Solidariedade ao Padre Júlio Lancellotti
Defensor constante e integral do povo da rua, Júlio Lancellotti tem recebido diversas ameaças de alguns moradores da Mooca, especialmente pelo seu trabalho de acolhimento. A situação que já ocorre há meses se agravou esta semana, quando policiais militares, após espancarem pessoas em situação de rua que fazem parte do projeto pastoral, mandaram um recado para o padre, dizendo que: “a hora dele iria chegar”. Júlio Lancellotti é destaque na luta em defesa do Ocupa Alcântara Machado e contra o assassinato dos irmãos de rua durante a noite, como os ocorridos no Natal de 2019 no distrito de São Mateus e no último mês na Mooca.
Une-se neste momento o que há de pior no cenário atual. De um lado, a PM atua como jagunços do capital especulativo imobiliário que, como já denunciamos (notas sobre o Incêndio no Alcântara Machado e o Parque da Mooca), tem por interesse direto a remoção da população de rua de toda a região para que ela se valorize e possa ser mais rentável, sem se importar com os destino destas pessoas – o lucro vem acima da vida humana.
Por outro, a PM atua como braço legal dos grupos de extermínio que possivelmente vêm se montando em São Paulo. O discurso que isola os casos e a ameaça sistemática para quem deseja não só a investigação mas a defesa desta população mostram uma conivência destes grupos que são uma das piores heranças da ditadura militar.
Por fim, salientamos que, sem uma punição severa e retratação pública sobre o caso, a Polícia Militar de São Paulo e o governador João Dória (PSDB) não nos deixam opção a não ser compreender que este ataque e os apoios que trazem consigo vêm de toda a PM-SP e do Governador João Dória (PSDB)!
Por uma resposta e satisfação da PM e do governador já!
Em solidariedade ao Padre Júlio Lancelloti, pelas liberdades democráticas!