ampliando suas vantagens, pois, a cada ano, os produtos industriais tendem a ficar mais caros que os agrícolas. Uma nova ordem mundial – socialista – é necessária.