“Casa da Morte” em Petrópolis é tombada
Nota do PCB de Petrópolis
Vitória dos movimentos sociais! O tombamento da chamada “Casa da Morte”, centro clandestino de torturas mantido pelo regime militar em Petrópolis na década de 1970, mostra que nem tudo está perdido em termos de memória histórica entre nós.
Estima-se que os militares torturaram e mataram mais de 20 pessoas no local, entre elas o militante e dirigente do PCB David Capistrano, que não teve sequer seus restos mortais encontrados. Apenas uma sobrevivente restou para contar os horrores que se viveu ali: Inês Etienne Romeu, já falecida.
Mesmo com a oposição das excrescências reacionárias de sempre, o compromisso com a verdade falou mais alto e a memória dos que tombaram na luta pela liberdade será preservada, ainda que timidamente. Ganha a verdade histórica, perdem o obtuso senso comum e a ignorância do passado com que costumam se nutrir os inimigos da democracia.
Se, por um lado, a preservação da “Casa da Morte” representa um brado contra o arbítrio e o esquecimento, por outro também mostra que haverá resistência aos prenúncios dos tempos difíceis que virão.
Mais que um símbolo da bravura do torturado e da covardia do torturador, esta casa representa a permanência de conflitos e contradições entre os brasileiros na atualidade, e como não resolvê-los. Agora que os que se utilizavam da “Casa da Morte” em seu sadismo voltaram ao poder, sua triste lembrança serve de alerta para até onde podem chegar e do que são capazes os que matam a democracia a pretexto de salvá-la.
Seguiremos na luta, pela desapropriação da “Casa da Morte” e construção de um memorial na mesma, para que a sociedade não se esqueça as barbaridades cometidas naquele período.
Pela memória, verdade e justiça!
Ditadura nunca mais!
David Capistrano, presente!