RS: Ato do PCB em memória à Chacina dos “4 As”
Giovanni Frizzo – dirigente do PCB – RS
No último sábado (21), no Parque Internacional que divide a fronteira entre Brasil e Uruguai, nas cidades de Santana do Livramento (BRA) e Rivera (URU), foi realizado um ato em memória dos quatro militantes comunistas do PCB assassinados na chamada “Chacina dos 4 Às”. Os militantes do PCB assassinados se chamavam: Aladin Rossales, Aristides Correa Leite, Abdias da Rocha e Ary Kullman. Todos os seus nomes iniciam com a letra A, daí a denominação da Chacina em referência aos nomes dos militantes.
Em 24 de setembro de 1950, trabalhadores do Frigorífico Swift Armour foram assassinados pela polícia brasileira no Parque Internacional enquanto realizavam um ato político em defesa da democracia no processo eleitoral daquele ano. De acordo com Oneider Vargas, que elaborou uma dissertação de mestrado sobre o tema na UFSM, “a política anticomunista do Presidente Eurico Gaspar Dutra (1946-1951) e o seu alinhamento com a Doutrina Truman, implementada pelo governo norte-americano, são vertentes importantes para a explicação da conjuntura vivida pelos comunistas gaúchos no ano de 1950”.
Durante o ato, além de apresentações artísticas e discursos de militantes do PCB, do PCU e de dirigentes sindicais, familiares dos camaradas assassinados foram homenageados com a entrega de flores e agradecimentos pela combativa luta que os 4 As empenharam em vida. O PCB estava representado por um membro do Comitê Central, pelo secretário político do RS e uma membra da coordenação nacional do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro.
Articulação Política do PCB com PCU
Na oportunidade, também foram realizados contatos entre dirigentes do PCB e do PCU para aprofundar a ligação entre os comunistas do Brasil e do Uruguai. Neste ano, o Uruguai terá eleições gerais e o militante do PCU Enrique da Rosa, candidato a deputado pela Frente Ampla, participou do ato em memória dos militantes assassinados. O PCB saudou a sua candidatura e publicizou o seu apoio às candidaturas dos camaradas comunistas uruguaios.
Ao mesmo tempo, as mulheres comunistas puderam dialogar a respeito do feminismo classista e da realidade dos dois países em relação as opressões às mulheres trabalhadoras. A experiência do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro foi saudada pelas camaradas uruguaias como um importante espaço de construção necessário a ser aprofundado também no Uruguai.