Remís presente! Basta de feminicídio!

Remís presente! Basta de feminicídio!União da Juventude Comunista

Remís, 24 anos, estudante de Pedagogia da UFPE, mulher, companheira de luta, e mais uma vítima de feminicídio. Mais uma vítima das amarras de uma sociedade capitalista patriarcal, que fazem oito mulheres vítimas, por dia, no quinto país onde mais se mata mulheres no mundo.

Foram sete dias de mobilizações intensas, de corações apertados. Sete dias e uma só pergunta: Onde está Remís?

Remís está nas estatísticas brasileiras. Mas, Remís também está em cada mulher que se levanta todos os dias, e vai à luta que é estar viva. Viver já faz de nós, mulheres, guerreiras e vítimas. Fortes e alvos. Dentro e fora de casa. Todos os dias, perguntando pra nós mesmas: até quando?

Até quando vamos apanhar, sofrer por isso, ter coragem para denunciar e ver que nossos esforços continuam sendo ignorados e negligenciados? São Boletins de Ocorrência que nunca são efetivados. E quantas mais mulheres, periféricas, pobres, trabalhadoras, morrem sem nem conseguir chegar numa delegacia para prestar uma queixa?

O debate sobre a situação da mulher na sociedade, sobre o patriarcado, sobre o feminismo, não é uma invenção da cabeça de algumas poucas mulheres, mas uma necessidade imposta pela realidade(!).

São companheiras sendo derrubadas da trincheira da luta por uma nova sociedade, pela própria sociedade que elas desejam mudar.

Remís não morreu em paz. Ela vivia um relacionamento do qual não conseguia sair, no qual era violentada. Sofreu agressões. Pediu ajuda. Foi ignorada. E morta.

Nós também não ficaremos em paz. Não esqueceremos que Remís, mais do que todas nós, sentiu o peso de ser uma mulher nessa sociedade. Ser mulher, é ser Remís. Companheira que estará em nossa memória, e na memória de todos aqueles que estão na luta, todos os dias. A luta é Remís. A luta que compartilhamos, a luta que nos aproximava, a luta pelo socialismo. Luta que nos reconforta e que nos faz acreditar que, sim Remís, nossa dor será todos os dias convertida não no silêncio nem no esquecimento, mas na fúria da construção revolucionária da nossa condição social.

Queremos ir e vir sem temer, e sem que nenhuma mulher tema pela sua vida!

Remís presente! Uma vida inteira de luta!

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