Camarada Celso Manço, PRESENTE!
É com imenso pesar que o Partido Comunista Brasileiro (PCB) se despede de um de seus mais imprescindíveis quadros: o camarada Luiz Celso Manço, professor emérito do curso de Psicologia da Universidade Católica de Santos.
Celso Manço nasceu em 1943 em Ribeirão Preto. Ingressando no curso de Psicologia na USP-Ribeirão Preto, onde também participou do movimento estudantil, foi professor de cursinho pré-vestibular. No âmbito da militância, foi recrutado pelo PCB ainda no início da década de 1960, no período pré-ditadura. Por um curto período de tempo, militou na Ação Libertadora Nacional (ALN) no fim da década, voltando para o Partido ainda antes de 1970 e nunca mais saindo dele. Em 1970 foi preso por “subversão” e enviado para a Operação Bandeirantes (OBAN) sediada no DOI-CODI em São Paulo, sendo também torturado.
Já graduado, ainda em 1970, arranjou um emprego na COSIPA, em Cubatão, passando então a morar em Santos com a esposa. Porém, em pouco tempo, a gerência da companhia siderúrgica descobriu a “ficha política” de Celso Manço e, sendo a área considerada de “segurança nacional”, foi sumariamente demitido e ameaçado de ser novamente preso caso não abandonasse a área industrial imediatamente. Entretanto, em 1972, foi convidado a lecionar no recém criado curso de Psicologia da UniSantos, de onde só se aposentaria em 2014, formando gerações de psicólogos. Convém ainda destacar sua admirável militância no movimento antimanicomial.
Enquanto membro do PCB, executou tarefas de militante de base a dirigente do Comitê Central, cujos destaques memoráveis se deram na articulação da chapa “Fomos, somos e seremos comunistas” no 9º Congresso de um degenerado PCB pós-ditadura contra a camarilha liderada por Roberto Freire; já em 1992, atuou na resistência contra o oportunismo liquidacionista da mesma camarilha, a qual tentou acabar com o PCB através de um congresso espúrio pelo qual foi fundado o PPS (atual Cidadania).
Apesar da saúde debilitada, o camarada Celso permaneceu um gigante! Pela coerência com os ideais comunistas, pelo compromisso com a cultura política do PCB e pela maneira como dialogava com os jovens e os acolhia, camarada Celso era um péssimo exemplo para o senso comum liberal. Contudo, apesar da perda, seu legado continua. Sigamos nossa militância sob a luz de seu exemplo pois, parafraseando Ferreira Gullar, quem contar a história dos lutadores santistas tem a obrigação de falar de Luiz Celso Manço, ou estará mentindo!
Partido Comunista Brasileiro (PCB) – Santos / SP