Quantas vidas pagam o “progresso”?

imagemO Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro – Feira de Santana presta apoio e solidariedade às trabalhadoras e aos trabalhadores camelôs, ambulantes e feirantes que sofrem mais um ataque do governo municipal. Essa população que historicamente resiste a inúmeras imposições da prefeitura visando a retirada desses trabalhadores do centro da cidade.

A imposição de um ideal de cidade forjado pela classe dominante de Feira de Santana mostra todo o desrespeito que a prefeitura tem com a classe trabalhadora feirense, priorizando o lucro ao invés da vida e do direito a trabalhar. Esse ideal de modernidade, carregado de políticas higienistas e apagamento histórico, vem com a construção do Shopping “popular”, cujo projeto é excludente, privatizante e mostra que o popular na verdade é particular.

O aluguel para se manter no estabelecimento (que os trabalhadores alegam não possuir sequer estrutura digna), não corresponde às condições reais de trabalho dos e das camelôs. Possuindo também poucas vagas para agregar todos e todas, descartando e deixando mais de 5 mil trabalhadores e trabalhadoras desamparados, há horas e taxas de trabalho excessivas, conjuntamente com a retirada dos “inquilinos” e seus materiais caso haja atraso no pagamento dos aluguéis.

A classe trabalhadora vem sendo atacada da maneira mais cruel. Essa classe que é constituída em sua maioria por mulheres, mães, as quais sozinhas labutam diariamente para manter seus lares, seus filhos e filhas.

Implementando obras estrategicamente caóticas a cada esquina dos comércios e barracas, o prefeito Colbert Martins, segue a cartilha do seu antecessor José Ronaldo e seu projeto de governo que já dura quase vinte anos de gestão, descumpre todo acordo que foi feito com esses trabalhadores e age no meio de uma pandemia da maneira mais injusta com os pais e mães de família que precisam sobreviver.

As obras implementadas com o disfarce de “revitalização” estão sendo efetuadas de maneira desonesta, por meio de ataques que visam o apagamento da história e da cultura de Feira de Santana, a qual foi formada pelos feirantes, vendedores ambulantes, camelôs, trabalhadoras. Esse projeto de modernidade não traz benefícios a quem realmente fez essa cidade.

Com isso, nós do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro nos colocamos contrárias à revitalização do centro da cidade, feita com pressão e tentativa de remoção dos locais de trabalho de cada um. Quantas vidas valem o falso progresso? Que progresso é esse que visa exterminar a classe trabalhadora?

Por políticas efetivas para os trabalhadores e trabalhadoras que vivem do comércio! Contra as políticas genocidas do governo Colbert Martins e seus aliados!