Em Tel Aviv, milhares vão às ruas contra lei do apartheid

imagemMais de 100.000 árabes e judeus foram à ruas neste sábado, dia 11 de agosto, para se manifestar unitariamente contra a lei do Estado-nação, de cunho racista, recentemente aprovada no Parlamento Israelense. Foi o segundo grande protesto em oito dias.

Segundo o Jornal inglês “Morning Star”, de 12 de agosto, os manifestantes desfraldaram bandeiras israelenses e palestinas exigindo a renúncia do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e pediam que as “leis fascistas” fossem descartadas, dizendo: “Somos todos irmãos. Judeus e árabes se recusam a se dividir”.

A manifestação de sábado foi organizada pelo Comitê Superior de Monitoramento Árabe e foi apoiada por uma ampla gama de organizações, entre as quais estavam o Partido Comunista de Israel – Hadash, a Coalizão Contra o Racismo em Israel e a União dos Trabalhadores de Koah La’Ovdim.

Mais de 300 ônibus trouxeram pessoas de cidades como Haifa e Nazareth. Cresce a indignação com a aprovação da controversa lei do Estado-nação no Knesset, no mês passado, que declarou que apenas os judeus têm o direito à autodeterminação no Estado de Israel. Os manifestantes advertiram sobre a consolidação de Israel como um “estado de apartheid” através da legislação sob a qual o hebraico é designado como a única língua oficial do país, com o árabe rebaixado a um “status especial”.

O porta-voz do grupo da Lista Conjunta e Árabe-Israelense, Ayman Odeh, alertou na época da “morte de nossa democracia” e disse que a lei era de “supremacia judaica”, significando que os palestinos sempre seriam cidadãos de segunda classe. Membros da comunidade minoritária drusa participaram do protesto no sábado, junto com os árabes israelenses, que representam cerca de 17,5 por cento da população de Israel.

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O porta-voz do Partido Comunista de Israel, Mohammad Barakeh, disse, no comício: “Amigos, vocês sabem que nem todos os árabes daqui pensam de forma igual. Nem todos os judeus. Mas todos os árabes e todos os judeus vieram aqui em massa para protestar”.

“Não haverá outro Nakba (tragédia, termo que se refere à ocupação de terras palestinas por Israel e à expulsão de famílias palestinas de suas casas)! Vamos ficar aqui. Vamos superar”, prosseguiu Barakesh.

O membro do comitê executivo e ex-parlamentar do Partido Comunista de Israel – Hadash, Issam Makhoul, disse: “Esta é uma das manifestações mais importantes, prova que exige uma alternativa à atual forma de pensar em Israel, e que deslegitimar o setor árabe é perigoso para as duas nações”.

“Somos parte da paisagem deste país. A nossa cidadania deriva do nosso sentimento de pertencimento à nossa pátria e não permitiremos que alguém prejudique o nosso estatuto, nem o nosso estatuto nacional nem o nosso estado civil”.