A Argentina e a liberdade de expressão no capitalismo
strong>Jones Manoel*
A imensa maioria do povo brasileiro não sabe que a Argentina está sendo destruída em ritmo acelerado. Sobre a Venezuela todo brasileiro acha que sabe alguma coisa. Todos os dias em todos os meios de comunicação aparece uma notícia negativa sobre a pátria de Hugo Chávez. O brasileiro informado pela mídia burguesa acredita que a Venezuela é o pior país da América Latina para se viver. Quando a Argentina era governada por Cristina Kirchner, a tônica se repetia.
Agora a Argentina é governada pelo liberal Macri. Macri, o liberal, aplica um programa econômico liberal totalmente alinhado aos EUA. Resultado? Maior inflação e taxa de juros da América do Sul (não, não é na Venezuela), crescimento desastroso da miséria, pobreza, desigualdade, violência, depressão e suicídio. E em breve teremos mais bases militares dos EUA na Argentina.
Tem noticias sobre a Argentina? Tem sim. Mas poucas e rápidas. Bem rápidas. Não vai passar em todos os telejornais e muito menos ser tema de extensas reportagens especiais. Não mesmo.
Não é proibido falar sobre a Argentina. “Apenas” a imensa maioria do povo brasileiro não será informada sobre o que se passa no país vizinho. O capital, aquele que seleciona as notícias, não vai deixar.
Nota de O PODER POPULAR:
Para saber alguma coisa sobre o que está acontecendo na Argentina, é preciso recorrer a mídias alternativas, como a www.resumenlatinoamericano.org, que publica diariamente reportagens sobre as lutas populares na América Latina, a exemplo da matéria abaixo e de outras, cujos links estão disponibilizados abaixo:
Argentina: sob a chuva e com muito frio, uma multidão marchou em defesa da universidade pública
30 de agosto de 2018
“Nem a tormenta perfeita nem o presidente imperfeito vão nos frear”, assegurou sob a intensa chuva um dos milhares de docentes postados em frente ao Congresso junto a outros milhares de estudantes, pesquisadores, autoridades acadêmicas, representantes sindicais e trabalhadores não docentes das 57 universidades públicas, que se preparavam para marchar rumo à Casa Rosada em defesa da educação pública. “Todos os níveis educativos estão aqui apoiando os universitários para que quem habita a Casa Rosada saiba que a prioridade da comunidade educacional e de cada família é a educação”, sentenciou o secretário geral da UTE, Eduardo Lóppez, e na marcha já eram milhares.
A marcha convocada por estudantes, docentes e trabalhadores não docentes das 57 casas de estudo de todo o país foi crescendo ao calor da intransigência do Governo na voz do ministro da Educação, Alejandro Finocchiaro, que após quatro semanas de conflito continua negando a redução orçamentária para as casas de altos estudos e oferecendo 15% de aumento salarial na paritária docente. “É uma marcha contundente. Este Governo vai ter dificuldades para poder avançar sobre a educação pública, porque isto vai mais além de um tema salarial”, defendeu o secretário geral da Conadu, Carlos de Feo, em diálogo com C5N.
O titular da Conadu defendeu que “ainda que o Governo tente reduzir o conflito a uma reivindicação salarial, isto se trata de algo superior, que tem relação com a diminuição do orçamento, e estas milhares de pessoas estão demonstrando que não estão dispostos a que isso continue acontecendo”. O ministro Finocchiaro também reduziu a questões partidárias em uma de suas explicações para camuflar o pedido da comunidade educativa e assegurou que só se tratava de uma “aliança kirchnerotroskista”.
“Estamos aqui apesar do clima inclemente. Estamos reclamando porque a situação na universidade é desastrosa, assim como na ciência”, denunciou um docente da Faculdade de Exatas da UBA, empapado apesar o guarda-chuva. “O ataque não surpreende, o ataque é à ciência e à universidade, é à produção de conhecimento”, lamentou o docente integrante do Sindicato de Trabalhadores Docentes da UBA.
A mobilização começou pouco depois das 18:00, do Congresso até a Casa Rosada, onde o Gabinete presidencial continuava assimilando o impacto da nova corrida do dólar, enquanto os docentes advertiam que essa corrida também impactará as pesquisas universitárias. “O que está em perigo é a educação pública em todos os níveis e o que o Governo faz é mentir. Porém, o macrismo se meteu com um símbolo que é a educação pública”, avaliou a titular da CTERA, Sonia Aleso. E os guarda-chuva continuam chegando à Plaza de Mayo, a chuva diminuía e até se via um arco-íris sobre a Pirâmide de Mayo.
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*Militante do PCB de Pernambuco